Brasil mostra que é possível crescer, incluir e proteger meio ambiente
Reconhecido internacionalmente como referência na área ambiental, o Brasil conseguiu reduzir fortemente o desmatamento ilegal na Amazônia nos últimos anos, e tem demonstrado grande capacidade de combinar a proteção da natureza com a redução da pobreza e o crescimento econômico. No programa de hoje, a presidenta Dilma Rousseff fala sobre a queda no desmatamento ao menor índice da história, e das ações do governo para o desenvolvimento sustentável, como a regulamentação das compras públicas e a criação de novas unidades de conservação.
13/12/2016
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Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil, eu sou o Luciano Seixas e estou aqui para mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano!

Apresentador: Presidenta, na semana passada, na comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, a senhora deu boas notícias para o Brasil e o mundo, não é mesmo?

Presidenta: É sim, Luciano. Uma dessas boas notícias é que em 2011 nós registramos o menor desmatamento da história do país. Eu me orgulho muito de termos conseguido, Luciano, diminuir o desmatamento ilegal em 77% quando a gente compara com os índices de 2004, ano em que o Brasil lançou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia. O Brasil, Luciano, que já tem o privilégio de abrigar a maior área de florestas tropicais do mundo, pode se orgulhar também de conseguir protegê-las cada vez mais.

Apresentador: O que foi feito para se chegar a esse resultado, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, essa boa notícia é o resultado da forte ação do governo na fiscalização: punindo e impedindo o desmatamento ilegal. É resultado do trabalho conjunto do Ibama, das Forças Armadas, da Polícia Federal e também dos governos estaduais. Mas, também, Luciano, é importante dizer que temos oferecido alternativas de produção e renda para a população que vive em nossas florestas. Para que esses trabalhadores possam produzir e garantir o seu sustento sem desmatar ou destruir o meio ambiente. É o caso, por exemplo, do programa Bolsa Verde, que faz parte do Brasil sem Miséria. O Bolsa Verde é um benefício de R$ 300,00, pagos a cada três meses, para as famílias extremamente pobres que trabalham na coleta de frutos, na extração de látex ou na pesca artesanal, na Amazônia. Vinte e três mil famílias já estão recebendo o Bolsa Verde. A combinação de uma fiscalização forte com ações que permitem a exploração sustentável dos recursos naturais é o que ajuda a manter a floresta de pé. Para você ter uma ideia, Luciano, hoje, mais de 80% da Floresta Amazônica está preservada, e isso, Luciano, não acontece em nenhuma parte do mundo. Por exemplo: na maioria dos países da Europa, em torno de 10% é o que resta das florestas nativas daquela região.

Apresentador: Há outras medidas que também ajudam na proteção do meio ambiente?

Presidenta: Há muitas outras, Luciano. Eu vou te falar de duas ações que são avanços muito importantes: a primeira é que agora, as compras do governo federal vão dar prioridade a produtos e serviços que forem fabricados respeitando o meio ambiente; a segunda é a criação de Unidade de Conservação e a regularização de terras indígenas.

Apresentador: Como é que as compras do governo vão ajudar a proteger o meio ambiente?

Presidenta: Olha, Luciano, as compras do governo são muito importantes para vários setores da economia, porque nós compramos desde papéis, livros escolares, fardamentos, até areia, tijolos, asfalto, cimento e serviços para grandes obras. Só em 2010, para você ter uma ideia, as compras públicas movimentaram R$ 70 bilhões. A partir de agora nós vamos exigir ou vamos dar prioridade a produtos e serviços que sejam produzidos ou feitos de forma sustentável. Isso significa, Luciano, que se a gente tiver dois fornecedores de um determinado produto, vamos comprar daquele que produz com menor impacto sobre as matas, o ar, o solo e os rios, com economia de água e energia, e o que é importantíssimo, Luciano, com maior geração de empregos utilizando mão de obra local.

Apresentador: Presidenta, agora fala para a gente sobre as Unidades de Conservação que a senhora criou?

Presidenta: Na semana passada, nós criamos duas novas Unidades de Conservação. Uma delas é a Reserva Biológica de Bom Jesus, no Paraná, que é uma área da Mata Atlântica; a outra é o Parque Nacional Furna Feia, na Caatinga do Rio Grande do Norte. Nós também ampliamos outras três Unidades de Conservação e oficializamos sete áreas indígenas. Eu não sei se você sabe, Luciano, mas o Brasil é responsável por 75% de todas as áreas de preservação ambiental criadas no mundo nos últimos nove anos.

Apresentador: O Brasil, presidenta, tem sido apontado, inclusive pela ONU, como uma referência na área ambiental...

Presidenta. Tem sim, e isso nos dá muito orgulho. O Brasil tem dado um grande exemplo de respeito ao meio ambiente, mas, também, de capacidade de combinar a proteção da natureza com a redução da pobreza e o crescimento econômico. Na última década, elevamos 40 milhões de brasileiros à classe média, tiramos outras dezenas de milhões de brasileiros da pobreza e, ao mesmo tempo, reduzimos drasticamente o desmatamento da Amazônia e mantivemos o crescimento econômico. Esse é o modelo de desenvolvimento que vamos continuar seguindo, que tem como base três eixos que são igualmente importantes: o eixo crescer, o eixo incluir e o eixo proteger. Isso é o que vamos apresentar ao mundo durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que começa esta semana no Rio de Janeiro.

Apresentador: Presidenta, nosso tempo hoje chegou ao fim, mas, antes de terminar, eu queria combinar com a senhora de voltar a falar sobre a Rio+20 na semana que vem.

Presidenta: Combinado então, Luciano! Uma boa semana a todos e até a próxima segunda!

Apresentador: Você que nos ouve pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira, até lá!