O número de brasileiros traficados para países do sudeste asiático, como Camboja, Mianmar e Laos, tem crescido. A internet é o principal meio de aliciamento. As vítimas recebem promessas falsas de trabalho em empresas de tecnologia, turismo ou atendimento ao cliente, com passagens e salários pagos. Ao chegar ao destino, são mantidas em cativeiro, têm os documentos retidos e são forçadas a aplicar golpes virtuais.
Relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) mostra que, muitas vezes, essas pessoas são obrigadas a recrutar novas vítimas, geralmente da mesma nacionalidade. O ciclo se repete e perpetua a violência. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) emitiu alerta sobre o aumento de casos.
O governo federal mantém canais de denúncia, rede de acolhimento e apoio consular. Após o retorno ao Brasil, as vítimas recebem apoio psicológico, jurídico e social. Os Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETPs), em parceria com defensores públicos e organizações civis, fazem o acolhimento e garantem o atendimento necessário.
As autoridades recomendam cuidado com promessas feitas por redes sociais ou plataformas desconhecidas. Ofertas que envolvem passagens pagas e altos salários devem ser verificadas.
Vítimas ou familiares podem denunciar pelo Disque 100 ou pelo Ligue 180. Também é possível acionar o Plantão Consular do Itamaraty pelo telefone (61) 98260-0610.
Da Agência Rádio Gov, em Brasília, José Carlos Andrade