APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil. Eu sou Kátia Sartório e começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. Esse programa é produzido e coordenado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, esqui, nos estúdios da EBC Serviços, com a gente, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Bem vinda, Ministra.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Muito obrigada pelo convite, Kátia. É um prazer estar aqui, um prazer poder conversar com o Brasil todo e falar um pouco desse mundo da cultura e do Ministério da Cultura.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Na pauta do programa de hoje, o Vale-Cultura, as Praças do PAC e a criação da Secretaria de Economia Criativa. A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, já está aqui, no estúdio, e começa a conversar agora com âncoras de emissoras de rádio de todo o país, neste programa que é multimídia; estamos ao vivo no rádio e na televisão. Ministra, já está na linha a Rádio CBN, de Recife, em Pernambuco, onde está Jofre Melo. Bom dia, Jofre.
REPÓRTER JOFRE MELO (Rádio CBN / Recife - PE): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra. Ministra, aqui, em Pernambuco, nós tivemos a atuação de alguns programas governamentais, como, por exemplo, o Governo Presente e o Pacto pela Vida, que trabalharam para a redução drástica de violência em bairros mais perigosos, vamos assim dizer. Um deles, por exemplo, o Coque. Nós tivemos, lá, um... Foi formada uma orquestra do cidadão, a Orquestra Meninos do Coque, que, hoje, é um destaque nacional. Um exemplo onde a cultura chegou e resolveu, ou, pelo menos, ajudou bastante a reduzir o número da criminalidade, além de trazer uma opção para os jovens, que, a partir de agora...
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Jofre, só um minuto. Eu gostaria que você aumentasse o seu retorno. A Ministra não está conseguindo ouvir bem a sua pergunta.
REPÓRTER JOFRE MELO (Rádio CBN / Recife - PE): Está me ouvindo agora?
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Está melhor agora. Obrigada.
REPÓRTER JOFRE MELO (Rádio CBN / Recife - PE): Ok. Então, refazendo a pergunta, eu falava aqui à Ministra que, aqui em Pernambuco, nós tivemos algumas ações, através da cultura, que conseguiram reduzir bastante os índices de criminalidade em alguns bairros mais perigosos, vamos assim dizer. Um deles, por exemplo, o Coque, através da Orquestra Cidadã, a Orquestra Meninos do Coque, que foi, inclusive, ovacionada pelo presidente Lula e, hoje, é um destaque nacional, através da cultura, conseguiu dar opção para que jovens e adolescentes não entrassem na criminalidade. Mas o maior investimento que é feito lá é através de organizações não governamentais. Eu perguntaria à Ministra se, através do PAC ou de algum outro programa, existe algum investimento, na parte de cultura, para que possa reduzir a violência em bairros e cidades ou locais perigosos do país.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Muito bom dia, Jofre. Bom dia, Recife. Bom dia, Pernambuco, Rádio CBN de Recife. Olha, nós temos várias frentes com esse foco de diminuir a violência; a inserção da sociedade, dos jovens. O PAC é uma das formas. Quer dizer, nós estamos abrindo, amanhã, para as prefeituras, o projeto... o PAC 2, que, agora, vai abrir com as Praças do PAC, que vão estar em regiões de alta densidade demográfica, de baixa renda e alta vulnerabilidade também. E tudo isso... Nosso foco... A gente vai trabalhar com outros ministérios. Vai estar... Está sendo conduzido pela Cultura, pelo Ministério da Cultura, mas com a participação de outros ministérios, como o Ministério do Desenvolvimento Social, com os CRAS, vai ter espaço para o CRAS, para esportes, quadras, com oficinas, cineteatros. E vamos... Quer dizer, isso ficou muito na Cultura... A visão do governo foi de deixar isso sendo administrado pela Cultura, porque nós vamos trabalhar com as prefeituras, com a comunidade. A gestão vai ser desenvolvida por este conjunto de pessoas da sociedade local, da comunidade local e da prefeitura, também, para poder manter, para cuidar da sustentabilidade também, da manutenção dos programas e desses espaços, porque não só a construção é importante, mas também o trabalho que vai permanecer lá. Então, isso é uma das formas. Nós também... Você falou também das organizações sociais, das ONGs. Quer dizer, esse trabalho também vai envolver a sociedade como isso também, com as ONGs, com os movimentos organizados também. Esse diálogo, que também está passando pela nova Secretaria de Economia Criativa, também envolve isso: como aproveitar melhor, como criar condições de inserir esses jovens na sociedade? Temos vários programas nesse sentido. E, assim, o PAC, que eu estou chamando mais atenção, que é um deles, e tem outros programas também, as bandas de música... Tem vários programas, no Ministério inteiro, trabalhando, voltado mais para os jovens. Os Pontos de Cultura também têm muito esse trabalho. Nós temos mais de 3 mil Pontos de Cultura, vários voltados, também, para este trabalho. Então, é um dos focos principais do Ministério da Cultura, também.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Jofre Melo, da Rádio CBN, de Recife, você tem outra pergunta?
