15/07/2015 - Acordos climáticos firmados pelo Brasil
O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, foi convidado do programa Brasil em Pauta dessa quarta-feira. Na pauta, os acordos climáticos firmados pelo Brasil durante viagem da presidenta Dilma Rousseff a Washington, nos Estados Unidos, no fim do mês passado. O programa, que tem a participação de radialistas de todo país, é produzido e coordenado pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e será transmitido, ao vivo, pela TV NBR e via satélite por meio do mesmo canal de A Voz do Brasil.
12/12/2016
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APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Olá amigos da todo o Brasil, começa agora mais uma edição do Brasil em Pauta. Programa que tem a realização da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Eu sou o Roberto Camargo e recebo hoje o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink. Bom dia secretário, seja bem-vindo ao programa.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Muito obrigado Roberto, bom dia e bom dia aos ouvintes do Brasil em Pauta.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Na pauta desta edição, os acordos climáticos firmados pelo Brasil durante viagem da Presidenta Dilma Rousseff à Washington, nos Estados Unidos, no final do mês passado. O secretário Carlos Klink vai conversar com radialistas de todo o país nesse programa que vai ao ar via satélite pelo mesmo canal de a Voz do Brasil e que, também, é transmitido pela TV NBR. Secretário, antes de começarmos propriamente com as perguntas, eu peço ao senhor que apresente em resumo o que são esses acordos firmados pela Presidenta Dilma Rousseff.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Perfeito, obrigado Roberto. Esse ano 2015 é um ano importante para o planeta como um todo na questão da mudança do clima. É o ano que se decide no final desse ano em Paris o novo regime climático global, onde todos os países vão ter um acordo de compromisso, tanto na questão da redução gases causadores do efeito estufa, quanto nos seus novos caminhos para o desenvolvimento sustentável. Por isso a importância desse acordo entre dois países muito importantes nesse tema. Por quê? Brasil e Estados Unidos são os países, até momento, que mais reduziram emissões efeito estufa, no momento, particularmente, o Brasil. O Brasil é o que mais reduziu emissões em todo o planeta.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Ok. Secretário, nós já temos a primeira rádio aqui na linha. É a rádio Clube de Marabá, no Pará, é da lá que vamos ouvir Zeca Moreno, que vai fazer as perguntas ao senhor. Alô Zeca, bom dia a você.



REPÓRTER ZECA MORENO (Rádio Clube De Marabá/Marabá - PA): Bom dia Roberto, Bom dia secretário, Carlo Klink. Olha, o Brasil tem que atingir aí uma meta ousada de fonte renováveis, além de geração hidráulica, e tem que eliminar ou pelo menos diminuir o desmatamento ilegal nos próximos 15 anos, em igual período. E também a pretensão de reflorestar aí milhões de hectares de floresta. Eu pergunto, secretário, atualmente já existe um incentivo aos produtores, uma política contínua de combate ao desmatamento, sobretudo, aqui para a região do estado do Pará? Como é que está a situação em relação ao ano anterior, tem aumentado a prática ilegal, qual o setor que mais tem desmatado?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Bom dia, Zeca. Obrigado pelas perguntas, vindas aí diretamente do Pará, você sabe que nós temos uma longa tradição de trabalho com o Pará, com o governo, com setor privado, com a sociedade civil no Pará, Claro, o acordo determina sim de uma maneira bastante forte a continuidade do combate ao desmatamento ilegal no Brasil. O desmatamento, na verdade, é ilegal, o Governo Federal nos últimos anos tem... obteve as menores taxas de desmatamento da sua história, não estamos muito preocupados que o desmatamento vá aumentar não, porque nós temos programas de monitoramento, programas de fiscalização bastante fortes, uma parceria cada vez mais forte do Governo Federal com o setor privado e com os estados, temos, sim a ambição de... o que nós temos dito que é bastante importante que esse acordo entre Brasil e Estados Unidos reflete, é o país já está virando a página, Zeca, nós estamos virando a página de um país que era conhecido sempre como o país do desmatamento para um país do pós desmatamento, por isso esse acordo de transformar o país, de desmatamento, um país que vai voltar a florestar as áreas desmatada, principalmente nas suas áreas degradadas.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Zeca Moreno, você tem mais alguma pergunta ao secretário Carlos Klink?



