29/04/2011 - Campanha Nacional contra a gripe e Rede Cegonha foram temas do Bom Dia, Ministro
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, falou sobre a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe e as medidas de atendimento à mulher e à criança com o lançamento da Rede Cegonha. Alexandre Padilha também comentou os resultados da pesquisa Vigitel, que revelou, entre outros dados, o aumento na proporção da população com hipertensão no Brasil.
12/12/2016
|
17:57
compartilhar notícia
Ouça na íntegra:
Download
transcrição

APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil. Eu sou Kátia Sartório e começa, agora, mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, aqui, nos estúdios da EBC Serviços, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Bom Dia, Ministro. Seja bem-vindo.

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Kátia. Bom dia a todos que estão nos acompanhando pela TV, pelo rádio, em todo o Brasil.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Na pauta do programa de hoje, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, as medidas de atendimento à mulher e às crianças, com a Rede Cegonha, além dos resultados da pesquisa Vigitel, que revelou, entre outros dados, o aumento na proporção da população com hipertensão, aqui, no Brasil. O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já está aqui, no estúdio, e começa, agora, a conversar com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Quem já esta na linha é a Rádio Jovem Pan, Ministro. Quem vai conversar com a gente é Patrick Santos, lá de São Paulo. Bom dia, Patrick.

 REPÓRTER PATRICK SANTOS (Rádio Jovem Pan AM / SÃO PAULO - SP): Bom dia, Kátia. Bom Dia, Ministro Alexandre Padilha. Eu sei que o assunto aí é a Campanha Nacional de Vacinação, entre outras questões, mas, Ministro, eu queria abordar com o senhor um problema, aqui, em São Paulo, uma questão levantada, inclusive, por nossa reportagem ontem. O pronto-socorro, aqui, da Santa Casa de São Paulo, que é um dos maiores do país, que, inclusive, atende mais de 30 mil pacientes por mês, o pronto-socorro, ele pode fechar em breve, pelo menos foi o que disse, em entrevista, aqui, à Rádio Jovem Pan, o provedor, o Kalil Abdallah. Em entrevista à Jovem Pan, ele atribuiu essa possibilidade de fechamento aos baixos valores repassados, pelo Ministério da Saúde, aos atendimentos médicos. Todos nós sabemos que as Santas Casas enfrentam problemas em todo o país, mas eu queria uma avaliação do senhor. O que o senhor já tem de conhecimento desse episódio, aqui, em São Paulo, envolvendo o possível fechamento do pronto-socorro da Santa Casa, aqui, de São Paulo, Ministro?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Patrick. Bom dia a todos os ouvintes da Jovem Pan, em São Paulo, e os que possam estar acompanhando no resto de Brasil. Realmente, o pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo tem um papel fundamental para a rede de saúde naquela região, ali na região oeste, região de Higienópolis, toda a região de São Paulo, região central, também, sobretudo, porque é um dos poucos pronto-socorros, um dos poucos hospitais universitários, que fica com a porta totalmente aberta, recebendo pessoas não só de São Paulo, mas do interior de São Paulo, também, e de outros cantos do país. É importante que todo mundo saiba como que é feita a determinação dos repasses de recurso e a relação. O Ministério da Saúde define as políticas, um montante importante dos recursos para a saúde do país, mas os estados e os municípios colocam seus recursos, e é lá no estado e no município que se define quanto que vai de recurso para cada hospital, inclusive para cada pronto-socorro, qual é o papel que aquele hospital tem na rede de urgência e emergência. Certamente, acontecendo essa situação na Santa Casa, nós vamos procurar a Secretaria Estadual, a Secretaria Municipal de Saúde, sobretudo para que repense o papel, inclusive, da Santa Casa, no sentido de poder receber mais recursos, estar autorizado a receber mais recursos, ter um papel ainda mais forte na parte da urgência, emergência, cumprindo, inclusive, o papel que ela cumpre hoje, já, para que possa... Para mantermos, não só esse pronto-socorro, mas, sobretudo, essa é uma questão fundamental, só se enfrenta problema de pronto-socorros quando você organiza a atenção primária de saúde, o centro de saúde. Quando o centro de saúde da região em torno do pronto-socorro funciona, menos pessoas precisam ir até o pronto-socorro. Quando se instalam as UPAs ou os outros serviços parecidos, que funcionam 24 horas, que aonde a gente instalou, reduziu em até 90% a necessidade de uma pessoa ir para o pronto-socorro, você reduz a necessidade da pessoa de, imediatamente, ir para o pronto-socorro. Então, vamos procurar o estado e o município primeiro, para reforçar o papel que a Santa Casa, o pronto-socorro da Santa Casa, tem na região, mas, sobretudo, para pensar, naquela região, a abertura de novas unidades de urgência e emergência e o fortalecimento da atenção primária em saúde, porque, senão, é ficar enxugando um gelo.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Patrick, você tem outra pergunta?

 REPÓRTER PATRICK SANTOS (Rádio Jovem Pan AM / SÃO PAULO - SP): Eu queria só insistir nesta questão, ainda, Ministro. Diante disso que o senhor está dizendo, de certa forma, até um reconhecimento que algo precisa ser feito, que medidas podem ser tomadas, no curto prazo, em razão desses problemas que a Santa Casa já vem enfrentando há alguns anos, e o senhor acompanha muito bem toda essa questão, mas, enfim, diante desse episódio, desses prejuízos aí, que ultrapassam a casa de R$ 120 milhões, e essa possibilidade de fechamento, no curto prazo, num primeiro momento, o senhor pretende fazer o quê, Ministro? Convocar a própria diretoria, para tentar buscar uma solução? No curto prazo, o que o senhor pode dizer para quem, por exemplo, depende da Santa Casa, no momento em que o hospital enfrenta essa dificuldade tão grande, talvez uma das maiores da história?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Nós já solicitamos – isso há cerca de um mês, um mês e meio – para a Santa Casa nos repassar detalhadamente o resto da sua produção, inclusive, ao Ministério da Saúde, para que... O que algumas pessoas da Santa Casa alegam, inclusive deve ser bem possível, que eles já realizam mais procedimentos do que aquilo que o estado e o município tinham estabelecido para ela, hoje. Então, nós já pedimos essa informação detalhada. Foi repassada uma primeira informação, mas não tinha o detalhadamente de quais são os procedimentos, qual é a séria histórica dele, para que você possa estabelecer o que a mais a Santa Casa realiza, hoje, daquilo que o estado e o município haviam programado para a Santa Casa. Agora, o fundamental, e essa é outra medida que nós vamos fazer, é procurar o estado e município para que eles redefinam, inclusive, o papel da Santa Casa, poder programar um maior número de procedimentos, porque com essa definição, que o estado e o município que faz, porque eles que encaminham essa programação para o Ministério da Saúde, nós podemos repensar, sim, em ter mais investimentos para a Santa Casa. Eu solicitei à própria direção, em momentos que nós já tivemos contatos, nas minhas idas em São Paulo, exatamente um detalhadamente da programação que é feito a mais, hoje, daquilo que eles estão comentando, para que o Ministério da Saúde possa ajudar a enfrentar essa situação. Mas é importante que a população saiba que o estado e o município que têm um papel decisivo em definir o papel, a programação, os procedimentos de cada uma das unidades de urgência e emergência. E, também, porque é importante a gente começar já, a curto prazo, insistir, tanto com o estado, como o município, o fortalecimento das ações da atenção primária à saúde, do centro de saúde, dos espaços intermediários, para que esse que é um problema de hoje não continue sendo um problema amanhã, depois de amanhã, nos próximos anos. Se não começar a agir agora e organizar a rede no em torno da Santa Casa, nós vamos continuar sempre tendo que enxugar o gelo, como eu estava comentando aqui, Patrick.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório e o nosso convidado de hoje é o Ministro de Saúde, Alexandre Padilha, que conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país, neste programa que é multimídia, estamos, ao vivo, no rádio e na televisão. Ministro, vamos, agora, ao Rio de Janeiro, conversar com a Ana Rodrigues, lá da Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Bom dia, Ana.