REPÓRTER JOFRE MELO (Rádio CBN / Recife - PE): Sim. Eu gostaria de perguntar à Ministra - que ela falasse um pouco - sobre essa questão do Vale-Cultura. A meu ver, particularmente, se me permite, Ministra, eu acho que é uma das maiores criações, um dos maiores avanços que o Brasil poderia ter na área de cultura, o que coloca a gente, inclusive, em pé de igualdade com países da União Europeia, por exemplo, que têm esse subsídio de cultura, que dá apoio ao trabalhador para que ele possa ter acesso à cultura. Como diz aqui, semelhante a esta questão do vale-alimentação, que já é um direito do trabalhador, eu acho essa questão um avanço importantíssimo, essa questão do Vale-Cultura. De alguma forma, o Ministério vai trabalhar junto ao Legislativo para que isso seja aprovado?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Jofre, realmente, você tem toda a razão. Esse projeto é importantíssimo. Nós vamos, este ano, trabalhar com ele, com esse projeto. Já estamos conversando com o Congresso, com deputados, nesse sentido, porque ele vai... A cultura a gente considera um bem, uma necessidade de todo o ser humano. Quer dizer, a cultura tem que estar na vida do ser humano. Ela amplia visões, ela alimenta o cidadão para poder se inserir a cidadania. Tudo isso está ligado muito à cultura. Parece um segmento meio abstrato, mas ele tem uma função muito objetiva de lidar com o cidadão. E o trabalhador também tem que lidar com isso. Quer dizer, ele poder ter esse direito, quer dizer, o trabalhador... Nesse caso, são os trabalhadores de até cinco salários mínimos que vão ter direito ao Vale-Cultura, e os trabalhadores, também, até sete salários mínimos. Os trabalhadores com necessidades especiais também vão ser beneficiados. Eles vão poder ter um vale para poder ir ao cinema, ir ao teatro, comprar um livro, comprar um disco. Enfim, as necessidades são várias, que ele vai poder usar, ele e a família dele. Então, isso vai fazer parte dos benefícios que o cidadão vai poder ter, o trabalhador vai poder ter. E eu acho que, se a gente não trabalhar voltado para o trabalhador brasileiro, que é a grande maioria, a gente está perdendo... A cultura está perdendo uma grande oportunidade de inserir sua... Inserir a cultura, mesmo, na vida do dia a dia do trabalhador.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório e estamos, hoje, com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Ela conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Lembrando que o sinal dessa entrevista está no satélite, no mesmo canal da Voz do Brasil. Ministra, vamos, agora, a São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Rádio Aliança FM, de São Gonçalo, onde está José Perazzo. Bom dia, José Perazzo.