REPÓRTER ZECA MORENO (Rádio Clube De Marabá/Marabá - PA): Certo. O país pretende atingir em 2030 uma participação de 28% a 33% em fontes renováveis de eletricidade e biocombustíveis, e geração hidráulica. Uma saída para o Pará seria a energia solar, no entanto, o estado ficou de fora, qual a opinião sobre a expansão dessa fonte de energia solar no país?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Olha, é certamente bastante importante, nós temos investido, o Governo Federal... o país de modo geral tem investido muito nas renováveis, biomassa, eólicas, sabe que a eólica cresceu tremendamente no país, temos trabalhado muito fortemente também na questão da energia solar, há regiões mais apropriadas para isso como a região Nordeste do Brasil, certamente a região Norte, há uma questão ainda de custos, nós temos que pensar na questão da custos e inovação e tecnologia. Para te dar uma ideia, Zeca, o ano passado nós fizemos a primeira chamada do fundo clima, é um fundo público para inovação na área da energia solar, por exemplo. Ou seja, já há caminhos nessa direção de também trazer para o país uma importância maior pra produção de energia, eletricidade a partir da solar.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Muito obrigado Zeca Moreno pela participação aqui no programa Brasil em Pauta, que hoje recebe o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink. E do Pará nós vamos para a Bahia, a rádio Excelsior AM, de Salvador. É de lá que fala conosco Edson Santarini. Bom dia Edson.



REPÓRTER EDSON SANTARINI (Rádio Excelsior AM/Salvador- BA): Olá, bom dia Roberto, bom dia a secretário, é um prazer falar com todos. Bom, secretário, a energia eólica na Bahia já é uma realidade, a minha pergunta é a seguinte, quando que começa de fato os investimentos para que possamos ter uma energia de qualidade e acima de tudo, trazer desenvolvimento e sustentabilidade e, também, gerar empregos? Isso, já está no planejam no governo, já é para, por exemplo, aí este ano, nesse primeiro semestre?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Certamente... Perdão, Edson. Já concluiu Edson? Edson, sim, certamente. Você sabe que o Brasil, há muitos, há décadas faz seu planejamento energético de longo prazo. Nós estamos, por exemplo, no momento fazendo o planejamento, já para o país como um todo, já para 2050. Esse é o ponto importante. A sua pergunta é bastante pertinente por conta disso. A questão da mudança do clima, não é meramente uma questão de redução de gases causadores do efeito estufa, é uma questão de como a gente olha e planeja o desenvolvimento econômico, também de longo prazo no país, e certamente há uma ambição muito forte de usarmos cada vez mais as fontes renováveis para produção eletricidade e energia no país, mas que ela também gere possibilidades de desenvolvimento e emprego. Na sua pergunta do lado eólico, como você muito bem coloco, isso já acontece no país, as eólicas são bastante competitivas hoje no Brasil, e tem gerado emprego e inovação para o país.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Edson Santarini, você tem mais alguma pergunta para a secretário Carlos Klink?



REPÓRTER EDSON SANTARINI (Rádio Excelsior AM/Salvador- BA): Sim, eu tenho sim. Essa questão não só da Bahia, mas do Nordeste, né, os investimentos, eles estão direcionados para não só essa energia limpa, mais outros tipos de energias, porque a gente teme que no futuro, com o retorno da retomada econômica, a gente possa ter problemas de falta de energia, mas se isso já é um projeto para já, ou já é um projeto ainda em desenvolvimento, ainda falta licitações, essa coisa de criar ainda a estrutura para que se promova a exploração dessas energias, secretário?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Não Edson, eu acredito que... Obrigado pela pergunta novamente. Eu acredito que, como o meu comentário anterior, o planejamento já existe, os planejamentos decenais e o planejamento de mais longo prazo, 2050 e para frente. E, certamente, não é uma questão apenas de pensar o balanço, como a gente chama, o balanço energético do país, mas como também você planeja investimento, os Bancos Nacionais de desenvolvimento, as necessidades de financiamento, a necessidade de infraestrutura, ele é planejado de uma maneira bastante coordenada, por isso eu posso dizer de maneira bastante tranquila que ele está sendo já antecipado, essa tua preocupação.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Muito obrigado Edson Santarini pela participação aqui no programa Brasil em Pauta, que hoje traz como convidado o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink. E agora secretário nós vamos aqui para Goiás, vizinho nosso aqui em Goiânia, a rádio 730, AM, Rubens Salomão é quem vai fazer a pergunta ao senhor. Bom dia Rubens.



REPÓRTER RUBENS SALOMÃO (Rádio 730 AM/Goiânia - GO): Bom dia Roberto, secretário Carlos Klink, prazer participar do programa. Secretário, em relação a região Centro-Oeste, a Goiás, quais são as perspectivas, os projetos para essa criação de energia limpa, já que nós aqui dependemos exclusivamente, praticamente, da energia hidrelétrica, quais são os projetos para região Centro-Oeste, e para Goiás?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Olha, Rubens, claro que é bastante importante, a gente não pode esquecer que a energia hidráulica vai continuar sendo muito importante para o país, não podemos perder essa perspectiva. Nós temos ainda, é uma energia limpa, o Brasil de longe é o país que mais utiliza energias limpas renováveis em todo o planeta e não podemos perder essa perspectiva, tá? Integração do sistemas, nacionais e etc., agora, claro que já se viabiliza, por exemplo, a possibilidade, eu tenho acompanhado estudos e trabalhos, aqui na região, não necessariamente em Goiás, mas próximo aqui da gente, Minas Gerais, o uso de biomassa, por exemplo, ou mesmo o uso de outras fontes, fontes de madeira para a produção energia e mesmo fontes, por exemplo, há estudos bastante inovadores tentando trazer para a produção biodiesel através de plantas naturais da região do cerrado, isso é uma questão bastante importante para o país, o país se antecipar, avançar, trazer inovação e, também, o ponto mais importante aqui, Rubens, é o seguinte é pensar que nós temos que manter para as regiões do Brasil, para o seu desenvolvimento e para todo o país manter sempre a nossa matriz energética, elétrica diversificada, esse que é o ponto importante.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Agradecemos a Rubens Salomão pela sua participação aqui no programa, Brasil em Pauta. E ministro gostaria de, seguindo nessa colocação que o senhor acabou de fazer, lhe perguntar também de que forma o Brasil já incentiva ou pretende incentivar ainda mais o uso de energias renováveis para chegar a patamares prometidos nesse acordo com os Estados Unidos?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Muito boa pergunta, Roberto. Como eu comentei, o Brasil já tem essa matriz energética bastante diversificada, o acordo que fizemos com o Presidente Obama, a Presidenta Dilma fez o Presidente Obama, dá um passo além de além de pensar na energia hidráulica, hidrelétrica é também trabalharmos novas fontes de energia. O Brasil é um país bastante importante na produção biocombustíveis, principalmente bioetanol, já está trabalhando, já existe no país hoje possibilidade de produção em escala comercial de etanol de segunda geração, o biodiesel está vindo forte, a eólica já é parte da nossa matriz e temos ainda que dar... termos um aprendizado na questão da energia solar. A biomassa, de um modo geral, vem como uma fonte importante, já há casos em várias partes do país onde você usa restos de folha de cana-de-açúcar para produção de energia elétrica, por exemplo, já em escala comercial, e tem outras possibilidades de você combinar energias, você produzir energia com uma fonte combinada a energia, por exemplo, utilizando restos de madeira, isso já começa a acontecer. Então a ideia do acordo é fazer com que isso dê um salto pra frente, é trazer o futuro para o presente na questão da energia renovável no Brasil.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Está certo, secretário. E agora nós vamos à São Paulo, vamos ouvir Cesar Caparelli, da rádio 79 AM, de Ribeirão Preto, interior paulista. Bom dia Cesar.