 REPÓRTER ANA RODRIGUES (Rádio Tupi / Rio de Janeiro - RJ): Bom dia, Kátia. Bom Dia, Ministro Alexandre Padilha. O destaque, hoje, na pauta do programa, é justamente a questão Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, essa campanha que mobiliza um grande contingente do Ministério da Saúde. Ministro, nós gostaríamos de destacar, principalmente, essa capacidade de mobilização que tem o Ministério da Saúde nas campanhas de vacinação contra a pólio, na campanha de vacinação contra a gripe, mas aqui, no Rio de Janeiro, a gente também tem uma preocupação com relação à dengue, que persiste, todo ano, com um número de casos. Mesmo com alguns registros de epidemia menores, em relação ao ano anterior, a gente tem um número muito elevado, ainda, esse ano, de casos de dengue, que depende, também, de educação da população, mas, principalmente, também, de mobilização. Como poderíamos reunir, numa mesma mobilização, semelhante à de Campanha de Vacinação, uma campanha mais intensa de dengue, preventivamente, que realmente motivasse a população a evitar esse tipo de problema? Hoje, por exemplo, aqui, no Rio de Janeiro, semana passada e esta semana, a prefeitura do Rio já está realizando operações de arrombamento de locais abandonados em que há criadouros do mosquito da dengue. Mas, como isso pode ser mais intensificado para o ano que vem?

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Ana. Bom dia a todos da Rádio Tupi, os ouvintes e todos os nossos parceiros do Estado do Rio de Janeiro. É fundamental as duas questões que você trouxe, viu, Ana? Em primeiro lugar, que todo mundo reforce, fale com as pessoas, com quem tem mais de 60 anos de idade, quem é gestante, em qualquer momento da gravidez, crianças de seis meses até dois anos, os profissionais de saúde, pessoas das comunidades indígenas, porque nós começamos a nossa Campanha de Vacinação no dia 25 de abril até o dia 13 de maio. E nesse sábado, dia 30 de abril, amanhã, nós temos uma grande mobilização nacional, nós vamos ter 65 mil postos de saúde abertos, num horário especial, ao longo de todo o dia, para a vacinação contra a gripe. Essa vacinação, para vocês terem ideia, reduziu em quase 60% as necessidades de internação por pneumonia ao longo desses anos. É uma vacina segura, nós usamos esse tipo de campanha de vacinação há 13 anos e nunca tivemos nenhum tipo de problema. Eventualmente, as pessoas podem sentir algum efeito de vacina ou algum efeito local, onde tomam a injeção; às vezes, pode sentir uma febrezinha, uma dor no corpo, mas é muito melhor do que correr o risco de ter a gripe, que sempre acontece na época do inverno e que tem complicações importantes, como pneumonia, pessoas que têm problemas outros de saúde, às vezes, descompensa quando tem uma infecção pela gripe. Essa mobilização de vacinação, nós fazemos todo ano e tem um impacto muito importante nas ações de saúde, como você mesmo disse. Uma outra coisa bastante decisiva: Brasil foi o primeiro país a adotar a vacina do Rotavírus, que é um vírus que causa as diarreias mais comuns nas criança, e o fato de termos adotado esta vacina, desde 2006, nós reduzimos em 22% o número de mortes por diarreia, causada por Rotavírus, em criança, e 17% as internações. Então, isso é uma experiência que o conjunto do Sistema Único de Saúde já tem, como, também, o enfrentamento da dengue. Tem uma grande diferença, Ana, que é o seguinte: no caso da gripe, a ação é exclusivamente da área da saúde. Cabe à Saúde abrir os postos, ter a vacina, construir a vacina, organizar, normatizar, estabelecer as diretrizes, colocar as secretarias estaduais e municipais para trabalhar, os parceiros, e convocar a população. No caso da dengue, como você mesmo colocou, os problemas são muito mais de fora da área da saúde, e que acaba o setor da saúde tendo a responsabilidade, que é nossa mesmo, de acolher as pessoas que têm os sintomas, têm os problemas, mas as grandes questões têm a ver com o que você falou. Às vezes, tem limites para entrar dentro da casa das pessoas; às vezes, tem que mudar a lei, para poder entrar em casas que estão abandonadas ou fechadas, onde estão os focos do mosquito. Todos os estudos aí, no Rio de Janeiro, mostram: 92% dos focos dos mosquitos da dengue estão dentro da casa das pessoas, no quintal das pessoas. Às vezes, a gente acha que o mosquito da dengue só prolifera em grandes reservatórios de água. Não. Às vezes, é dentro de um copo d'água, na tampinha de garrafa de refrigerante... Não sei se você sabe, Ana, o ovo do mosquito da dengue, ele fica viável até mais de 300 dias, mesmo num ambiente seco; é quase um ano. Então, se ele... O mosquito da dengue botou ovo hoje, está numa tampinha de garrafa, ninguém lavou, ninguém limpou, pode ficar até 300 dias, que daqui a quase um ano, se cair uma gota de chuva, uma chuva de volta, pode eclodir esse ovo e proliferar o mosquito. Então, é fundamental esse combate dentro da casa das pessoas, no quintal da casa das pessoas; as ações de saneamento, de coleta seletiva de lixo, a mobilização das pessoas. Por isso que são situações diferentes, mas, mesmo assim, com todo o esforço, nós conseguimos reduzir, no Brasil, esse ano, em 43% o número de casos totais de dengue no primeiro trimestre, de janeiro a março - quando a gente compara com janeiro a março do ano passado -, e reduzimos em 69% os casos graves e 63% o número de óbitos.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ana.