REPÓRTER JOSÉ PERAZZO (Rádio Aliança FM / São Gonçalo - RJ): Bom dia, apresentadora Kátia Sartório. Bom dia a todos os brasileiros, e bom dia à ministra da Cultura, saudando, Ana de Hollanda. Gostaria, Ministra, de obter mais detalhes, juntamente com os brasileiros que nos ouvem, sobre o que acredito ser uma das novas marcas do Ministério da Cultura, que é a economia criativa. Quais os objetivos dessas políticas culturais, dentro dessa nova proposta, que segue ou renova a anterior gestão ministerial da cultura brasileira? É a minha única pergunta e satisfeito pela sua resposta. Bom dia.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, São Gonçalo. Bom dia, José Perazzo. Olha, a economia criativa é uma necessidade que já vem sendo questionada em vários países. Começou na Inglaterra isso, essa discussão da economia criativa. Ela perpassa por todas as áreas da cultura. Quer dizer, para quem vive da cultura, quem trabalha na cultura e também para quem cerca. Quer dizer, a cultura mobiliza um mundo, um mundo de pessoas que, direta ou indiretamente, estão participando do processo. Quer dizer, você vai ver um espetáculo, vai até o pipoqueiro que está atendendo, que está trabalhando, envolve produção, envolve as gráficas que trabalham com o material gráfico. Então, a gente tem que pensar uma forma de otimizar isso também, de como esse trabalho, essas verbas que a cultura consegue fazer render em várias áreas, como trabalhar, fazer isso voltar para a cultura, fazer isso ser reaproveitado, fazer isso ser utilizado de uma forma mais organizada. Quer dizer, como pensar em projetos que também gerem renda e que essa renda reverta para a cultura. Então, esse trabalho é um trabalho que tem que passar por todas as áreas - nas áreas de artes, de literatura, de patrimônio. Todas as áreas do Ministério da Cultura têm que ter esse olhar, que é o olhar da economia criativa. Então, o Ministério tem essa configuração muito transversal. Nós pretendemos trabalhar sempre assim: os projetos passam, se complementam, das diversas secretarias, se complementam. E essa secretaria nova veio para dar esse viés, essa visão de que a cultura tem um lado de economia que não estava sendo aproveitado, e vamos otimizar isso.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Essa secretaria, Ministra, já está implantada?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Não. Estamos trabalhando, ela vai ser... Já nomeamos até a Cláudia Leitão, que é uma grande especialista no assunto, tem vários trabalhos sobre isso, vem estudando esse assunto há muito tempo. Ela é do Ceará, ela está vindo para cá. Estamos, agora... Tudo isso vai ser mandado para o Ministério do Planejamento, porque qualquer mudança no Ministério a gente tem que aprovar no Ministério do Planejamento, mas já está tudo conversado. Então, vai haver essa mudança em breve. Essa nomeação... A posse dela vai ser em breve, é só organizar.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Está certo. Ministra, vamos, agora, conversar com a Rádio Veneza FM, de Caxias, no Maranhão. A pergunta é da Araílton Santana. Bom dia, Araílton.
REPÓRTER ARAÍLTON SANTANA (Rádio Veneza FM / Caxias - MA): Bom dia. Bom dia, Ministra.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Araílton, você pode aumentar o seu retorno, por favor? Araílton?
REPÓRTER ARAÍLTON SANTANA (Rádio Veneza FM / Caxias - MA): Estamos improvisando, aqui, mas está dando para ouvir?
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agora está melhorando.
REPÓRTER ARAÍLTON SANTANA (Rádio Veneza FM / Caxias - MA): Está dando para ouvir?
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Sim.
REPÓRTER ARAÍLTON SANTANA (Rádio Veneza FM / Caxias - MA): Bom, Ministra, Caxias, no Maranhão, que é uma cidade de 180 mil habitantes, nós queríamos saber se... Nós gostaríamos de saber, Ministra – Caxias, no Maranhão, que é uma cidade de 180 mil habitantes -, se para participar dos programas, projeto qual a senhora está fazendo, quais são os critérios, que contrapartida que...
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Como participar dos programas, é isso? Está sumindo a sua voz, Araílton. Daqui a pouco a gente tenta um novo contato com o Araílton Santana, da Rádio Veneza FM, de Caxias, no Maranhão. Vamos, agora, falar com... Goiânia ou é Rio, agora, gente? Goiânia. Rádio Jornal 820 AM, de Goiânia, em Goiás. Kitia Oliveira, bom dia.