REPÓRTER CESAR CAPARELLI (Rádio 79 AM/Ribeirão Preto - SP): Bom dia, bom dia a todos, bom dia secretário Carlos Klink, é um prazer falar com todos em rede nacional, nós estamos aqui de Ribeirão Preto. Secretário, os líderes enfatizaram a importância do diálogo estratégico sobre a energia entre os países, é possível, secretário, o Brasil cumprir esse acordo? E como será feito?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Sem sombra de dúvida é possível, é por isso que o Brasil, como eu disse no início, é por isso que o Brasil é sempre requisitado pelos principais países... o tema da mudança do clima, César, ele... como eu... Eu gosto muito de repetir esse ponto porque esse ponto é muito importe, é uma questão crescimento de econômico, desenvolvimento econômico e igualdade social, ele traz isso para a mesa. E isso os países, sozinho o Brasil, por exemplo, tem feito, trabalhado muito nesse sentido, mas um acordo com países importantes no tema, como os Estados Unidos, nos ajuda por quê? Pensamos conjuntamente. O que está no acordo? Uma aproximação muito forte, as primeiras reuniões, Brasil e Estados Unidos no tema, já estão marcadas para outubro. Por quê? Nas duas partes identificaram interesses comuns de aprendizado mútuo, financiamento mútuo, trocas de tecnologias mútuas. Então assim, não é só uma questão para o Brasil, é uma questão Brasil e Estados Unidos e vai ser um exemplo para o mundo, que países trabalhando em conjuntamente podemos dar saltos muito maiores.



REPÓRTER CESAR CAPARELLI (Rádio 79 AM/Ribeirão Preto - SP): Secretário, e como será tratado o desmatamento daqui pra frente.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: O desmatamento como sempre, ele é tratado de uma maneira extremamente séria, nós tivemos nos últimos cinco anos as menores taxas de desmatamento da história, é por isso em grande parte que o Brasil reduziu mais de 40% as suas emissões de gases do efeito estufa, é por isso que há um reconhecimento fundamental e internacional da importância do Brasil no tratamento do desmatamento. E sabe o que é mais importante? Nós estamos exportando esse conhecimento, essa tecnologia. O ano passado, por exemplo, o Brasil firmou um acordo com todos os países da Bacia Amazônica, nós estamos exportando o nosso conhecimento e tecnologia e financiando o aprendizado que nós tivemos do passado sobre desmatamento para os países todos da Bacia Amazônica, que ainda não tem essa capacidade. Então o tratamento do desmatamento continua sendo, como sempre, muito sério, levado muito a sério nesse país.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Muito obrigado, Cesar Caparelli pela participação no programa Brasil em Pauta. Lembrando a você, que nos acompanha por rádio ou pela TV, que a EBC Serviços disponibiliza o sinal dessa entrevista para todas as emissoras de rádio do país pelo mesmo canal de A Voz do Brasil. E Secretário Carlos Klink, agora nós vamos à Minas Gerais falar com a rádio América de Belo Horizonte, a capital mineira. Vinicius Andrade é quem conversa conosco. Muito bom dia à você Vinicius.

REPÓRTER VINICIUS ANDRADE (Rádio América/Belo Horizonte - MG): Bom dia, bom dia a todos, eu falo ao vivo de Belo Horizonte. Secretário, o Brasil se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, como manter as propriedades rurais na Amazônia produtivas e competitivas, sem precisar derrubar florestas?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: É por isso que nós, Vinicius, muito obrigado, bom dia a você e todos os ouvintes de Belo Horizonte. Por isso que o Brasil, recentemente, não foi só o governo, foi a sociedade brasileira, decidiu aprimorar o Código Florestal, porque o Código Florestal é a única legislação no planeta que combina de uma maneira muito inteligente a produção agrícola que é fundamental, importantíssima para o país, junto com a conservação ambiental. Demandamos os nossos produtores no país todo, que eles mantenham um pedaço da propriedade em vegetação natural ou floresta, essa combinação é única, claro o que nós temos que fazer a partir desse ponto, dessa base que já temos é melhorar cada vez mais a produtividade agrícola no país em todos os nossos setores de produção de alimentos e bioenergia.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Muito obrigado a você, Vinicius Andrade da rádio América de Belo Horizonte, pela participação neste programa Brasil em Pauta, que hoje recebe o Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink. Lembrando que a ainda hoje esse programa estará disponível na íntegra na página da EBC Serviços na Internet, pra você que está interessado, anote aí o endereço www.servicos.ebc.com.br. E, Secretário, agora nós vamos ao Rio de Janeiro, nós vamos conversar com Marcelo José da rádio Rio de Janeiro, 1400 AM, Bom dia Marcelo.