REPÓRTER ANA RODRIGUES (Rádio Tupi / Rio de Janeiro - RJ): Justamente com relação a isso, Ministro, então o senhor demonstra um indicativo de que o Ministério da Saúde vai manter um trabalho de conscientização durante o ano inteiro e não somente na chegada do verão, do calor, para essa conscientização do problema da dengue? A questão vai, a partir de agora, vai ser uma coisa que o ano inteiro vai ser trabalhada, combatida? Nós já estamos, agora, no outono, aqui, no Rio de Janeiro, já passamos pelo verão, então a tendência é que isso seja uma coisa que continue no decorrer do ano, para tentar acabar com as epidemias do mosquito da dengue?

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Eu acho que esse é o grande aprendizado, viu, Ana? Os estados, nós alertamos 16 estados que tinham risco de uma epidemia da dengue. Os estados que nós conseguimos trabalhar, ao longo de todo o ano, conseguiram conter o número de casos. O Rio de Janeiro tem uma situação específica, que teve pouquíssimos casos no ano passado, então tinha uma população muito suscetível. No Rio de Janeiro circulam... Muitas pessoas vão para o Rio de Janeiro, é uma área de turismo importante, então você tem uma população suscetível bastante importante, que pode pegar... Já tinha o 1, começa a pegar o 2, pode pegar o 3, ou pode pegar o dengue 4. Por isso que é fundamental, está acabando o mês de abril, que era o período mais crítico, o fundamental é agir durante maio, junho, julho até dezembro desse ano, conscientizando a população, indo atrás, onde tem foco possível, reforçando a coleta de lixo, as ações de saneamento, de mobilização. Na área de educação, é fundamental as crianças, nas escolas, saberem, porque elas insistem com o pais, depois, para que a gente possa reduzir o número de casos em relação ao ano que vem, também aí, no Rio de Janeiro, como nós conseguimos em todo o Brasil.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. O nosso convidado de hoje, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Lembrando às emissoras de rádio que o nosso sinal está no satélite, no mesmo canal da Voz do Brasil. Ministro Alexandre, vamos, agora, conversar com a Rádio Rural de Santarém, lá no Pará. Keliane Tomé, bom dia.

 REPÓRTER KELIANE TOMÉ (Rádio Rural de Santarém / Santarém - PA): Bom dia. Ministro, o governo federal vai ampliar a oferta do rastreamento do câncer de colo de útero e a detecção precoce do câncer de mama. Aqui, em Santarém, o grande problema são os exames de mamografia que custam a serem feitos. Há casos em que uma mulher com mais de 40 anos espera até três meses para fazer o exame. Como o Ministério pretende resolver este problema?

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Keliane. Bom dia a todos de Santarém. Aí, no sábado, no finalzinho da tarde, à noite, nós vamos estar aí, em Santarém, domingo de manhã também, fazendo parte dessa Campanha de Vacinação Contra a Gripe. A região amazônica, nós, durante essa semana, estamos fazendo a vacinação das Américas, em parceria com as OPAS, a Organização Panamericana de Saúde, os ministros de Saúde de toda a América do Sul. Nós vamos estar sábado de manhã, cedo, em Manaus, e já no fim de tarde aí, em Santarém. Quero saudar a todos que ouvem, nas comunidades aí, a Rádio Rural – não só na cidade, ela é muito ouvida nas comunidades. E é fundamental a sua preocupação, Keliane. Aí, no Estado do Pará, nós estamos fazendo uma verdadeira força-tarefa de vistoria do problema dos mamógrafos no país. Hoje, o Brasil tem duas vezes e meia o número de equipamentos necessários para você rastrear todas as mulheres que precisam fazer mamografia no país. Por que não acontecem exames suficientes? Primeiro, porque, às vezes, estão muito concentrados nas capitais, pouco na Região Norte, muito concentrados nas capitais; e outra, porque, às vezes, têm baixa produtividade. Só para você ter uma ideia, aí no Estado do Pará, nós temos 33 mamógrafos cadastrados no Sistema Único de Saúde e cerca de 92% deles, ou seja, quase 100% estão abaixo da produtividade mínima. Então, nós estamos fazendo essa vistoria exatamente para ver cada mamógrafo. Por que está produzindo menos do que poderia produzir? Por que fica parado a maior parte do dia? É a manutenção? O Ministério precisa construir uma empresa para fazer a manutenção? Essa é uma questão fundamental. E a outra é o exame preventivo do colo do útero. Aí, na Região Norte, o grande problema, ainda, é o câncer de colo de útero. Uma mulher da Região Norte tem duas vezes mais risco de morrer por colo de útero do que uma mulher de Região Sudeste. Por isso que é importante a Rádio Rural, esse trabalho que faz nas áreas rurais e, também, nas cidades, de chamar as mulheres para fazer o exame Papanicolau, o preventivo, como o pessoal fala aí.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, agora vamos à Rádio Chapecó, em Santa Catarina, conversar com Fábio Schardong. Bom dia, Fábio.

REPÓRTER FÁBIO SCHARDONG (Rádio Chapecó / Chapecó - SC): Bom dia, Kátia. Bom Dia, Ministro.MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Fábio, tudo bem? Está muito frio aí? REPÓRTER FÁBIO SCHARDONG (Rádio Chapecó / Chapecó - SC): Ministro, eu gostaria de falar sobre alguns assuntos ligados a ações do seu Ministério, claro que a intervenção é uma dessas preocupações, mas uma pesquisa diz que o brasileiro fuma menos e, no entanto, bebe mais e está mais gordo. E o uso abusivo de bebidas alcoólicas, ele aumenta entre as mulheres, segundo uma pesquisa divulgada. Vocês têm dados que demonstram qual a faixa etária e, também, a classe social dessas mulheres? O que fazer para combater esse mal, Ministro? Eu falo, além de simplesmente restringir a publicidade ou, então, aumentar alíquotas de impostos, tornando, assim, o produto mais caro, o que, teoricamente, diminuiria o consumo de bebidas.

