Nesse domingo (6), durante a sessão plenária “Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial”, na 17ª Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu justiça tributária e governança inclusiva da inteligência artificial.
Para ele, o crescimento sustentável exige o combate à evasão fiscal e a revisão das regras do Fundo Monetário Internacional (FMI), ampliando o peso dos países do BRICS, que hoje somam 18% dos votos e deveriam chegar a 25%.
Lula também criticou o protecionismo comercial e pediu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), destacando a necessidade de destravar as negociações agrícolas e estabelecer um pacto entre comércio e meio ambiente.
O presidente ressaltou que o avanço da inteligência artificial não pode ser controlado apenas por países ricos ou bilionários. Defendeu uma regulação justa e colaborativa, com participação do setor privado e da sociedade civil. Sugeriu ainda um estudo de viabilidade para instalação de cabos submarinos entre os países do bloco, buscando maior soberania e segurança na troca de dados.
No mesmo dia, os líderes assinaram a Declaração sobre Governança Global da Inteligência Artificial. O texto reconhece o potencial da IA para impulsionar o desenvolvimento, mas alerta para os riscos. Defende o uso responsável da tecnologia, com respeito aos direitos fundamentais e autonomia regulatória dos países.
O encontro continua nesta segunda-feira (7), com debates sobre meio ambiente, COP30 e saúde global. Composto por 11 países, o BRICS representa 48% da população mundial e 40% do PIB global.
Da Agência Rádio Gov, em Brasília, Dilson Santa Fé