REPÓRTER MARCELO JOSÉ (Rádio Rio de Janeiro 1400 AM/Rio de Janeiro - RJ): Bom dia Roberto. Bom dia Secretário. É sempre um prazer participar do programa. Secretário no encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o Presidente Barack Obama, o Brasil não anunciou a sua meta de redução de emissão do gases do efeito estufa, é bom lembrar, Secretário, nos todos sabemos que os Estados Unidos, a União Europeia e outros 14 países já protocolaram os seus compromissos na ONU, a gente sabe também que o Brasil pretende aprimorar as práticas de baixo carbono em terras agrícolas, mas o que falta, Secretário, para que o Brasil oficialize um compromisso formal na redução da emissão de gases do efeito estufa.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Obrigado Marcelo. É muito pertinente, é muito bom que possamos esclarecer, não só para o público do Rio de Janeiro, como para o público de todos os ouvintes aqui da rádio esse pronto. O Brasil tem trabalhado sim na construção do, como você bem colocou, protocolar sua contribuição de uma maneiro bastante forte, esse trabalho já existe há alguns meses, está sendo coordenado por vários Ministros e diretamente com a Presidência da República, nós estamos utilizando todo o aprendizado, porque o Brasil é um dos poucos países no planeta que já tem uma política de mudança do clima, nós temos uma política e compromissos firmados domesticamente aprovados em lei, é uma lei brasileira até 2020 de redução de até 38% das emissões e já passamos esse limite, já reduzimos mais de 41%, tá?! Então, nós estamos usando esse aprendizado para que possamos apresentar uma boa contribuição. No meio, como eu disse uma coordenação da alto nível de Ministro, com a melhor inteligência possível, tanto de modelagens econômicas, modelagens ecológicas, números, custos, PIB, isso tudo é um trabalho bastante complexo, o Brasil continua forte nesse trabalho e em breve, estamos aproveitando inclusive essas reuniões bilaterais com países importantes... antes do Presidente Obama, o Brasil firmou um acordo, sobre mudança do clima com o Primeiro Ministro Chinês, que nos visitou há dois meses, estivemos com os Estados Unidos, a primeira Ministra da Alemanha chega aqui em Brasília em agosto, trataremos do tema Mudança do Clima e prontamente o Brasil apresentará uma protocolara uma contribuição, como sempre tem feito, bastante robusta.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Marcelo José, você gostaria de fazer mais alguma pergunta ao Secretário Carlos Klink.



REPÓRTER MARCELO JOSÉ (Rádio Rio de Janeiro 1400 AM/Rio de Janeiro - RJ: Tenho sim, Roberto. Secretário, um setor que o Brasil deveria estar liderando, mas isso ainda não acontece, a 'w no desenvolvimento de energias renováveis, nós temos, sol, ventos, estamos também avançando na geração de biomassa, e, mas essas energias renováveis ainda não proporcionam, né, uma liderança para o Brasil, o que é preciso fazer para que se possa reverter esse quadro?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Marcelo, na verdade o Brasil, eu diria, o Brasil já lidera, já lidera na questão de uso de energias renováveis na sua matriz elétrica e na sua matriz energética, foi pioneira mais de 40 anos no uso do etanol pra combustível e agora uso de outras fontes de biomassa para produção da energia elétrica. O que é importante aqui para nós todos na nação? É manter a nossa matriz energética diversificada, sofisticarmos esse sistema de produção de energia, o Brasil é um país que tem ambição de crescimento, a população cresce, vamos precisar sim de cada vez mais de energia, temos liderança, pra você ter uma ideia, nosso uso por exemplo, eu não me lembro os números agora, mas o crescimento de energia eólica, foi dos países que mais cresceu ultimamente, sem a necessidade de colocar subsídios como muitos países europeus fazem, por exemplo. Estamos trabalhando a parte de inovação, foi parte de uma discussão com os chineses recentemente, fortemente também em aprimorarmos o uso da energia solar no Brasil, eu acho que o tema... muito pertinente sua pergunta, e o tema está vindo, está vindo de uma maneira muito forte.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Muito obrigado, Marcelo José pela participação no Programa Brasil em Pauta. E do Rio de Janeiro nós vamos agora para a Rio Grande do Sul, vamos conversar com José Augusto Valerão da rádio Cultura Rio Grandina 740. Olá José Augusto, bom dia a você. Não, conseguimos o contato com José Augusto, então vamos chamar agora a rádio Amazonas FM, é de lá que fala Patrick Motta. Bom dia, Patrick, está nos ouvindo?



REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM/Manaus - AM): Olá, bom dia para você, para os ouvintes da rádio Amazonas, aqui em Manaus e também para o país inteiro. Bom dia Sr. Secretário.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Bom dia, Patrick.



REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM/Manaus - AM): Senhoras e senhores ouvintes, nós temos um questionamento sobre essa informação que a gente está acompanhando, que é bem interessante, porque mais uma vez, o Governo Brasileiro parece ser subserviente às determinações dos Estados Unidos no que se refere as questão ambientais. O governo estadunidense diz que faz isso e o governo brasileiro diz: sim, senhor. Exemplo claríssimo disso é que os Estados Unidos dizimaram os índios deles, mostraram esse massacre em centenas de filme e hoje tentando apagar o passado sombrio, se intrometem nas questões indígenas de países como o Brasil mesmo, que protegem seus e suas florestas em que pesem problemas. E mais, Secretário, a maior parte da nossa imprensa brasileira também subserviente ou parece ser, quando trata o governo estadunidense como governo americano, quando chama o presidente estadunidense com presidente americano, ora México e Canadá também fazem parte da América do Norte, no entanto, a nossa imprensa não os chama de Presidentes americanos, com base nisso eu pergunto, Secretário, quando é que o Brasil, detentor da maior parte da floresta Amazônica e dono da maior bacia hidrográfica de água doce do mundo, vai ditar as regras internacionais de mudanças climáticas, ou vai continuar dizendo 'yes, sir' à quem sempre poluiu e destruiu o planeta?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Obrigado Patrick, bastante provocadora sua colocação, tua pergunta. 'No sir'. E tenho certeza que é o contrário, o interesse do Presidente Obama, em ter uma parceria com o Brasil, se deveu justamente pelo Brasil ter mostrado a liderança na redução dois gases efeito estufa, a redução do Brasil é a mais importante em escala global, por isso o interesse do lado da América do Norte para com o nosso caso aqui no Brasil. Como você muito bem sabe, o Brasil é um país soberano, toma as suas decisões de uma maneira soberana. Provavelmente como você bem colocou, o Brasil tem oito milhões e meio, mais ou menos, de quilômetros quadrados de área, temos hoje um milhão de quilômetros quadrados em unidades de conservação, principalmente no Amazonas, tua região aí que a gente preza muito, né, como um bem pra nação brasileira e pra toda sociedade global. E temos mais um milhão de quilômetros quadrados em terras indígenas, ou seja, o Brasil trata a questão ambiental e indígena de uma maneira muito soberana e tranquila.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Obrigado, Patrick Motta, aliás, Patrick Motta, você tem mais alguma pergunta ao secretário?



REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM/Manaus - AM): Sim, sim, tenho sim. Secretário, sobre a intenção do governo brasileiro em atingir em 2030 a participação de 28% a 33% de fontes renováveis, além da geração hidráulica ou hidroelétrica, eu pergunto, como fazer isso se a cada intenção de construção de grandes obras, como as hidroelétricas que estão sendo construídas aqui no Norte do Brasil, surgem obstáculos que vão desde greves até liminares, que muitas não sabemos quem verdadeiramente está por trás disso, e nos entendemos que a nossa região tem que ser preservada sim, mas como é que a gente vai poder chegar a esse percentual, hein, Secretário?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Exatamente, esse é um ponto bastante importante que você levanta, apesar disso a intenção evidente da nação brasileira e de todos os especialista dentro e fora do governo, inclusive a sociedade civil, inclusive aí do Amazonas que nós temos conversado, não é utilizar cem por cento do potencial que existe na Amazônia brasileira para hidroeletricidade, uma parcela dele, de uma maneira muito transparente, muito consciente e com muita participação, claro o país tem que debater, nós vamos precisar de energia no futuro, por várias razões, bem-estar da população, crescimento econômico, integração das regiões e vamos precisar sim também da parte de uso da hidroeletricidade na Amazônia nós já temos planos da longo prazo que já estão em execução, investimentos pesados de longo prazo que já estão em execução, aproximação com a inteligência nacional, inclusive dentro do setor privado, utilização de novas fontes renováveis em combinação com a hidrelétrica, é desse modo que nós vamos alcançar essa meta.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: Muito obrigado, Patrick Motta da rádio Amazonas de Manaus, pela participação aqui do programa Brasil em Pauta, que hoje recebe a Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink. Lembrando a você que a NBR, a TV do governo federal, apresenta a gravação dessa entrevista em horários alternativos na sua programação. Secretário, um pouco antes do programa nós conversávamos sobre outras ações nessa mesma área e o senhor comentava conosco que foi dado um passo importante para o Plano Nacional de adaptação. O que significa isso, Secretário?



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Roberto, porque as pessoas entendem muito a questão da mudança do clima, é um tema importante, é um tema presente na geração global atual, mas enxergam muito a questão da mudança do clima apenas como uma questão de redução de gases causadores do efeito estufa, evidentemente isso é parte da história, muito importante, o mundo olha muito pra isso, como reduzir gases causadores do efeito estufa? Como os modelos científicos, os estudos científicos já mostram que a mudança do clima já está presente no mundo de hoje e provavelmente em muitas ações, eventos que acontecem inclusive no próprio Brasil, nós temos que estar preparados para essa mudanças e o país, então, lá atrás quando publica e aprova a sua política nacional de mudança do clima, antecipou que seria necessário o país trabalhar na questão de como vamos tratar dentro das políticas públicas das vulnerabilidades e riscos que vão vir junto com as mudanças causadas pela mudança do clima. Por exemplo, em 2013 o governo federal aprovou um plano junto com o Ministério da Saúde dentro da política de mudança de clima, como é que o nosso Sistema Único de Saúde se prepara para a eventos causados na questão de saúde, por adivinhos da questão da mudança do clima, por exemplo, se nós formos passar por questões ondas de calor, como é que o Sistema de Saúde vai estra preparado pra isso? Doenças tropicais, como é que vamos estar preparados pra isso. E o Plano Nacional trata não só da saúde, vai tratar de vários temas, infraestrutura brasileira, a questão hídrica, segurança alimentar, temos que estar preparados. A ideia então é trabalhar o tema da vulnerabilidade de riscos e anteciparmos via políticas públicas investimentos a esse tema.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: E daí a necessidade da consultar todos os segmentos da sociedade.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Sempre, essa é uma característica das políticas públicas e particularmente da política nacional sobre mudança do clima, todos os planos setoriais, os comitês gestores, os comitês de integração, todos eles, as novas ideias, os novos planos passam por Audiência Pública.



APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: E nós então com estas colocações do Secretário Carlos Klink, encerramos o programa de hoje agradecendo a todos que participaram, lembrando que o áudio dessa entrevista vai ser disponibilizado ainda hoje na página da EBC Serviço na internet, www.servicos.ebc.com.br. Eu agradeço bastante ao Secretário Carlos Klink pela participação aqui no programa.



SECRETÁRIO CARLOS KLINK: Grande prazer, foi uma satisfação enorme estar aqui com você e com todos os ouvintes da rádio pelo Brasil todo.





APRESENTADOR ROBERTO CAMARGO: E agradecemos também a todos que estiveram conosco enviando suas e nos acompanhando pela rádio e pela TV. Até o próximo programa.