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Fábio. Bom dia a todos de Chapecó e da região oeste de Santa Catarina. Eu diria que o álcool é o grande vilão do problema das drogas no país, ainda. Nós estamos muito preocupados com outras drogas que são introduzidas no nosso país, o crack, oxi e os seus derivados, é uma grande preocupação, o Ministério da Saúde, junto com a Fiocruz, o Ministério da Justiça, realizam uma grande pesquisa nacional para sabermos exatamente, com propriedade científica, com dados concretos, qual que é a proporção da distribuição das drogas como o crack e a oxi, mas o álcool ainda é o grande vilão. Os nossos estudos mostram o quê? Exatamente isso que você falou, quer dizer, cerca de 16% dos brasileiros ainda têm o hábito da bebida do álcool e exageram em algumas situações específicas. Reduziu muito o uso do tabaco entre os homens; de 89 para cá, nós reduzimos quase pela metade o número de pessoas que fumam no Brasil, reduziu bastante entre os homens, mas não reduziu tanto entre as mulheres; reduziu bastante na população inteira, mas reduziu menos entre as pessoas que têm menos de oito anos de escolaridade. É o mesmo problema, por exemplo, da hipertensão; tem duas grandes diferenças em relação à hipertensão. A população brasileira tem cerca de 24% de hipertensos no Brasil há quatro, cinco anos, desde quando a gente faz esta pesquisa, mas é o dobro disso nas pessoas que têm mais de 55 anos de idade, ou seja, nós temos 50, metade da população brasileira com mais de 55 anos de idade, tem hipertensão hoje e também é muito maior a proporção entre as pessoas com menos de oito anos de escolaridade. Então, eu diria que é importante o conjunto de ações de restrição, restrição do uso de bebidas, reforçar as ações da Lei Seca, que ela é fundamental, inclusive para você acabar com dois problemas comuns, o uso do álcool e os acidentes de trânsito, então a fiscalização da Lei Seca. O Brasil, a partir de maio, vai entrar na década da redução dos acidentes de trânsito, mas, combinado com isso, muita ação na área da educação. Está sendo muito claro para todos nós que quem tem menor escolaridade, usa mais, tem mais hábito do tabagismo, tem mais problema de obesidade, tem mais problema de hipertensão e também tem mais problema de uso abusivo de álcool. Então, a ação na educação, além das ações restritivas, é fundamental para que a gente possa mudar os hábitos alimentares das pessoas, que impacta tanto no problema da saúde.

APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório e estamos, hoje, com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele conversa com emissoras de rádio de todo o país. Alexandre Padilha, vamos, agora, Ministro, conversar com a Rádio Paiquerê, de Londrina, no Paraná. Lino Ramos, bom dia.

 REPÓRTER LINO RAMOS (Rádio Paiquerê / Londrina - PR): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Ministro, a gente sabe que um dos grandes problemas da saúde no Brasil, hoje, é a questão do atendimento de urgência e emergência. Londrina, por exemplo, tem serviços mais complexos, transplantes, bancos de ossos, de medula, etc., mas também sofre com essa questão da demora no atendimento de urgência e emergência. Dentro da atual política de governo, existe algum plano para tentar amenizar o sofrimento dessas pessoas que ficam tanto tempo na fila, esperando esse atendimento de urgência e emergência?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Esta é uma grande prioridade nossa. Bom dia, Lino. Inclusive, Londrina, as grandes cidades que, às vezes, recebem, na urgência e emergência, pessoas dos municípios ao redor e as duas formas de atacar esse problema, por um lado, é reforçar o serviço de urgência e emergência. Nós vamos construir, durante o governo da presidenta Dilma, mais 500 unidades de pronto atendimento 24 horas, as chamadas UPAs. Quando você coloca uma UPA, você reduz em até 90% a necessidade de uma pessoa procurar um pronto-socorro hospitalar. Só no caso do Estado do Paraná, nós vamos ter mais 14 UPAs; já têm nove em funcionamento e nós vamos ter mais 14 UPAs em todo o Estado do Paraná. Inclusive, certamente aí, a região de Londrina, o Município de Londrina vai ser atendido com isso. Agora, a outra questão: é fundamental melhorar a atenção básica de saúde, os centros de saúde. Londrina sempre teve uma tradição histórica de uma atenção básica muito forte, isso resolvia a maior parte dos problemas de saúde da população. A desestruturação da atenção básica, às vezes com processo de terceirização ou de não reforço das equipes de saúde na atenção básica, às vezes é o principal fator do aumento de pessoas para urgência e emergência. Por isso que o Ministério da Saúde... Ontem teve a reunião com secretários estaduais e municipais, nós aprovamos uma política que nós vamos, nós estamos dispostos, inclusive, a dobrar o valor de recursos para uma equipe de saúde que fica no centro de saúde desde que ela cumpra alguns padrões de qualidade, que a gente acompanhe as consultas que faz, o pré-natal, acompanhamento de hipertenso e diabético, que a agenda esteja aberta, que receba todo mundo quando chega na unidade de saúde. Ou seja, padrões de qualidade podem fazer com que esse centro de saúde, esta equipe, receba o dobro de recursos que o Ministério repassa hoje, porque é uma política nossa para induzir exatamente a qualidade e atender mais rápido possível as pessoas.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, vamos, agora, conversar com a Rádio Boas Novas 580 AM, de Recife, em Pernambuco. Elida Regis, bom dia.

 REPÓRTER ELIDA REGIS (Rádio Boas Novas 580 AM / Recife - PE): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Ministro, sobre a Rede Cegonha, todos sabemos como é difícil para as mulheres brasileiras que estão grávidas terem o atendimento adequado. Aqui mesmo, em Pernambuco, já noticiamos vários casos de mulheres que passam de hospital para hospital tentando ter o seu filho. Muitas nunca fizeram nenhum tipo de exame. Como o senhor vê essa situação e também a implantação desse programa? É um grande desafio, Ministro?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Elida. Bom dia a todos aí, da Rádio Boas Novas, Recife, região metropolitana. É um desafio e é para isso que existe, que nós criamos o Programa Rede Cegonha, Elida. Ontem, nessa reunião com secretários estaduais e municipais, nós aprovamos o detalhamento do programa, agora nós vamos em cada território do país, a região metropolitana de Recife é uma das nossas grandes prioridades para implantação do Rede Cegonha e são investimentos que vão desde o pré-natal, ou seja, o município que fizer um pré-natal de qualidade, vai receber mais recursos para fazer esse pré-natal, nós vamos acompanhar cada gestante que é captada e depois nós vamos investindo na atenção ambulatorial e, sobretudo, nos leitos de maternidade. E aí a região metropolitana de Recife tem um grande problema, que é o fato de que quase todas as gestantes procuram, acabam tendo que procurar Recife, a cidade de Recife, para ter seus filhos, porque nos municípios da região metropolitana não tem leitos maternos com qualidade, sobretudo, tanto de risco habitual ou de alto risco, quando a gestante tem algum problema. Então, devo estar aí na próxima semana, em Pernambuco, e a região metropolitana de Recife, para nós, é uma das grandes prioridades para implantar o Rede Cegonha, que são investimentos bastante importantes do Ministério da Saúde para ajudar os estados e municípios a dar qualidade para gestantes e para as crianças, desde o pré-natal feito no centro de saúde, até o parto, se precisar ficar na UTI neonatal, tem UTI neonatal, UTI materna, e cuidar da criança depois, até dois anos de idade.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: O senhor citou, foi essa reunião, não é, Ministro, que está, inclusive, no site da Comissão Intergestora Tripartite. Como é que funciona? Vocês se reúnem de quanto em quanto tempo para debater com secretários de saúde as questões mais importantes?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: O Sistema Único de Saúde no Brasil, o Ministério da Saúde tem o papel de definir as políticas, as grandes diretrizes, coloca bastante parte dos recursos, mas a execução das ações, quem cuida dos hospitais, quem contrata as pessoas são os estados e municípios. Então, para isso tem essa Comissão Intergestora Tripartite, que junta o Ministério da Saúde, os representantes dos secretários estaduais e das secretarias municipais. Todo mês nós temos essa reunião, que todas as ações que o Ministério da Saúde propõe têm que ser pactuada nessa reunião, detalhado como que é, o secretários estaduais sugerem algumas coisas, os municipais outras, define o cronograma de ações que vão ser executadas e, ontem, nós definimos o detalhadamente de toda a Rede Cegonha, o calendário, programação de ações, o detalhamento desse grande programa de fortalecimento do tratamento do câncer de colo de útero e câncer de mama e aprovamos a nova política de atenção básica, que a ideia principal é centro de saúde; quem produzir com mais qualidade, vai receber mais recursos do Ministério da Saúde para estimular um bom atendimento, de qualidade, já no centro de saúde.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, vamos, agora, a Fortaleza, no Ceará, conversar com a Rádio Jangadeiro FM. Alex Mineiro, bom dia.

 REPÓRTER ALEX MINEIRO (Rádio Jangadeiro FM / Fortaleza - CE): Bom dia a todos. Bom dia, Ministro Alexandre Padilha. Ministro, aqui, no Ceará, ouvimos alguns especialistas da área de saúde que apontaram que ainda há uma deficiência na rede pública de saúde, na prevenção e tratamento de hipertensão. É notório aqui, na capital cearense, o sufoco de cidadãos vítimas de AVC, que penam por um atendimento básico. Com base em uma pesquisa que revelou, entre outros dados, o aumento na proporção da população com hipertensão no Brasil, eu pergunto: esse aumento dos casos de hipertensão pode estar ligado justamente a essas deficiências? O que pode ser feito para mudar este quadro?

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Alex. Bom dia a todos da Rádio Jangadeiro, o pessoal de Fortaleza, no Estado do Ceará. Primeiro, o que é importante: a pesquisa que o Ministério da Saúde fez, nós ouvimos pessoas de todas as capitais do país; não mostrou aumento de casos de hipertensão no Brasil. Pelo contrário, mostrou que tem uma estabilidade. Desde quando começa essa pesquisa, em torno de 1/4 da população brasileira, este dado, dessa vez, foi de 24%, tem hipertensão. Agora, ela mostrou algumas questões que são importantes. Por exemplo, aí no caso de Fortaleza, mostrou que 21%, um pouquinho abaixo, mas isso, estatisticamente, não é significativo, mas 21% da população de Fortaleza tem problema de hipertensão. Então, está mais ou menos na média nacional. Agora, o que ela mostrou? Primeiro: mulheres estão diagnosticando mais do que homens a hipertensão, sobretudo, porque as mulheres procuram mais os centros de saúde, as unidades de saúde, até durante a gravidez, a gestação. A outra coisa importante é que os menos escolarizados, quem tem menos de oito anos de período escolar, tem quase o dobro de hipertensão de quem é mais escolarizado. Isso é porque as pessoas estão procurando centros de saúde, porque, senão, não saberiam que estavam hipertensas, então não é uma deficiência da rede de saúde, mas, sobretudo, está relacionado aos hábitos alimentares e atividade física. Nós estamos detectando que têm mais obesos entres as pessoas menos escolarizadas de quem é mais escolarizado, e as pessoas menos escolarizadas realizam menos atividade física; também, quase a metade das pessoas menos escolarizadas, comparado com as mais escolarizadas, realizam atividade física em período de lazer. Por isso que o Ministério da Saúde tomou duas atitudes: primeiro, este Programa Academia da Saúde, que nós queremos fazer em Fortaleza, em parceria com o município, que é do lado ali, do centro de saúde, para a gente poder apoiar a construção de equipamentos para a atividade física, para que a pessoa compreenda a importância da atividade física ali, no seu bairro. E a outra coisa foi esse grande Programa Saúde Não Tem Preço, que oferece, na rede de Farmácia Popular, remédio gratuito para hipertensão. Para você ter uma ideia, desde quando nós começamos o programa, Alex, tivemos um aumento em 99% de acesso, ou seja, quase dobrou o acesso de hipertensos aos medicamentos e, dessa forma, nesse momento do programa, de forma gratuita, sem precisar pagar nada, entrar lá na rede, falar: “Aqui tem Farmácia Popular?”, e pegar seu medicamento de forma gratuita.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório, estou hoje com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo país. Lembrando que o áudio dessa entrevista vai estar disponível ainda hoje, pela manhã, na internet, na página da Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Anote o endereço: www.imprensa.planalto.gov.br. Ministro, vamos, agora, a Belém do Pará, Rádio Clube. Nonato Cavalcante, bom dia.

 REPÓRTER NONATO CAVALCANTE (Rádio Clube / Belém - PA): Bom dia a você. Bom dia ao Ministro Alexandre. Ministro, começou nesta semana a 13ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Neste sábado, dia 30, amanhã, cerca de 240 mil profissionais da saúde farão o dia da mobilização nacional para estimular a ida de pessoas aos mais de 65 mil postos de vacinação espalhados por esse Brasil. Nos fale mais sobre essa campanha.

