A derrota na Primeira Guerra Mundial e os efeitos do Tratado de Versalhes instalaram o caos social e psicológico na Alemanha. Era visível que havia uma pátria ferida por todos os lados. Em 1923, o cenário de hiperinflação agravava os quadros de desemprego e fome.
Na plenitude de seus 15 anos, certa adolescente ingressou em uma divisão da juventude comunista de Munique. A vitória da classe trabalhadora na Revolução Russa de 1917 lhe dava esperanças de que algo semelhante pudesse ocorrer em território alemão. A decisão transformou repentinamente o destino da filha do advogado Leo Benario. A metrópole da Baviera ficara pequena para o tamanho do desafio que ela vislumbrava. A fibra incomum, a inteligência aguçada e o trabalho coletivo levaram a jovem para a capital germânica. A partir daí, a marcha seria intensa.
De Berlim ao Rio de Janeiro, Olga Gutmann Benario desenvolveu múltiplas habilidades, foi encarregada de cuidar da segurança pessoal daquele que se tornaria o grande amor de sua vida, escapou de perigos e cruzou o território de diversas nações.
No Brasil, a revolucionária experimentaria os efeitos da Insurreição de 1935. O medo de uma “onda vermelha” na América Latina colocou – em dado momento, na mesma trincheira – o Serviço de Inteligência Britânico, o Departamento de Estado americano e a Gestapo, a polícia secreta de Hitler. Com apoio internacional, Getúlio Vargas comandaria uma perseguição implacável contra aqueles que ameaçavam seu poder.
Em dois episódios, o Brasil Cultural vai contar essa história dramática que marcou época na política nacional.
Ricardo Walter