Sabe aquele líquido preto que sai do lixo, com cheiro forte, e aparentemente sem utilidade nenhuma, senão poluir? Pois é, ele pode se transformar em energia elétrica!
É o que propôs a equipe formada por pesquisadores da UnB-Embrapa, que conquistou a medalha de ouro em um torneio internacional de biologia sintética.
Eles foram campeões na versão latino-americana do torneio IGEM, International Genetically Engineered Machine, pela categoria Energia, Meio Ambiente e Biodiversidade.
Pioneiro no Centro-Oeste na área de biologia sintética, o time surgiu em maio de 2021 e, dois meses depois, estreou na competição com o projeto Gilluz, cuja ideia central é utilizar microrganismos vivos modificados geneticamente para transformar em energia elétrica o líquido tóxico gerado pela decomposição do lixo do Aterro Sanitário de Brasília.
A professora Cíntia Marques Coelho, do Instituto de Ciências Biológicas da UnB, que participou da pesquisa, explica que o diferencial do Gilluz está no potencial para usar solucionar dois problemas de âmbito mundial: a biorremediação do chorume descartado, ou seja, o uso de microrganismos para degradar os componentes tóxicos do líquido, e a geração de energia limpa.
Também se destaca a preocupação do projeto em propor saídas para o forte cheiro do chorume, que impacta também a qualidade de vida da população que trabalha nos aterros ou mora perto.
Segundo Cíntia Coelho, da UnB, o projeto está ainda na fase teórica, por causa da dificuldade em utilizar os laboratórios nesta época de pandemia da Covid. Mesmo assim, ela aponta a relevância do estudo:
Os próximos passos do projeto ainda não estão delineados pelo grupo, mas o objetivo é seguir a pesquisa ao longo deste ano e colocá-lo em prática.