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Nonato. Bom dia a todos da Rádio Clube, aí em Belém do Pará. Esta campanha é fundamental, esta vacina é uma vacina que tem como público alvo as pessoas que tem mais de 60 anos de idade, gestantes em qualquer momento da gravidez, crianças de seis meses até dois anos de idade, e todos os profissionais de saúde. Por que essas pessoas, Nonato? Porque esse é o público alvo que tem maior risco de ter complicações se tiver gripe ou de transmitir para outras pessoas, como é o caso dos profissionais de saúde; todos os nossos estudos mostram isso. Este ano, nós ampliamos para gestantes e para as crianças de seis meses a dois anos, que não era a tradição de se fazer isso nas vacinações contra a gripe. A outra coisa: esta vacina tem os vírus mais comuns que circularam no Brasil, no ano passado, e em todo o Hemisfério Sul, por isso que está dentro ali, também, o vírus da H1N1, que é um tipo de gripe que teve uma grande pandemia em 2009 e 2010, mas que já está controlada nesse momento. Todas essas pessoas com este grupo alvo devem procurar, a partir de amanhã, os postos de saúde. A campanha vai até o dia 13 de maio, hoje está aberto no posto de saúde, está aberto para tomar vacina, no sábado vai estar durante o dia inteiro e até o dia 13 de maio. Nós vamos estar, inclusive, em Manaus e em Santarém, nesse fim de semana, porque nós temos uma intensificação dessa campanha na Região Norte do país. O fato de termos esta vacina reduziu em 60% a necessidade de internação por pneumonia no Brasil, por isso que é fundamental tomar a vacina agora, para se proteger no período que tem o maior risco da gripe, que é quando começa o inverno.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, de lá do norte, vamos para o sul agora, Rádio FM Cultura, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. José Fernando, bom dia.

REPÓRTER JOSÉ FERNANDO (FM Cultura / Porto Alegre - RS): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Ministro, aqui, no Sul, o senhor sabe, a gente tem um problema sério de variações absurdas de temperatura, chegando, aqui, como a gente diz, a fazer as quatro estações no mesmo dia. É possível que esta campanha de vacinação contra a gripe, ela se estenda um pouco mais além do dia 13 de maio e que inclua, também, algumas outras ações, além da própria vacina?

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, José Fernando. Bom dia a todos aí de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul. Não sei qual é a estação que vocês estão vivendo agora, nesse momento, se está frio, calor ou não. A nossa campanha vai até o dia 13 de maio, tem vacina suficiente para as pessoas, nós adquirimos 10% a mais do que a meta de vacinação, os postos de saúde estão abertos, nós vamos fazer esta mobilização amanhã, no sábado, para quem não puder se vacinar durante a semana, mas, mesmo quem não puder no sábado, certamente você encontra um espaço na agenda. A presidenta da República encontrou um espaço na agenda dela para tomar a vacina, e foi importante para ela tomar a vacina. Então, todo mundo pode encontrar um espaço ao longo do dia, ou se tiver problema durante a semana, procurar sábado o dia inteiro. Por que é diferente da campanha do ano passado? Isso é importante, José Fernando. Essa é uma campanha que a gente faz há 13 anos. No ano passado, em 2009, nós vivemos a situação da pandemia pela gripe A, a H1N1, que já está controlada e, naquele momento, tinha indicação de mais grupos tomarem a vacina. Nesse momento, todo mundo - e o Brasil garante isso através do sistema público -, a indicação é nesses grupos alvos: as pessoas com mais de 60 anos de idade, crianças de seis meses a dois anos, todos os profissionais de saúde, comunidades indígenas... Esses são os grupos indicados para tomar a vacina. Agora, além de tomar a vacina, as pessoas, quando começa o inverno, podem tomar as outras precauções, que é sempre lavar a mão... O pessoal pensa que gripe passa pelo ar, é a pessoa tossindo no rosto do outro. Não é. A grande... A maior chance de pegar gripe é o fato, às vezes, da pessoa que está tossindo colocar a mão na hora de tossir e depois cumprimenta o outro e depois você passa a mão na boca, nas áreas respiratórias, ou seja, então sempre lavar a mão, ter a preocupação, se tiver com gripe, quando tossir, levar sempre um lenço, um papel, para proteger, para não ser na mão e, com isso, você vai reduzindo a transmissão. Agora, a melhor forma de combater a gripe é esse grupo alvo se vacinar, porque, além de impedir complicações para a pessoa, você vai cortar a cadeia de transmissão de gripe.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, vamos, agora, conversar com a Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Gustavo Abreu, bom dia.

REPÓRTER GUSTAVO ABREU (Rádio Inconfidência / Belo Horizonte - MG): Bom dia. Bom dia, Ministro. Ministro, Belo Horizonte, ao lado de Porto Alegre, é a segunda capital do país com o maior número de pessoas vítimas da hipertensão. A gente sabe que problemas como o da pressão alta estão relacionados à prevenção... Estão relacionados à prevenção, mas, também, a manutenção do tratamento, e hoje, o que se nota em vários estados, inclusive em Minas, é uma constante baldeação de pacientes entre municípios e estados, o que torna isso mais complicado. Eu gostaria de saber, Ministro, se há alguma medida que possa ser tomada em âmbito mais nacional, em âmbito mais geral, e que possa tornar mais igual, mais padrão, esse tratamento que as pessoas recebem nos municípios, de forma que elas não tenham que deslocar, às vezes, longas distâncias para receber um tratamento que nem sempre é tão complicado, como uma intervenção cirúrgica.

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Gustavo. Bom dia todos aí de Belo Horizonte, de todo o estado de Minas Gerais. As duas grandes ações são, exatamente, o Programa Saúde não tem Preço, que oferece o mesmo padrão de medicamentos em todo o Brasil, na Rede Aqui tem Farmácia Popular. São mais de 15 mil farmácias, em todo o Brasil, credenciadas. Só para você ter uma ideia, Gustavo, isso é mais do que o número de agências do Banco do Brasil, da Caixa e do Correio juntos. Tem mais farmácias credenciadas do que agências desses dois bancos e dos Correios, em cada canto do país. E a pessoa pode chegar lá com uma receita médica, seja do SUS ou seja, inclusive, de um setor privado, com o seu documento e um CPF e vai pegar o medicamento de graça, todas as classes de medicamentos para a hipertensão. Só para você ter uma ideia, desde quando nós começamos o programa, nós tivemos um aumento, dobrou o número de pessoas que têm hipertensão que chegaram lá no Aqui tem Farmácia Popular e pegaram a sua medicação e, dessa vez, totalmente gratuita. A outra questão é, exatamente, padronizar essas ações na atenção básica de saúde, nas unidades de saúde. Um dos motivos que faz Belo Horizonte ser, junto com Porto Alegre e Rio de Janeiro, as três capitais que mais têm casos de hipertensão certamente está relacionado ao envelhecimento da população. O principal fator de hipertensão é a idade das pessoas. Quando se tem mais de 55 anos de idade, nós temos metade da população com hipertensão. Então, como Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro a população é mais idosa, tem mais... Envelheceu mais, porque vive mais também, tem mais qualidade de vida, você aumenta o índice de hipertensão. Por isso que é importante, desde o começo, já quando jovem, na faixa etária adulta, fazer atividade física, controlar o peso, ter uma alimentação saudável. O Ministério da Saúde fez um acordo com toda a indústria de alimentos que reduza a concentração de sódio nos alimentos industrializados, todos aqueles que tinham maior concentração de sódio, exatamente para mudar os hábitos, para que você possa prevenir a hipertensão. O principal remédio... Ter remédio bom e de graça é um direito de todo mundo e é bom para todo mundo, mas o bom mesmo é não precisar tomar remédio, por isso que é fundamental a atividade física, o controle do peso, a alimentação saudável desde o começo.

APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Nós estamos, hoje, com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Esse programa é multimídia, estamos no rádio e na televisão ao vivo. Esse programa é coordenado e produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Ministro Alexandre Padilha, vamos conversar, agora, com a Rádio Mirante, de São Luís, no Maranhão, onde está Roberto Fernandes. Bom dia, Roberto.

 REPÓRTER ROBERTO FERNANDES (Rádio Mirante / São Luís - MA): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Aqui no Maranhão nós temos um problema grave, é a falta de leitos nas UTIs, principalmente pediátricas, uma situação que nem mesmo as ações na Justiça têm conseguido resolver. Eu pergunto como o Ministério poderia ajudar o estado a resolver esta questão. E a outra é sobre o programa Rede Cegonha. Percebemos que, no Brasil, há uma falta de médicos pediatras. Isso não pode afetar esse belo programa e de que forma o Ministério pode estimular a formação desses profissionais?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Roberto. Bom dia a todos aí em São Luís do Maranhão, no interior do Maranhão também. É exatamente para enfrentar esses problemas que nós lançamos o Rede Cegonha, Roberto. Como ele se preocupa em investir, dar qualidade do pré-natal até a assistência dentro do hospital, o parto, o nascimento, a UTI, se necessário, dentro do programa Rede Cegonha, nós vamos em cada região do país. A região Nordeste do país é prioritária, pelo alto índice de mortalidade materna e ainda de mortalidade neonatal, para ampliar os serviços. Fundamental, um pré-natal de qualidade, porque um pré-natal de qualidade evita, às vezes, a necessidade da mãe ou da criança ter que ir para uma UTI, uma assistência ao parto de muita qualidade também, porque isso pode evitar, e ampliar, sim, os serviços de UTI, os leitos de UTI tanto neonatal, que é aquele período mais curto depois do nascimento, quanto de UTI pediátrica e de UTI materna. Então, essa é uma ação que o Rede Cegonha vem exatamente para isso. E ontem nós tivemos uma reunião com o MEC - porque quem define as especialidades do país, para onde vão as bolsas de residência é exatamente o Ministério da Educação - para duas questões. Primeiro, ter um programa de ampliar um número de escolas médicas no país, sobretudo nos estados que mais precisam. O Maranhão, hoje, é o estado que tem a menor proporção de médicos em relação à população geral. São 0.7 médicos por mil habitantes do Maranhão. Só para você ter uma ideia, no Brasil inteiro é 1.8, e está baixo ainda, porque nos outros países do mundo chega a 2.3, 2.5. Tem país que chega a até três médicos por mil habitantes. Então, o Maranhão é o estado que eu diria hoje que mais precisa criar novas faculdades de medicina, sobretudo no interior do Estado do Maranhão, um estímulo para formar mais médicos. E outra questão, como você mesmo falou, são as bolsas de residência, que a pessoa se forma e depois tem dois, três anos, quatro anos de residência, que é a especialização. No caso de pediatria, são dois anos, podendo ser três ou quatro anos. O Ministério da Saúde já vem fazendo isso, ampliando, passando recursos para as universidades, para as secretarias estaduais, para que nós possamos ampliar as residências que mais precisam: pediatria, gineco-obstetrícia, as grandes áreas gerais. Porque, às vezes, os médicos acabam procurando subespecialidades ou uma especialidade só, porque [ininteligível], que são importantes, é importante o Brasil ter, mas o Brasil precisa muito formar... Voltar a formar pediatras.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. O nosso convidado de hoje, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Lembrando que a NBR, a TV do governo federal, transmite a gravação dessa entrevista ainda hoje à tarde e também no fim de semana, com horários alternativos. Ministro, vamos, agora, a Várzea Grande, em Mato Grosso, à Rádio Alternativa FM. Davi de Paula, bom dia.

 REPÓRTER DAVI DE PAULA (Rádio Alternativa FM / Várzea Grande - MT): Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, ministro Alexandre Padilha. Ministro, em relação à campanha da dengue, a gente sabe que a campanha é muito importante, de que forma que o governo federal vem realizando essas parcerias no sentido de estar fazendo um trabalho de prevenção e combate à dengue? Por exemplo, a nossa cidade aqui, a Grande Cuiabá, Cuiabá e Várzea Grande, Cuiabá é uma das cidades-sede da Copa do Mundo, de que forma o Ministério da Saúde vem preocupando no quesito de investimento de parceria no sentido de estar fazendo esse trabalho de prevenção?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Davi. Bom dia a todos aí de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, e todo o Mato Grosso. Aí no caso do Mato Grosso, por exemplo, foi um dos estados que nós alertamos que tinha o risco de epidemia. Intensificamos as ações, inclusive fizemos videoconferências, construímos o plano de contingência com o estado. O estado teve uma ação decisiva nas ações de mobilização. Nós tivemos uma grande redução de 85% dos casos de dengue notificados nesse ano comparado com o mesmo período do ano passado. Uma redução importante também em relação aos casos graves, foram 96% de redução nos casos graves, mostrando que é possível, sim, enfrentar este problema e se preparar para a Copa de 2014. Uma grande ação e preocupação do governo federal, do Ministério da Saúde, é definir, com as cidades-sede da Copa, uma rede de urgência e emergência adequada. Urgência e emergência começa lá no centro de saúde, o centro de saúde estando preparado para receber a pessoa, se for necessário, no SAMU funcionando na região urbana, podendo pegar as pessoas na rua, com acidentes que possam existir, ou na própria casa das pessoas. Depois, com a montagem das UPAs, só aí no estado do Mato Grosso nós temos três UPAs, dentro do PAC 2, para serem instaladas. Não existe a UPA aí no Mato Grosso, que são as unidades de pronto-atendimento 24 horas, que reduzem em até 90% a necessidade de a pessoa ir para um pronto-socorro hospitalar. E nós vamos reestruturar as principais unidades de emergência hospitalar no país. Estamos identificando quais são aquelas unidades de emergência e de referência, ou seja, que recebem o maior número de pacientes tanto da própria cidade quanto da região, com um olhar específico para as cidades da Copa, e fazer um plano específico de reestruturação dessas unidades de emergência. Porque, às vezes, não é só equipamento que precisa, não é só reforma física. Às vezes, é a organização do serviço ali, de quando a pessoa chegar já ter uma avaliação imediata de risco, priorizar atender a quem tem mais risco, ter controle sobre os leitos que estão no hospital, em outros hospitais, para poder internar a pessoa que já teve a vida salva, mas precisa continuar internada em outros lugares. Então, a rede de urgência e emergência é uma grande preocupação para nós no Brasil inteiro, sobretudo nas cidades da Copa.

APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, vamos, agora, a Natal, no Rio Grande do Norte. Marcílio Dantas, da Rádio Globo, bom dia.

 REPÓRTER MARCÍLIO DANTAS (Rádio Globo / Natal - RN): Bom dia, Ministro.

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Marcílio. Bom dia a todos em Natal.

 REPÓRTER MARCÍLIO DANTAS (Rádio Globo / Natal - RN): É Natal, exatamente. Ministro, partindo do princípio que a população brasileira vem crescendo em relação ao número de hipertensos, o que o governo fará para que as indústrias de alimentos possam contribuir com a população? Anos atrás, vimos a obrigatoriedade na informação sobre a gordura trans nas embalagens. Há algum projeto de lei que pretende diminuir a quantidade de sódio nos produtos, já que a maioria deles contém a substância, ou mesmo incentivar o consumo de sal light, que contém 50% a menos de sódio?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Marcílio e ouvintes. Vocês entendem tudo de sal aí, não é, no Rio Grande do Norte, na capital. Tudo bem, Marcílio? Nós conseguimos uma coisa que foi mais rápida do que ter que aprovar um projeto de lei no Congresso Nacional, foi exatamente fechar um acordo com a indústria de alimentos. Nós fechamos esse acordo no dia 07 de abril. Pegamos todos os setores de indústria de alimentos, o setor também de supermercados, que vendem os alimentos, e fizemos um grande acordo de redução da taxa de sódio. Inclusive, com taxas de redução maior naqueles produtos que têm maior concentração de sódio. O grande vilão de concentração de sódio são aquelas massas instantâneas que o pessoal faz. Naquele macarrão instantâneo que faz rápido, nós vamos ter uma redução de 30% da concentração de sódio, do sal, que pode causar hipertensão, desse tipo de macarrão, dessas massas. Em média, 10 a 15% em outros produtos. E, no segundo semestre, nós vamos fechar também a taxa de redução de gordura. Foi uma ação do Ministério da Saúde que vai ser monitorado pela Anvisa. Nós vamos publicar e divulgar isso. A Anvisa, que faz o registro dos produtos, vai poder divulgar essa situação, controlar essa situação. E a participação da Associação Brasileira de Supermercados é importante porque os supermercados vão divulgar melhor, dentro do supermercado, quais são os produtos que têm menos sódio, produtos diet, sem gordura, para que as pessoas possam ter um hábito de alimentação saudável.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, vamos, agora, a Goiânia, aqui em Goiás, à Rádio Difusora de Goiânia. Edson Rodrio, bom dia.

 REPÓRTER EDSON RODRIO (Rádio Difusora / Goiânia - GO): Bom dia. A minha pergunta ao Ministro é sobre falta de vagas em unidades de terapia intensiva. Goiânia vive esse problema grave, e agora o Ministério Público Federal, por meio de uma investigação, descobriu que no interior do estado está sobrando vagas nas unidades de terapia intensiva, que o pessoal quer sempre trazer para a capital. Ministro, como o senhor pretende resolver esta situação?

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Bom dia, Edson Rodrio. Bom dia a todos de Goiânia e do estado de Goiás. É exatamente para isso que nós estamos lançando esse grande programa de urgência e emergência. Uma parte do programa, compromisso da presidenta Dilma, é construirmos, nesse governo, mais quinhentas unidades de pronto-atendimento, contando aquelas que nós já estamos construindo. Com mais novas quinhentas, nós vamos chegar a quase mil novas unidades, 24 horas, de pronto-atendimento, as UPAs 24 horas, distribuídas nas regiões que mais precisam, o que evita em até 90% a necessidade de se ir para dentro de um hospital, para o hospital, para a urgência e emergência ou mesmo para a UTI. O segundo é, dentro dessa política de urgência e emergência, nós vamos em cada território do país e redefinir com os estados e municípios as necessidades de UTI, tanto UTI adulto quanto UTI neonatologia. Agora, nós precisamos ter algumas ações que são preventivas. Qual que é um dos grandes problemas, hoje, das UTIs? É porque aumentou em sete vezes o número de acidentes de moto no país nos últimos anos. Se a gente não fizer uma ação preventiva como a Lei Seca, ações de regulamentação dos mototaxistas, do uso de motos como fretes, ações de prevenção, educação no trânsito, não tem leito de UTI que dê conta. Hoje, quase 35 a 40% das urgências e emergências no Brasil estão relacionadas a problemas de acidentes de traumas, acidentes de trânsito. Por isso que combinar a instalação de novas redes de UTI, melhorar a urgência e emergência, fazer as UPAs, mas com forte ação educativa de combate e redução aos acidentes de trânsito é fundamental. E vocês têm um papel decisivo nisso. Por isso que a Lei Seca é tão importante, porque reduziu os acidentes de trânsito.

 APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro Alexandre Padilha, acabou o nosso tempo, infelizmente. Eu queria agradecer a sua participação em nosso programa.

 MINISTRO ALEXANDRE PADILHA: Muito obrigado. Muito obrigado a todos, viu, Kátia. Obrigado a todos aqui que produzem e participam do programa, e espero um novo convite, está certo? Porque eu nunca faltei a um convite que vocês fizeram aqui. Então, eu espero um novo convite aqui.

APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: É verdade. Já fica convidado, então. Já está convidado. Obrigada, Ministro. E a todos que participaram conosco, mais uma vez, dessa rede de emissoras, desse programa, meu muito obrigado e até a próxima edição.