“Nas favelas, não há portos nem aeroportos” – reza um antigo aforismo popular –, mesmo assim, armas sofisticadas chegam à localidade. A indústria bélica precisa escoar a produção e, estrategicamente, aponta seus interesses para os países mais pobres. A munição e o lenço são vendidos pelos mesmos interesses. O lucro está nas duas pontas: a que provoca o sofrimento e a das falsas indignações. Em meio ao caos, encontram-se os que se lamentam e choram.
O som da artilharia é estridente, desarmônico — assim como também o são os barulhos de certos espetáculos oferecidos ao povo. O mundo que assiste as explosões seguidas de incêndio, na Europa e no Oriente Médio, clama por uma sonoplastia que o pacifique. Quando as guerras nas nações subdesenvolvidas se tornam insuficientes, os consórcios internacionais espalham o terror em solo pátrio.
A vida frenética e o desejo exacerbado de consumo vão minando a sensibilidade das pessoas, e a dor humana ganha o estranho adereço das estatísticas.
Em seu livro A República, Platão escreveu que “a música é o principal instrumento da educação, porque o ritmo e a harmonia penetram profundamente na alma”.
Em acordo com esse pensamento, o Brasil Cultural apresenta Cartola: as flores do menestrel.
Ricardo Walter
Créditos
Entrevista: