31/07/2013 - Fernando Bezerra falou sobre a integração do rio São Francisco, irrigação e socorro aos municípios atingidos pela seca
O Bom Dia Ministro desta quarta-feira (31) entrevistou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. No programa, o ministro falou sobre a política de irrigação, a integração do rio São Francisco e sobre as ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais em cidades com situação de emergência reconhecida ou em estado de calamidade pública.
12/12/2016
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APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil. Eu sou Kátia Sartório e começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Aqui no estúdio da EBC Serviços hoje, o nosso convidado, o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Seja bem-vindo, Ministro. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Muito obrigado, Kátia. Bom dia. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Bom dia! Na pauta do programa de hoje, o Ministro vai conversar com a gente sobre a integração do Rio São Francisco, a irrigação e o socorro aos municípios atingidos pela seca. O Ministro já está pronto para conversar com emissoras de rádio de todo o país. Neste momento, Ministro, vamos chamar a Rádio Juazeiro 1190 AM, de Juazeiro, na Bahia. Quem está lá é Ramos Filho. Olá, Ramos, bom dia para você. REPÓRTER RAMOS FILHO (Rádio Juazeiro 1190 AM / Juazeiro – BA): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro Fernando Bezerra Coelho e todos que estão ligados no programa Bom Dia, Ministro. Ministro, eu gostaria de saber se o senhor já foi informado de uma manifestação de produtores rurais do perímetro de Salitre, aqui em Juazeiro, que aconteceu nesta terça-feira, inclusive eles ocuparam o prédio da 6ª Superintendência Regional da Codevasf com uma ampla pauta de reivindicações, entre as quais a escrituração dos lotes, melhor infraestrutura para o perímetro irrigado Salitre, e também eles protestam contra o modelo de cobrança de água via PPPs. Eu gostaria de saber se o senhor foi informado dessa manifestação, desta pauta de reivindicações e qual deve ser o posicionamento do Ministério em relação ao assunto, Ministro. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia, Ramos Filho. É um prazer enorme estar falando com você através do seu programa aí na Rádio Juazeiro. Aproveito para cumprimentar a todos os amigos aí do São Francisco, da Bahia, e de forma particular, aqueles que trabalham no Projeto Salitre. Sim, nós fomos, sim, informados dessa movimentação, desse movimento reivindicatório aí dos colonos, dos produtores do Projeto Salitre no sentido de solicitar maior atenção por parte da Codevasf no que diz respeito aos cuidados com a infraestrutura de drenagem. Na realidade, Ramos Filho, nós temos duas situações aí no Salitre. Uma primeira é que uma parte do projeto foi ocupado por pessoas ligadas ao MST. Nós temos tido reuniões permanentes com as lideranças do movimento, estamos encaminhando uma solução para essa situação e eu acredito que nos próximos 30 dias, nós vamos chegar a esse entendimento no sentido de preparar o Projeto Salitre para a sua segunda etapa. Como você sabe, a primeira etapa do Projeto Salitre foi concluída ainda na administração do Presidente Lula, e agora nós estamos prontos para nos próximos 30 dias, lançar a licitação de mais ou menos R$ 180 milhões para irrigar mais de 7 mil hectares, totalizando 12 mil hectares do Projeto Salitre. E nós vamos chegar a esse entendimento no sentido de melhor ocupar, sobretudo com os pequenos agricultores essa área, aí, do Projeto Salitre. Em relação à área já em funcionamento, nós estivemos há uns quatro meses atrás, na companhia do Governador Jaques Wagner, entregando sistemas de abastecimento de água para os povoados, para as vilas do Projeto Salitre, e nós vamos sim, atender às reivindicações. Parte delas são reivindicações justas. E em relação à questão da modelagem, eu acho que estamos vivendo a primeira experiência do novo modelo de irrigação, que é o modelo através da parceria pública-privada. Tivemos um êxito grande na licitação do Projeto Pontal, aí do outro lado de Juazeiro, em Petrolina. Havia sempre uma resistência, um preconceito, achando que a PPP iria favorecer as grandes âncoras agrícolas, as grandes empresas, o que não foi o caso do Projeto Pontal. Todo o Projeto Pontal será ocupado com colonos, com pequenos produtores rurais, e aí em Juazeiro, pelo menos 25% da área do Projeto Salitre, que é uma área enorme, de quase 30 mil hectares, será ocupada também por pequenos produtores rurais. E o preço da água é o preço da água em qualquer modelo, seja o preço da água cobrada pelo distrito de irrigação, seja o preço da água cobrada através da implantação desse modelo de parceria pública-privada. Não muda o preço da água. Tanto que no Projeto Salitre, quem opera o sistema de distribuição de água é o distrito de irrigação, que é composto pelos pequenos produtores. E assim vai continuar. Não vai haver mudança na operação e gestão do Projeto Salitre. Portanto, têm muitos ruídos na comunicação, mas nós estamos abertos para receber uma comissão dos representantes do Projeto Salitre, no sentido de a gente poder chegar a um consenso e chegar a um bom termo nesse processo de reivindicação. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ramos Filho, da Rádio Juazeiro, você tem outra pergunta? REPÓRTER RAMOS FILHO (Rádio Juazeiro 1190 AM / Juazeiro – BA): O Ministro citou aí a inauguração de obras do Programa Água Para Todos, em março, junto com o Governador Jaques Wagner, mas as comunidades do Salitre, Ministro, reclamam que essa água, de fato, ainda não chegou. As obras não ficaram concluídas, as adutoras não estão funcionando. E a gente gostaria de saber qual o posicionamento também do senhor, porque a Codevasf é a responsável pela execução dessas obras. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: De fato, Ramos Filho, nós entregamos parte do sistema, e o sistema foi entregue aí, a Prefeitura Municipal de Juazeiro que opera o sistema de água e esgoto da cidade. Juazeiro tem, portanto, um sistema autônomo. Aquilo que nós fizemos a entrega aí em Juazeiro, com a presença do Governador Jaques Wagner, no Dia Mundial da Água, esse sistema está operando, porque quando estive recentemente em Petrolina, havia reclamação de deficiência nesse sistema que foi inaugurado, e o pessoal da Codevasf esteve no distrito, agora não me recordo o nome do povoado que nós inauguramos, é o sistema de abastecimento de água. E, de fato, nós conseguimos colocar em funcionamento, como estamos fazendo em diversas cidades da Bahia. Nós estamos agora para inaugurar um sistema de abastecimento de água em Casa Nova, estamos lançando o sistema de abastecimento de água em diversas cidades do interior da Bahia e de outros estados do Nordeste. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação da Rádio Juazeiro, do Ramos Filho, aqui no Bom Dia, Ministro com a gente. Ministro Fernando Bezerra, vamos agora ao Rio de Janeiro conversar com a Rádio Tupi do Rio. Ana Rodrigues, bom dia. REPÓRTER ANA RODRIGUES (Rádio Tupi / Rio de Janeiro – RJ): Bom dia. Bom dia amigos aí de todo o Brasil, acompanhando aí o Ministro Fernando Bezerra. Nós gostaríamos de destacar principalmente, Ministro, a preocupação com a questão da atuação da Defesa Civil. Nós estamos no período do inverno, mas já nos preparativos para as atitudes preventivas do verão, que sempre traz chuvas e muitos problemas no nosso país. O cartão da Defesa Civil é um projeto que está sendo implementado e que já beneficiou muitos municípios do país. Mas nós gostaríamos de saber efetivamente como garantir a distribuição dos recursos que estão sendo destinados a esses municípios com transparência e também com a agilidade na realização de obras e ações que possam realmente efetivamente diminuir os riscos no período do verão. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia, Ana Rodrigues, é um prazer participar do seu programa aí na Rádio Tupi. Você faz uma boa pergunta. Na realidade, ela se desdobra em duas questões. A primeira é a utilização do cartão de pagamento de Defesa Civil, que é um instrumento que nós desenhamos aqui no Ministério da Integração para agilizar o repasse de recursos para atender e assistir à população que enfrenta as dificuldades quando da ocorrência do desastre natural. São recursos voltados para a assistência e socorro. Hoje, o cartão de pagamento da Defesa Civil já está sendo utilizado por 18 estados brasileiros e mais de cem municípios já tiveram a experiência exitosa na utilização do cartão de pagamento da Defesa Civil. A outra questão que você coloca são os investimentos em prevenção. Como a gente remediar, mitigar, minimizar as consequências quando da ocorrência de eventos extremos, sobretudo aí no Rio de Janeiro, que vem sendo severamente castigado, sobretudo na região serrana, na Baixada Campista, na própria região metropolitana do Rio de Janeiro. E a única solução é ampliar os investimentos em prevenção, sobretudo em macrodrenagem, sobretudo em canais extravasores, em diques de contenção de cheias como nós estamos fazendo. Desde o ano passado, que foi lançado o Plano Nacional de Prevenção, a Presidenta Dilma priorizou a alocação de mais de R$ 16 bilhões que estão sendo investidos através do Ministério das Cidades e também através do Ministério da Integração Nacional para diversas obras nas principais bacias hidrográficas e nas principais cidades brasileiras que são consideradas alvos recorrentes de desastres naturais. Nós identificamos 800 cidades brasileiras nessa situação, e elas estão sendo beneficiadas com fortes investimentos. Aí no Rio de Janeiro, nós estamos fazendo diversas obras de prevenção, diversas obras de proteção. Eu poderia citar as obras de contenção de cheias, sobretudo no nordeste do estado do Rio de Janeiro. O Ministério da Integração Nacional, em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro vai investir mais de R$ 600 milhões em barragens de contenção e em canais extravasores, sobretudo na bacia do Rio Muriaé, para que a gente possa, de fato, minimizar as enchentes recorrentes na região campista. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ana Rodrigues, da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, você tem outra pergunta? REPÓRTER ANA RODRIGUES (Rádio Tupi / Rio de Janeiro – RJ): Sim, Kátia. Nós gostaríamos também de destacar com o Ministro Fernando Bezerra a distribuição dos kits que a Secretaria Nacional da Defesa Civil está distribuindo para regiões com registro de desastres naturais. E nós gostaríamos de saber em que consistem esses kits e como estão sendo usados. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: O kit é um instrumento que está sendo utilizado, Ana, para que a gente possa promover a institucionalização das defesas civis a nível municipal, a nível local. O Sistema Nacional de Defesa Civil só funcionará bem se a gente tiver uma Defesa Civil bem organizada a nível local. Nós temos a Defesa Civil Nacional aqui, a Secretaria Nacional de Defesa Civil, nós criamos o nosso Cenad, que é Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres Naturais, que trabalha integrado com Cemaden, que é o instituto ligado ao Ministério de Ciências e Tecnologia que passa as informações de previsão de clima e tempo, para que a gente possa ter com certa antecedência a informação para preparar as populações para a ocorrência do evento extremo. Então, esses kits, é uma ajuda à doação de veículos, de GPS, de tablets, para que os municípios, sobretudo aqueles 800 que foram identificados como prioritários para a intervenção do Governo Federal, que eles possam organizar e estruturar as suas defesas civis. Nessa primeira etapa nós estamos entregando ao longo dos últimos 30 dias esses kits da Defesa Civil para 102 municípios brasileiros. Eu ontem estive em Cuiabá, e fiz a entrega para quatro municípios do Mato Grosso, desses kits, e o secretário nacional de Defesa Civil, Coronel Humberto Viana, também vem realizando as entregas em diversos estados brasileiros. Esse é um esforço para que a gente possa melhorar, sobretudo, essa cultura da prevenção. Ao lado dos kits, nós também estamos realizando diversos simulados. Mais de 19 estados brasileiros já foram contemplados com a realização de simulados. Mais de 5 mil pessoas participaram desses simulados. Então, a ideia, todo o esforço é que a gente possa criar uma cultura de prevenção nas cidades aonde ocorrem os eventos extremos. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ana Rodrigues, da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro, que recebe hoje o Ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional. Ministro, vamos agora a Manaus, no Amazonas, conversar com a Rádio Amazonas FM. Patrick Mota, bom dia! REPÓRTER PATRICK MOTA (Rádio Amazonas FM / Manaus – AM): Bom dia, Kátia Sartório, senhoras e senhores ouvintes, e bom dia, Ministro. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia, Patrick. É uma alegria voltar a falar contigo. REPÓRTER PATRICK MOTA (Rádio Amazonas FM / Manaus – AM): A recíproca é verdadeira, Ministro. Ainda nessa linha da Defesa Civil, a gente observa que a Secretaria Nacional de Defesa Civil vem reforçando as ações de socorro e assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais em cidades em situação de emergência reconhecida ou em estado de calamidade pública. Então, eu pergunto, Ministro: As defesas civis estaduais e municipais têm mantido contato com a Secretaria Nacional de Defesa Civil em busca de orientações às populações durante situações de desastre, ou ninguém fala nada, ninguém procura nada, e só quando ocorre o problema é que vem aquele monte de gente lá, buscando informações? MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Não, Patrick. A sua pergunta é muito boa, e eu gostaria de sublinhar que nesses últimos dois anos tem havido uma integração cada vez maior com os sistemas de defesas civis estaduais e também municipais com a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Nós temos realizado, ao longo desses últimos dois anos, diversos encontros, diversos eventos. Não só seminários, como congresso nacional, seminários internacionais, temos trazido aqui especialistas de outros países, como Estados Unidos, Itália, Espanha, Japão. Temos celebrado termos de cooperação técnica com esses países amigos para que a gente possa trocar experiências, e, sobretudo, ampliar essa integração. Eu dizia a pouco que um sistema adequado de Defesa Civil só funciona se a gente tiver também sistemas municipais de defesas civis eficientes. Por isso que estamos estimulando a criação da institucionalidade a nível dos municípios. Ou seja, ter uma secretaria, ter uma diretoria de Defesa Civil organizada que possa estar em permanente contato, não só quando da ocorrência do desastre, mas, sobretudo, ao longo do ano, na preparação, procurando realizar simulados, procurando realizar atividades. Por exemplo, os agentes comunitários de saúde receber treinamentos para poder conhecer quais são as áreas de risco das suas cidades, avisar a população para quando vier uma cheia, que a população saiba para onde deslocar, para tomar os cuidados no sentido de não contrair doenças, sobretudo as doenças que são levadas pelo consumo de água imprópria. Então, tem uma série de ações que estão sendo feitas de forma permanente para que a gente possa criar uma efetiva cultura de prevenção. Ao lado disso, Patrick, nós temos intensificado a realização de simulados. No Brasil não havia essa prática. Nós já realizamos simulados em mais de 18 estados brasileiros e já tivemos mais de 5 mil pessoas participando desses simulados, e vamos intensificar, porque com o apoio da imprensa, com o apoio da sociedade civil, os simulados ajudam na criação dessa cultura de prevenção. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Patrick Mota, da Rádio Amazonas FM, você tem outra pergunta? REPÓRTER PATRICK MOTA (Rádio Amazonas FM / Manaus – AM): Sim, Kátia Sartório. Ministro, sobre a seca no Nordeste, a gente também percebe que muitas famílias acabam deixando o Nordeste nessas áreas de seca em busca de melhores condições de vida em outras regiões do país, e com isso essas pessoas, essas famílias acabam inchando mais ainda cidades que já possuem seus problemas. Então, eu pergunto: A integração do Rio São Francisco é a solução definitiva para a questão da seca do Nordeste ou não, Ministro? Ou essa carga toda nas costas desse assunto São Francisco não resolve somente o problema, hein? MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Patrick, a pergunta é boa, mas merece uma pequena correção. Na realidade, essa seca, embora seja a mais grave estiagem dos últimos 50 anos, ela revelou, digamos assim, uma outra cara da seca. Nós não tivemos o êxodo, o chamado êxodo rural, sobretudo a migração de populações do interior do Nordeste se deslocando para outros centros urbanos, seja dentro do próprio Nordeste, seja para fora do Nordeste. Na realidade, o que ficou comprovado é que as políticas de compensação de rendas, as políticas que promoveram a inclusão de milhões de brasileiros que viviam à margem da miséria absoluta, e que ingressaram no mercado de consumo, que se transformaram em verdadeiros consumidores, em verdadeiros partícipes do processo de desenvolvimento, esses brasileiros que moram no interior do Nordeste, mesmo com a seca, conseguiram resistir. Não passaram fome, nós não tivemos nenhum episódio de saque de feira, de saque de comércio. Portanto, eu diria que a política de segurança alimentar do Governo Federal foi posta à prova, e foi, digamos assim, um exemplo claro de que essa política precisa ser mantida e aprofundada. Agora, nós tivemos pesados prejuízos no setor primário da agricultura e da pecuária nordestina. Perdemos rebanhos, perdemos mais de R$ 16 bilhões, segundo os institutos do Nordeste, com os prejuízos da agricultura e da pecuária, e que, portanto, a gente precisa cuidar melhor. A Presidenta Dilma está instituindo através do Plano Safra Semiárido. O objetivo desse plano é tratar de forma diferenciada a agricultura do interior do Nordeste para, sobretudo, a gente ter comida para o animal. Mesmo que venha a seca, a gente poder estar preparado para poder fazer a fenação de comida, de matéria prima como a palma, como a mandioca, como determinadas culturas que são próprias do semiárido nordestino, para que a gente possa atravessar os períodos de longa estiagem. Portanto, eu diria que o que nós estamos vendo com o projeto da integração do São Francisco é uma coisa que o Nordeste ainda não alcançou. E o que é isso? É segurança hídrica. Nós precisamos ter mais reservação de água, e aí o Governo Federal está investindo em diversas barragens. Só para você ter uma ideia, o que o governo da Presidenta Dilma, no PAC 2, está construindo de barragens no Nordeste brasileiro, representa tudo que foi construído no Nordeste em termos de reservação, com exceção daqueles investimentos feitos no estado do Ceará, mas englobando todos os demais estados nesses quatro anos da administração da Presidenta Dilma, nós deveremos elevar a capacidade de acumulação de água do Nordeste em quase 7 bilhões de metros cúbicos. E o projeto da integração, ele tem o espírito de fazer a água caminhar, de distribuir a água, de aproximar a água das populações, sobretudo, das populações que vivem na zona rural. Nós temos 220 quilômetros de extensão no eixo leste, e temos 260 quilômetros de extensão no eixo norte. Essa água, por exemplo, as pessoas perguntam: “Qual é a funcionalidade desses dois eixos?”. Eu vou dar só um exemplo para que você possa avaliar como essas obras já vêm impactando de forma positiva a população do Nordeste. A água que está no Castanhão, que vai receber a água do São Francisco, através de uma obra que nós fizemos, que é o eixão das águas, que pega a água no Castanhão e está levando ela até Fortaleza. Se não fosse as obras do eixão das águas do Ceará, a cidade de Fortaleza, em setembro do ano passado teria entrado em colapso d'água. Hoje, mais de 2/3 da água que o povo da região metropolitana de Fortaleza está bebendo é a água que vem de obra do PAC 2, que está distribuindo a água do Castanhão para as populações que vivem no derredor da capital cearense, que é Fortaleza. E o Castanhão vai receber a água do São Francisco. E a água do São Francisco vai começar a rolar nos dois eixos no ano de 2014, com 100 quilômetros de água no eixo leste e 100 quilômetros de água no eixo norte. E todo o empreendimentos vai estar pronto no final de 2015. Agora, a obra da transposição vai ensejar outras grandes obras. Por exemplo, a partir de Jati, no estado do Ceará, nós vamos ter um outro canal, que é o cinturão das águas cearenses. São 150 quilômetros de canal que vai levar a água do São Francisco para o Cariri cearense - Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Nova Olinda. Nós estamos fazendo uma outra obra que se chama Vertentes Litorâneas da Paraíba, que vai pegar a água em Monteiro, que é o final de eixo leste, e vai levar água até Araçagi, já na divisa da região metropolitana de João Pessoa. Uma outra obra muito importante, Kátia, que está sendo feita, é também a Adutora do Agreste, que vai pegar a água no eixo leste da transposição, na altura de Sertânia, e vai levar a água para 60 municípios do estado de Pernambuco. Portanto, eu diria que a obra da transposição inaugura um novo momento na política de infraestrutura hídrica do Nordeste. Nós nunca vimos obras dessa dimensão sendo feitas no Nordeste, portanto, é um primeiro grande passo. E a obra da transposição, sim, vai assegurar aquilo que a gente sonhou por tantas gerações, que é legar ao Nordeste a segurança hídrica que o Nordeste precisa para conviver melhor com períodos de estiagem, que são tão frequentes na nossa região. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação de Patrick Mota, da Rádio Amazonas FM no Bom Dia, Ministro, programa que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços. Ministro Fernando Coelho, vamos agora a Garanhuns, Pernambuco. Sua terra, Pernambuco, falar com a Rádio Marano FM, onde está Luciano André. Olá, Luciano, bom dia para você. REPÓRTER LUCIANO ANDRÉ (Rádio Marano FM / Garanhuns – PE): Olá, Kátia, muito bom dia. Bom dia, Ministro, nosso conterrâneo. Ministro, a nossa primeira pergunta para o senhor dá-se justamente a respeito do projeto de integração do Rio São Francisco. Esta obra contempla 12 trechos e também 16 etapas da construção. Nós gostaríamos de saber do senhor em que passo está esta obra e quando ela efetivamente será entregue à população. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Luciano, muito obrigado. É uma alegria poder participar do seu programa aí na Rádio Marano. E a sua pergunta é muito oportuna. Na realidade, nós estamos comemorando nesta semana, Luciano, a plena remobilização da obra do São Francisco. Por que eu falo plena remobilização? Porque estamos concluindo o processo licitatório das duas últimas frentes de serviço. Uma que nós chamamos da meta 3L, que é o final da obra da transposição no eixo leste, ali na altura de Sertânia, até chegar a cidade de Monteiro, na Paraíba. E a obra 3 Norte, que no estado do Ceará já se aproximando da Paraíba, que seria a conclusão dos antigos lotes 6 e 7 que foram interrompidos. Portanto, com essas duas últimas frentes de serviços, nós vamos estar com toda a obra da transposição plenamente remobilizada. Só para você ter uma ideia, Luciano, nós hoje temos mais de 5,8 mil pessoas trabalhando na obra da transposição. Quase 2 mil equipamentos. E até o final de setembro, nós deveremos alcançar 8 mil pessoas trabalhando na obra da transposição. Inclusive no mês de setembro, estamos organizando uma visita da Presidenta Dilma às frentes de serviço. Nós já temos diversas frentes de serviço trabalhando em dois turnos. Nós temos trabalhos noturnos em diversas frentes de serviço, porque a orientação da Presidenta Dilma é não faltar dinheiro para essa obra, e a gente poder, de fato, já ver a obra funcionando a partir do próximo ano. O nosso compromisso é ter 100 quilômetros de água no eixo leste, ali na altura de Floresta, onde se dá a captação de lago de Itaparica e levar a água até a barragem de Bagres, no município de Custódia. Ali dá 100 quilômetros de água. E vamos também ter 100 quilômetros de água no eixo norte, na captação em Cabrobó, ali no Rio São Francisco, e levar a água até a barragem de Milagres, no município de Verdejante, já na fronteira com o Ceará. E queremos estar com toda a obra concluída, Luciano, até o final de 2015, quando a obra, portanto, vai ensejar a oportunidade de levar água aí para o Agreste meridional de Pernambuco. Várias cidades aí do entorno de Garanhuns, eu poderia citar, por exemplo, Bom Conselho, que é uma importante bacia leiteira, que recebeu importantes investimentos no setor agroindustrial. Garanhuns também que recebeu diversos investimentos na produção de leite, vai agora poder também contar com água do São Francisco a partir de 2015. A Adutora do Agreste já começou a ser executada. Eu tive a alegria, ao lado do Governador Eduardo Campos, de estar na cidade de Pesqueira há 60 dias atrás, quando demos a ordem de serviço para a maior obra hídrica da história de Pernambuco, que é a Adutora do Agreste. Vamos investir só nessa primeira etapa da Adutora do Agreste R$ 1,5 bilhão, e 23 cidades pernambucanas estarão sendo contempladas. Toda a Adutora do Agreste vai demandar investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões, e vamos levar água para 60 cidades do Agreste pernambucano. Nessa primeira etapa, cidades como Pesqueira, Belo Jardim, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama são cidades que serão beneficiadas pelas águas do São Francisco. Portanto, eu reputo a obra da transposição como uma obra que inaugura um novo tempo, uma nova política no enfrentamento daquilo que o Nordeste sempre sonhou, que é poder alcançar segurança hídrica. As secas são recorrentes, nós temos catalogados na história do semiárido nordestino mais de 76 secas, e a gente precisa, portanto, é reforçar a nossa infraestrutura hídrica para que a gente possa ter as condições de melhor conviver quando da ocorrência dessas estiagens. Não só garantindo as condições de água para beber, mas também de água para produzir, para que as atividades produtivas não se ressintam tanto quanto se ressentiram quando da ocorrência dessa seca. Por exemplo, a produção de bacia leiteira de Pernambuco foi afetada em mais de 70%. Nós tivemos uma redução na produção de área de leite, Pernambuco chegou a alcançar 2,3 milhões de litros por dia, chegamos aí na região de Garanhuns a conviver com uma produção inferior a 800 mil litros de leite por dia. Portanto, temos que fazer todo um trabalho de recuperação do rebanho, de recuperação da produção alimentar para esse rebanho, e nós estamos compromissados com isso. Tanto assim que a Presidenta Dilma lançou o Plano Safra Semiárido, que cria condições diferenciadas de crédito para apoiar os pequenos agricultores, os pequenos criadores no sentido de refazer o seu rebanho e dar as condições mínimas para que a gente possa resgatar as atividades produtivas do semiárido nordestino. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigado, Luciano André, da Rádio Marano FM de Garanhuns, Pernambuco, pela participação com a gente no Bom Dia Ministro. E de lá vamos a Fortaleza, ministro, falar com a Rádio Tribuna Bandnews, onde está Alex Mineiro. Olá, Alex, bom dia. REPÓRTER ALEX MINEIRO (Rádio Tribuna Bandnews / Fortaleza – CE): Bom dia Kátia Sartório, ministro, Fernando Bezerra. O governo tem anunciado constantemente medidas emergenciais de convivência com a seca, mas a obra estruturante de efeito permanente, de combate a estiagem, e muito aguardada, ministro, não só pelo Ceará, mas por outros estados nordestinos, é a transposição do Rio São Francisco. Ministro, o senhor esteve recentemente vistoriando as obras nos trechos que passam pelos municípios de Jati no Ceará, e Salgueiro em Pernambuco, então, diante da visita que avaliação o senhor faz em relação às obra nesse trecho. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Alex, boa pergunta, mas também uma boa informação também para você. Na realidade as obras do PAC 2 que nós estamos executando aí no Ceará, e não é pouca obra, é muita obra, nós estamos entregando aí diversas barragens, recentemente eu fui aí para inaugurar ao lado do governo Cid Gomes a Barragem de Figueiredo. Anteriormente já tinha entregue a Barragem de Missi, estamos lançando o edital para construção da barragem de Fronteiras, estamos construindo a barragem de Lontras, portanto o estado do Ceará vem sendo contemplado com fortes investimentos do governo federal para ampliar ainda mais a capacidade de reservação e acumulação de água. Mas uma obra que eu reputo como muito importante, sobretudo, para vocês que moram aí na capital, em Fortaleza, é a obra do eixão das águas. Como você sabe o eixão das águas pega a água lá do Castanhão, e ela está chegando com a água do Castanhão em Fortaleza e vai chegar até setembro do Pecém. No complexo industrial portuário do Pecém. Eu não sei se você sabia, Alex, mas 2/3 da água que você está bebendo aí em Fortaleza já vem do Castanhão, são investimentos relevantes do governo federal que evitou o colapso de água no abastecimento de Fortaleza e da região metropolitana de Fortaleza. Agora, a obra da transposição, nós estamos comemorando nesse mês de julho o fim do ciclo do processo de licitação, nós estamos concluindo as duas últimas frentes de serviço, a meta 3L que é de Sertânia até a cidade de Monteiro na Paraíba, lá do eixo leste. E a meta 3 Norte, que é aí no Ceará, na cidade de Mauriti, e na cidade também de São José de Piranhas já na Paraíba. São os antigos lotes 6 e 7, que são as duas últimas frentes de serviços. Como você observou bem, eu já tive esse ano visitando por nove vezes as obras de transposição do São Francisco. A minha última visita foi na cidade de Jati, que tem trabalho noturno, estamos trabalhando de dia e de noite para que a gente possa concluir o quanto antes essa obra da transposição. É com alegria que eu lhe informo, Alex, estamos mais 5.800 homens trabalhando na obra, são quase 2 mil equipamentos. E em setembro nós estamos organizando uma visita da presidenta Dilma às diversas frentes de serviço, em setembro a gente deve estar se aproximando de 8 mil homens trabalhando na obra da transposição, e deveremos ter mais de 3 mil equipamentos mobilizados. O nosso compromisso com a presidenta é ter 100 quilômetros de água no eixo leste, e 100 quilômetros de água no eixo Norte, até o final de 2014. E toda a obra da transposição concluída, até o final de 2015. Agora, uma outra notícia muito boa, da última visita da presidenta Dilma aí em Fortaleza, eu tive a alegria, ao lado do governador Cid Gomes, que dar também ordem de serviço para a mais importante obra hídrica da história do Ceará, que é o cinturão das água cearense, o Cac. Que vai pegar a água no Jati, e vai levar a água para todo o Cariri cearense. Levando água para Nova Olinda, Crato, Juazeiro, Barbalha. Portanto, essa obra já está se iniciando. E nós estamos agora numa tão competição. O governo do estado fazendo o Cac e o Governo Federal concluindo o eixo Norte para a gente possa alimentar essa primeira etapa do cinturão das águas do Ceará, no sentido de a gente poder legar ao povo do Ceará a tão sonhada segurança hídrica. No sentido de não tenhamos problemas tão sérios como nós tivemos quando da ocorrência dessa última estiagem que trouxe realmente grandes prejuízos para a atividade da agricultura e da pecuária no semiárido. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Alex Mineiro, da Rádio Tribuna Bandnews de Fortaleza no Ceará, você tem outra pergunta para o ministro? Alex? Alex Mineiro? Perdemos o contato com Alex Mineiro da Rádio Tribuna Bandnews e agradecemos a participação da emissora no nosso programa. Ministro, vamos agora à Teresina, no Piauí, conversar com Rádio Pioneira AM, onde está Gil Costa. Olá, Gil, bom dia para você. REPÓRTER GIL COSTA (Rádio Pioneira AM / Teresina - PI): Bom dia, Kátia, bom dia, Ministro Fernando Bezerra. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia, Gil. REPÓRTER GIL COSTA (Rádio Pioneira AM / Teresina - PI): Uma das saídas para o problema do Nordeste seria a irrigação, por sinal o governo lançou um programa de irrigação. Queria saber até do senhor, ministro, como é que está o Piauí, o quê que requisitou nesse sentido, o quê que apresentou a nível de projetos. E também nós temos a nível de irrigação dois grandes..., nós temos os tabuleiros litorâneos e os Platôs de Guadalupe, que significam produção de fruta em alta escala no Piauí, inclusive para exportação. Como é está, inclusive, a conclusão desses dois projetos e essa questão do projeto de irrigação no Piauí? MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Gil Costa, é uma alegria poder participar aí do seu programa, na Rádio Pioneira, e agradecer aí pela sua pergunta, sobre os investimento que estamos realizando em irrigação. A primeira informação que eu gostaria de trazer é que presidenta Dilma priorizou os investimento em irrigação, ela criou uma secretaria nacional de irrigação para poder articular melhor as políticas públicas voltadas a essa área. Nós estamos hoje com um programa que foi lançado em novembro do ano passado que é programa mais irrigação. Esse programa trabalha em diversas frentes, uma das frentes é revitalizar perímetros que já foram implantados há muito tempo que estão precisando de novos sistemas de irrigação, mais modernos, mais eficientes, do ponto de vista do consumo de água, e também expandir as áreas irrigadas no Nordeste. Porque a irrigação provou ser a melhor política para a geração de emprego e para a geração de renda dentro do semiárido. O grande exemplo disso, como você sabe, é o exemplo de Petrolina, Juazeiro, que tem hoje mais de 120 mil hectares irrigados em plena produção e gera feito muito emprego, e é responsável por toda a dinâmica econômica que a gente tem ali, em Petrolina, em Juazeiro. E no Piauí nós vamos concluir os investimentos tanto do Tabuleiro Litorâneo quanto do Platô de Guadalupe. Recentemente eu estive no Piauí, na companhia de