REPÓRTER KITIA OLIVEIRA (Rádio Jornal 820 AM / Goiânia - GO): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra. Ministra, a ideia das Praças do PAC. Nosso estado, Goiás, é muito carente em relação a espaços culturais, a espaços de lazer, e eu, particularmente, acho um programa muito ousado para todo o Brasil. É algo, inclusive, que o Brasil já precisava para promover a cultura, o lazer, às pessoas mais carentes. Mas como o governo federal vai gerir e garantir que essa estrutura, no futuro, não seja utilizada para outros fins e promover, realmente, a cultura nesses lugares?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, Kitia Oliveira. Bom dia, Goiás, Goiânia. Olha, esse trabalho de Praças do PAC é justamente como... Eu já tinha falado no início. É sempre um trabalho novo. A gente vai chegar, construir junto com a prefeitura, vamos orientar as prefeituras. Conseguimos a verba, passa pela Caixa Econômica. Vamos oferecer o projeto, vamos viabilizar isso junto com a prefeitura, junto com os arquitetos da prefeitura. Temos projetos... Eu vou até aproveitar para informar que nós estamos... A partir de amanhã, amanhã, sexta-feira, vai estar no site www.pracasdopac.gov.br... Vai estar disponibilizado, lá, o manual do projeto técnico. Lá, vocês vão poder... As prefeituras vão poder se informar, conhecer melhor as possibilidades, a documentação necessária. Tudo isso vai ser trabalhado. Agora, claro, a manutenção dessas praças. Quer dizer, a gente não vai só chegar e construir, a gente vai equipar, também, essas praças, com equipamentos de teatro, biblioteca, computadores. Vamos trabalhar no sentido de deixar esse equipamento pronto para ser usado. Nós vamos, também, a partir... Imediatamente, no começo, também, trabalhar, nas cidades, com a sociedade local. Quer dizer, ela vai estar em zona de alta densidade demográfica. Temos que conversar com as comunidades para que elas também se apoderem desse espaço. Quer dizer, vão ter, lá, também, outros segmentos, não só voltados para a cultura, mas, por exemplo, os centros de referência de... Os CRAS, de assistência social, para atender à comunidade; os espaços multiusos, que a própria comunidade vai definir o uso delas. Enfim, pode-se desenvolver mil atividades com o que a comunidade costuma trabalhar, seja, de repente, cursos de corte e costura, cursos de pintura, trabalho com as crianças. Agora, tudo isso, nós vamos começar a fazer um trabalho junto com a comunidade, junto com a prefeitura, e, depois, essa gestão vai ser feita por este conjunto. Quer dizer, vai ter um grupo que vai ser da comunidade, da prefeitura, da sociedade, se tiver ONGs e tiver, também, outras organizações que trabalhem nessa região, para que eles mantenham o trabalho vivo lá e que isso não se perca. Nós vamos estar acompanhando não só a implantação como a manutenção. Eu acho que, inclusive, isso foi uma das razões pela qual o Ministério da Cultura foi escolhido, justamente para ele poder fazer a manutenção da continuidade desse trabalho.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra, a gente sabe que vão ser um total de 800 praças, mas a iniciativa tem que partir de quem: da prefeitura, buscando junto ao Ministério?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Sim. As primeiras 400 já foram escolhidas. Quer dizer, houve toda uma campanha que já está... Há um ano, pelo menos, já está se discutindo isso, já está... Esse site já está no ar, apresentando as sugestões, a forma como elas poderiam se inscrever; parte delas, propor a inclusão das cidades. Elas apresentam qual é o local que elas pretendem, qual é a situação da comunidade. A questão dessa... A prioridade é essa questão social, mesmo, da vulnerabilidade social, da baixa renda. Então, isso foi o que várias propostas... O pessoal respondeu a questionários para poder se escolher quais eram as regiões essenciais, prioritárias, pelo menos, para a escolha dessas cidades. Daí, já foram selecionadas 400, em trezentos e vinte e poucos... É, 362 municípios. Quer dizer, alguns municípios grandes, nas periferias e tal, cidades grandes...