governador Wilson Martins, para que a gente pudesse dar a ordem de serviço na conclusão das obras do Tabuleiro Litorâneo, e estamos já lançando nos próximos dias audiência pública para licitação através de CDRU, que é cessão do direito real de uso, de uma área de 8 mil hectares, no Platô de Guadalupe, onde já temos empresas interessadas em explorar essa área e que vai gerar novos e importantes investindo na agroindústria e na produção também agrícola. Portanto, eu estou muito animado com as perspectivas da conclusão dos investimentos tanto no Tabuleiro Litorâneo quanto do Platô de Guadalupe. Mas não fica aí. Nós também estamos investindo num novo projeto São João do Piauí, são mais mil hectares irrigados, as obras já se iniciaram, são 80 milhões que o governo federal vai investir em São João do Piauí, já está investindo, e nós queremos concluir esse novo perímetro irrigado no Piauí já no próximo ano. E, além disso, nós temos um eixo de atuação no Mais Irrigação que é aquela irrigação de interesse social, ou irrigação comunitária. O Senador Wellington Dias é um grande entusiasta dessa política, e nós já estamos distribuindo os kits de irrigação comunitária em diversas áreas aí no interior do Piauí. E queremos intensificar para ampliar áreas irrigadas. Onde tiver água, uma fonte perene que possa dar segurança hídrica para o pequeno agricultor, e ele poder plantar hortaliças ou plantar fruta, no sentido de ele melhorar sua renda, essa é nossa ideia, e nós estamos dando velocidade, celeridade. Inicialmente são 20 mil kits de irrigação comunitária serão implantados em diversas regiões do interior do Nordeste, mas já estamos trabalhando pela boa receptividade que esse programa vem tendo, nós queremos ampliar essas metas para a gente possa atender um maior número de beneficiários. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Gil Costa da Rádio Pioneira AM de Teresina, muito obrigada pela participação. E de Teresina vamos Campina Grande,na Paraíba, falar com Rádio Campina FM. Giovani Santos, bom dia. REPÓRTER GIOVANI SANTOS (Rádio Campina FM / Campina Grande – PB): Bom dia a todos da Rádio, da TV NBR! Receba o abraço de todo o povo paraibano neste momento! Minha pergunta ao Ministro Fernando Bezerra remete, inclusive, a uma declaração dada hoje pelo deputado estadual Assis Quintans ,Democratas. Deputado que integra a comissão que está a fiscalizar todas as obras da transposição. O deputado disse que R$ 8,2 bilhões foram gastos nessa obra, e que segundo, ele, Ministro, não tinha projeto executivo. O que eu queria que o senhor esclarecesse nesse momento, para todos que nos acompanham, é se de fato as obras de transposição do Rio São Francisco começaram sem um projeto executivo? Bom dia. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia, Giovani. É com alegria que participo aí do seu problema na Rádio Campina FM, e é uma alegria poder voltar a falar com todo o bom povo aí da Paraíba. Na realidade nós não gastamos ainda R$ 8,2 bilhões. R$ 8,2 bilhões é estimativa do custo da obra quando ela for concluída. Nós já investimos R$ 3,5 bilhões na obra da transposição, estamos comemorando neste mês de julho a plena remobilização da obra. Inclusive, uma boa notícia que eu vou dar em primeira mão para você aí Giovani. Na próxima semana eu vou estar aí em Monteiro, pertinho de Campina. Nós vamos fazer aí a solenidade ao lado do governador Ricardo, ao lado das lideranças políticas da Paraíba, nós vamos fazer aí uma solenidade para marcar a ordem de serviço da última frente de serviço do eixo leste que é a frente de serviço que vai de Sertânia a cidade de Monteiro. Para que a gente possa então, fazer com que a água do São Francisco chegue aí na Paraíba até o final de 2015. Agora, a outra informação boa que você aí de Campina Grande deve estar sendo informado, que fica bem pertinho aí de Campina Grande, pertinho aí da barragem de Acauã, seria bom programar uma visita num dos maiores canteiros de obra da Paraíba. Eu acho que é o maior canteiro de obra da Paraíba, é a execução do canal adutor Acauã - Araçagi, são mais de 120 quilômetros de canal de água, nós já estamos, Giovani, com mais de 1.200 pessoas empregadas aí nessa frente de serviço, nessa obra. E em setembro, eu vou voltar à Paraíba para poder dar a ordem de serviço do lote três. Nós vamos ter até o final do ano, nessa obra, do canal adutor Acauã - Araçagi, vamos ter mais de 2.500 pessoas trabalhando, para a gente possa colocar água no Rio Paraíba, água do São Francisco, e levar esse canal até Araçagi, já no brejo paraibano, aí nas proximidades da região metropolitana de João Pessoa, que vai marcar um novo tempo. Esse canal vai propiciar a irrigação de mais de 10 mil hectares aí na Paraíba. Portanto, a obra da transposição é uma obra importante, foi um decisão corajosa de presidente Lula, ter tomado a decisão de construir a obra, obra foi licitada em cima do projeto básico como recomenda a legislação. E o projeto executivo foi desenvolvido na medida em que obra foi avançado. Como toda grande obras de engenheira sempre ocorre distorções entre aquilo que foi orçado no projeto básico e aquilo que é encontrado na realidade de campo. Portanto, eu já tive oportunidade em outras ocasiões, a dizer que as experiências de transposição em outros países do mundo também enfrentaram as mesmas dificuldades que nós estamos enfrentando. São grandes extensões. Isso mexe com terras de indígenas, terras de quilombola, terra de assentamento, isso tem toda uma preocupação ambiental. Só para você ter uma ideia, dos R$ 8,2 bilhões, R$ 1 bilhão é de compensação socioambiental. Não é dinheiro que vai para obra. É para atender 38 projetos básicos ambientais que servem como compensação pela obra estar sendo executada. São obras de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de planos diretores, de conservação dos achados arqueológicos, sobre a origem da civilização do semiárido, da proteção da fauna, da flora, portanto, tem muito investimento que não se traduz em obra civil, e é a preocupação do governo com a sustentabilidade. Construir uma obra que possa dialogar com os interesses da comunidade que está sendo impactada. Portanto, eu estou animado, e acho que a Paraíba será, digamos assim, o grande beneficiário dessa obra da transposição. Até porque a Paraíba tem duas chegadas de água do São Francisco, uma em Monteiro, e a outra lá em São José de Piranhas, lá na Barragem Engenheiro Ávidos. Portanto, nós vamos ter duas grandes alimentações, uma no brejo paraibano, aí na altura de Acauã, na altura de Monteiro, na direção de Campina Grande, e a outra lá na ponta do estado, que é para poder beneficiar o alto sertão paraibano. Portanto, a Paraíba é um dos estados muito bem contemplados, e nós vamos tomando todas as iniciativas para que quando a água do São Francisco chegue, a Paraíba possa aproveitar não só do ponto de vista do abastecimento humano, mas possa aproveitar fins de ampliar área irrigada. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Geovanne Santos, da Rádio Campina FM, Campina Grande, Paraíba, pela participação com a gente no Bom Dia Ministro. Lembrando que a íntegra dessa entrevista está na nossa página na internet, www.servicosebc.com.br. Ministro Fernando Bezerra, vamos agora falar com Rádio Iguaçu AM 830, de Curitiba, no Paraná. Edinei Kicot, bom dia. REPÓRTER EDINEI KICOT (Rádio Iguaçu AM 830 / Curitiba – PR): Bom dia, Kátia. Bom dia, ministro, é um prazer falar com o ministro, e mais uma vez estar participando desse programa. Ministro, sem dúvida, essa nova política nacional de irrigação, sem dúvida é uma programa importantíssimo e com toda a certeza sempre na expectativa de ser cada vez mais ampliados. Eu gostaria que dentro desse enfoque dessa nova política de irrigação, ministro, que o senhor comentasse em relação, de uma forma prioritária, a região sul do país, ministro. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Pois não, Edinei. A pergunta é muito oportuna. Na realidade, a presidenta Dilma, eu falava a pouco, ela criou uma Secretaria Nacional de Irrigação dentro do Ministério da Integração Nacional, para melhor articular as políticas públicas voltadas para área de irrigação. Vou lhe dar um número. O Brasil tem hoje, aproximadamente, seis milhões de hectares irrigados. Mas tem um potencial para irrigar até 30 milhões de hectares. De irrigação pública, com aquilo que nós chamamos de irrigação em perímetro público federal ou estadual, nós temos aí pouco mais de 400 mil hectares. Então quem faz a irrigação no Brasil é o privado, é o produtor rural, que procura ter cada vez produtividades crescentes e compram o sistema de irrigação, para poder não ficar dependendo só da chuva, e muitas vezes ele faz a irrigação apenas de forma complementar para poder ter uma melhor produtividade, seja na soja, seja no algodão. Seja nas mais variadas e diferente culturas. E um dos instrumentos que nós utilizamos para estimular cada vez mais a ampliação da área irrigada no nosso país, e aí, sobretudo, no sul do país, é o mecanismos que foi desenhado pela rede, o que é isso? É a redução da tributação incidente na compra de sistemas de irrigação. O que nós queremos é que a gente possa produzir mais alimento, ou mais frutas, utilizando menos água, porque isso tem a ver com conceito de sustentabilidades. Se a gente consome menos água para produzir os alimentos e as frutas, que nós vamos vender ao nosso mercado interno e ao nosso mercado externo, nós estamos sendo mais eficientes, e nós estamos preservando melhor o nosso meio ambiente. Através desse instrumento da rede, nós estamos desonerando em 9,25% o custo do sistemas de irrigação. Então, estamos divulgando isso em parceria com Secretarias de Agricultura dos estados, sobretudo, trabalhando também, aí no Paraná, desenhando o plano diretores de irrigação, para poder identificar quais são áreas mais propícias a receber investimentos em novos sistemas de irrigação, para se ampliar a produtividade. E eu acredito que nós vamos ter êxito em acelerar a área irrigada do nosso país. A gente tem encontrado muito boa receptividade nos estados do sul, mas temos também encontrado boa receptividade nos estados do sudeste, particularmente nos estados do nordeste. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigadas Edinei Kicot, da Rádio Iguaçu AM, de Curitiba, pela participação com a gente no Bom Dia Ministro, programa que recebe hoje o ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra. Ministro, vamos agora mais uma vez para o Nordeste, mais uma vez para Pernambuco. Vamos falar agora com a Rádio Itapuama FM, de Arcoverde, Pernambuco, onde está João Ferreira. Bom dia João! REPÓRTER JOÃO FERREIRA (Rádio Itapuama FM / Arcoverde – PE): Bom dia. Bom dia, amigos. Bom dia, ministro. Aqui de Arcoverde, eu gostaria de, nesse momento, ministro Fernando Bezerra, fazer uma pergunta referente, exatamente, às águas da transposição de Rio São Francisco, em especial à adutora do Agreste e à adutora Arcoverde, que vai trazer água lá dos poços profundos, do [ininteligível] para a cidade de Arcoverde. E a adutora do Agreste, que vai levar água para mais de 100 municípios, em todo interior de Pernambuco. . Ministro, eu queria saber o seguinte: as obras já foram iniciadas, tanto da adutora Arcoverde como a adutora do Agreste? Bom dia. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia, João Ferreira. É uma alegria participar do seu programa, aí na Rádio Itapuama. E agradecer aí, por sua pergunta. Na realidade, eu tentei ir aí, a Arcoverde, marquei até o dia, peguei o avião aqui em Brasília, tentei descer aeroporto de Caruaru, mas o tempo não permitiu, tinha muita nuvem, eu não pude, na companhia do diretor da CPRM, doutor Tales, participar do início da perfuração dos poços profundos, aí perto, em Ibimirim. São poços de 600 metros, estão sendo feitos com recursos de Ministério de Integração Nacional. A presidenta Dilma autorizou a perfuração de 22 poços profundos em todo nordeste. Pernambuco foi contemplado com quatro poços, dois poços aí em Ibimirim, que é para poder resolver a situação de colapso d'água de Arcoverde. Portanto, já tem dinheiro para os poços. Os poços estão sendo perfurados, tem um que vai ficar pronto, João, agora, já na primeira semana de agosto, o segundo até o final de agosto, início de setembro, e a adutora de Arcoverde, nós autorizamos, a presidenta Dilma autorizou, R4 40 milhões. Dentro dos esforços que estão sendo feitos para a implantação da adutora do Agreste, porque já, essa adutora de Arcoverde vai trazer a água desses poços profundos para poder reforçar a vazão de água ofertada aí no município de Arcoverde. Eu estou muito feliz, quero agradecer o esforço da prefeita de Arcoverde, que teve no meu gabinete, brigando por essa obra, por essa intervenção. Agradecer aí, o apoio do governo do estado, do pessoal da Compesa, que está trabalhando já nas obras da adutora do Arcoverde. E eu quero ir aí, ainda, em agosto, para quando o primeiro poço tiver concluído, a gente poder, quem sabe, já ver uma parte dessa água e já ser injetada na adutora existente, para a gente poder aliviar um pouco essa situação de abastecimento de água por carro pipa, que Arcoverde está vivendo. Portanto, as boa notícia é essa, os recursos estão garantidos, os poços estão perfurados, a adutora está iniciada, e Arcoverde vai ter, portanto, uma outra realidade a partir desses investimentos que o Governo Federal em parceria com o governo de estado vem realizando aí na região. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação de João Ferreira, da Rádio Itapuama, de Arcoverde, Pernambuco, no nosso programa. E vamos agora, ministro, à Luziânia, Goiás, falar com Rádio 610 AM, de Luziânia, onde está Albino Inácio. Bom dia, Albino. REPÓRTER ALBINO INÁCIO (Rádio 610 AM / Luziânia – GO): Bom dia. Bom dia aos ouvintes. Bom dia, senhor ministro. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Bom dia. REPÓRTER ALBINO INÁCIO (Rádio 610 AM / Luziânia – GO): Olha, a gente sabe dessa obra, o grande benefício que ela vai trazer. Eu confesso para o senhor, senhor ministro, que nós aqui, nós não temos esse problema, já que o centro-oeste, nós temos muita água. E eu sou até leigo em relação à essa obra. Então eu queria saber do senhor por que tanta rejeição de pessoas que discordam dessa obra? MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Albino, eu acho que é um pouco desinformação. Na realidade todos aqueles que se aproximam do empreendimento e que têm acesso às informações sobre a importância da obra, da transposição, é rapidamente convencido dessa oportunidade. Eu lembro que quando a obra foi colocada para debate, ainda no governo de presidente Lula, lá no início, quando o ministro da Integração era o ministro Ciro Gomes, houve um forte debate parte de ambientalista, atores, religiosos, mas esse debate foi vencido. Hoje ninguém questiona a oportunidade da obra. O objetivo da obra. O que se questiona é que obra seja concluída o quanto antes para que quando ocorra novas estiagens, o nordeste poder atravessar com prejuízo menores do que prejuízos que nós vivenciamos esse ano. Agora, eu queria discordar da sua observação, no centro-oeste chove muito, mas no centro-oeste também nós temos problema de distribuição de água. Ontem, eu estava na reunião Condel/Sudeco, lá em Cuiabá, e o governador Sivaldo Barbosa falava da importância do programa Água Para Todos, ele tem como prioridade o nordeste brasileiro, mas nós estamos atuando em todo o território nacional, inclusive aí, em Goiás. O nordeste goiano tem sérias dificuldades de acesso à água. Nós estamos realizando investimento em parceria com o governo do estado, do governador Marconi Perillo para levar diversos sistemas de abastecimento simplificado, sobretudo, no nordeste goiano, para pessoas possam beber água dentro de torneira, dentro de suas casas. Então esse é esforço de governo da presidenta Dilma, ela quer universalizar o acesso à Água Boa, para toda a população do Brasil, sobretudo, à população rural. Nós estamos copiando o exemplo vitorioso do Luz Para Todos. O Luz Para Todos quando foi lançado pelo presidente Lula, também foi um grande desafio, hoje, a energia elétrica chegou, praticamente, em todas as propriedades. E o objetivo, a ambição do programa Água Para Todos é que durante os próximos anos, não é trabalho para uma administração, para um governo, isso vai ter sequência, mas nós estamos fazendo um grande esforço no sentido de universalizar o acesso à Água Boa para toda a população rural do Brasil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação de Albino Inácio, da Rádio 610 AM, de Luziânia, Goiás, no Bom Dia Ministro. Ministro Fernando Bezerra, vamos a Montes Claros, Minas Gerais, falar Rádio 100,3 FM Itatiaia. Rogeriano Cardoso, bom dia para você. REPÓRTER ROGERIANO CARDOSO (Rádio 100,3 FM Itatiaia / Montes Claros – MG): Bom dia. Bom dia aos ouvintes. Bom dia, ministro. Bem, ministro, eu sou o repórter Rogeriano Cardoso, como disse, trabalho na Rádio Itatiaia, eu sou repórter da Rádio Itatiaia, localizada em Montes Claros, norte de Minas Gerais. A nossa região, ministro, atravessa aí a pior seca de últimos 40 anos, com prejuízo de R$ 500 milhões, apenas nos últimos três anos. Em seu programa de rádio Café Com a Presidenta, Dilma Rousseff chegou afirmar recentemente que essa seca é maior dos últimos 50 anos. Sabemos que ações emergenciais ajudam a população a sobreviver diante dos graves problemas que é questão engloba. Mas, senhor ministro, existe projetos efetivos de médio e longo prazo para tornar o enfrentamento à seca menos danoso para a próxima década? Que não sejam apenas medidas paliativas? MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Com certeza, Rogeriano, essa pergunta é muito boa. Na realidade, o governo federal trabalha em várias frentes. A primeira é assistir a população que é afetada pela estiagem, aí não tem remédio, nós temos que trabalhar com ações assistenciais, com ações emergenciais, seja a distribuição através de carro-pipa, que a gente também tem uma operação grande aí, com o governador do estado, com o governador Anastasia. E também através da Operação Carro Pipa, do Exército Brasileiro, seja com a concessão de Bolsa-Estiagem, do Garantia Safra, que é o seguro agrícola, seja através do crédito emergencial do Banco do Nordeste, que tem superintendência aí em Montes Claros, para poder levar o crédito barato para o pequeno agricultor, para o pequeno criador. Seja na perfuração de poços, ou na instalação de poços perfurados, mas que precisa de equipamentos para poder ampliar a vazão de água. Mas aí em Minas Gerais, eu queria destacar a parceria que nós temos com governo do estado, e também inversões que estão sendo feitas através da Codevasf através da programa Água Para Todos. Nós estamos levando a universalização das cisterna, seja cisterna de placa, seja cisternas de polietileno. Nós estamos, também, trabalhando com a implantação de sistemas simplificado de abastecimento de água, através de Secretaria do Governo Estadual, voltado para o desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, aí em Minas Gerais. Nós vamos investir, em Minas Gerais, no Água Para Todos, mais de R$ 200 milhões. Ao lado disso, nós estamos fazendo as obras estruturantes, que você aí recomendou. Por exemplo: a barragem de Jequitaí é uma obras de R$ 200 milhões, essa obra já está em execução. Nós estamos executando a barragem pela Codevasf, as obras de desapropriação, de reassentamento, de todo o trabalho social, de construção de novas residência será feita em parceria com o governo do estado. E uma outra frente, importante também, é ampliar a área irrigada de Minas Gerais. E aí nós estamos fazendo investimentos pesados, não só nos perímetros existentes, mas identificando novos perímetros que possam ser incluídos dentro do programa Mais Irrigação. Um exemplo disso é o Projeto Jaiba, no Projeto Jaiba, que também fica pertinho de aí de Montes Claros, nós estamos fazendo a pavimentação de diversas estradas que vão escoar a produção. E estamos, aqui, resolvendo um problema ambiental, que é a questão da Mata Seca, para que a gente possa ampliar a área irrigada do Projeto Jaiba. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Rogeriano Cardoso, da Rádio Itatiaia, de Montes Claros, pela participação. E mais uma vez, ministro, obrigada pela participação com a gente, no programa Bom Dia Ministro. MINISTRO FERNANDO BEZERRA: Muito obrigado, Kátia, foi uma alegria. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: A todos que participaram conosco desse programa meu muito obrigada e até a próxima edição.