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ganharam mais de uma?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Ganharam mais de uma. Então, isso já foi feito. Agora, vamos dizer, a partir do fim desse ano, acredito, já estejam abertas para as inscrições das outras 400. Então, o pessoal tem que ficar... As cidades têm que ficar alertas para poder se inscrever nesse projeto.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Está certo. Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório. A nossa convidada de hoje é a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Lembrando que o áudio dessa entrevista está, ainda hoje, pela manhã, na internet, no site da Presidência da República, na Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Anote o endereço: www.imprensa.planalto.gov.br. Ministra, vamos, agora, mais uma vez, tentar falar com a Rádio Veneza FM, de Caxias, no Maranhão. Araílton Santana, bom dia. Araílton? Não foi possível. Daqui a pouco, a gente tenta, mais uma vez, falar com o Araílton, lá da Rádio Veneza. Vamos, então, a São Paulo, falar com a Rádio Paraisópolis. A pergunta é de Gilson Rodrigues. Bom dia, Gilson.
REPÓRTER GILSON RODRIGUES (Rádio Nova Paraisópolis / São Paulo - SP): Bom dia. Bom dia a todos. Bom dia, Ministra, é um prazer poder participar desse programa. Essa iniciativa é excelente, dá voz à comunidade, esse papel que as rádios comunitárias vêm cumprir. A minha pergunta é sobre as Praças do PAC, que é uma iniciativa importante para levar cultura aos locais menos favorecidos, nos estados de... Há certa produção, consumo de bens culturais... Paraisópolis passa, atualmente, por um programa de urbanização, um processo aí, mudando a realidade da comunidade, trazendo mais melhorias à nossa população. Agora, a gente está buscando um hospital e melhorar o acesso à cultura. Para contribuir com esse importante processo que nós estamos passando, de que forma podemos trazer uma Praça do PAC para as comunidades de Paraisópolis e para outras comunidades? Que iniciativas devem ser tomadas, para que a gente possa ter acesso a essa ação tão importante?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Olha, bom dia, São Paulo, Paraisópolis, Rádio Paraisópolis. Gilson, eu estou... Algumas cidades, em São Paulo, já se inscreveram nessas primeiras 400. Temos, aqui, Campinas, Ribeirão Preto, Santo André. Duas em Campinas, duas Praças do PAC, uma em Ribeirão Preto e duas em Santo André. Essas são as primeiras. Quer dizer, das 400 que estão selecionadas, nessa primeira fase, nesses dois primeiros anos, que a gente vai trabalhar 200 nesse ano, 200 no ano que vem. Quer dizer, a implantação, a construção e tal. E vamos, a partir do fim desse ano, já nos preparar para as próximas 400. Então, o que eu sugiro é que façam um estudo aí, em Paraisópolis. Quer dizer, é uma região que também, pelo que eu conheço, atende um pouco essa característica que as praças estão buscando, e se informem através do site www.pracasdopac.gov.br, para que também possam vir a receber, também, essa praça. Porque eu acho que não dá para a gente, num primeiro momento... Agora, já estamos fechado nas primeiras... Fechamos as primeiras 400, mas vão ter mais 400.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Gilson, você tem outra pergunta?
REPÓRTER GILSON RODRIGUES (Rádio Nova Paraisópolis / São Paulo - SP): Para já?
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Gilson?
REPÓRTER GILSON RODRIGUES (Rádio Nova Paraisópolis / São Paulo - SP): Oi?
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta?
REPÓRTER GILSON RODRIGUES (Rádio Nova Paraisópolis / São Paulo - SP): Eu tenho. Geralmente, nas comunidades, existe uma série de iniciativas culturais diferentes, no geral, da cidade. Por exemplo, aqui, em Paraisópolis, tem uma ação, tem uma casa de pedra, que é do Estevão Conceição, que a casa é conhecida como o Gaudí de Paraisópolis, que é um castelo parecido com o trabalho do Antoni Gaudí, da Barcelona. E aí existem outras iniciativas, como a do Berbela, como da Casa de Pet, entre outras. E nas comunidades, geralmente, você sempre acha um ponto em que as pessoas costumam ir, para poder visitar. De que forma o Ministério pensa em criar uma ação para poder apoiar e potencializar essas ações dentro das próprias comunidades?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Ah, tá. Aí, já tem uma outra característica, que nós, de uma certa forma... Estar mais próxima dos Pontos de Cultura. Ponto de Cultura já trabalha com as comunidades existentes, que já desenvolvem um trabalho e que, pelo que você descreveu, é mais ou menos isso, que tem uma presença na comunidade e que já estão organizadas, um trabalho na área cultural. Então, eu acho que aí, no caso, deve se dirigir ao Ministério. Quer dizer, nós temos uma Secretaria, a nova, que estamos criando agora, que é a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, que trabalha com os Pontos de Cultura. Esses pontos, nós vamos detectando, vemos o trabalho que é desenvolvido, a inserção na sociedade, na comunidade. Ah, tá. Estão passando a informação. Em São Paulo, há 733 Pontos. Aí, no caso... É, em São Paulo, no Estado de São Paulo. Não sei dizer aí, mas eu acho que vocês devem, também, procurar. Quer dizer, nós, normalmente, fazemos parceria com o estado, o estado e o município. No caso... Quer dizer, mesmo assim, algumas organizações independentes também têm essa parceria com o governo federal. Nós temos que detectar, ver o trabalho desenvolvido. Então, eu proponho que vocês, que essas comunidades nos procurem, apresentem o trabalho que elas desenvolvem, para a gente poder reconhecer como um Ponto de Cultura.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra Ana de Hollanda, vamos conversar, agora, com a Rádio CBN, do Rio de Janeiro, onde está Matheus Carrera. Bom dia, Matheus.
REPÓRTER MATHEUS CARRERA (Rádio CBN / Rio de Janeiro - RJ): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra. Ministra, a minha pergunta é sobre o preço da cultura no Brasil. O acesso aos bens culturais ainda é muito caro, não só o preço de livros e CDs, mas também os ingressos de cinema e outros espetáculos vêm subindo cada vez mais. Ao invés de criar o Vale-Cultura, não seria muito mais eficiente o Ministério trabalhar no sentido de diminuir os custos dos bens culturais para o consumidor, ou mesmo ampliar os pontos de cultura, levar para as comunidades mais pobres bibliotecas, cinemas? Isso não teria um efeito mais duradouro?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, Rádio CBN, do Rio. Matheus, bom dia. Seguinte: você tem razão. De uma certa forma, a cultura, às vezes, é inacessível. Algumas vezes, ela, no caso do Vale-Cultura... Quer dizer, ela visa, realmente, o trabalhador; já facilita a vida do trabalhador. Agora, temos vários projetos, inclusive, os projetos que estão na Lei Rouanet, e que nós tentamos... Estamos, também, com o projeto, a nova Lei Rouanet, que é o pró-cultura, eles também pedem um pouco, eles também pedem essa contrapartida no valor dos ingressos, no valor... Quer dizer, tem que ter uma contrapartida social, uma contrapartida... As pessoas são beneficiadas. Quer dizer, os proponentes são beneficiados com um dinheiro que vem da isenção fiscal, mas eles têm que apresentar essa contrapartida. Aqui, veio uma informação. Ah, é. Também. Teve uma redução dos impostos dos livros, em 2004. Quer dizer, isso já gerou uma pequena queda de 3 a 7% no valor do livro. Agora, estamos trabalhando muito em várias frentes. Eu acho que essa Secretaria da Economia Criativa visa isso. Quer dizer, ela não visa só a como usar o dinheiro, mas como economizar, também, como baratear, também, a produção cultural em benefício da população.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta, Matheus?
REPÓRTER MATHEUS CARRERA (Rádio CBN / Rio de Janeiro - RJ): Eu tenho, sim. A minha outra pergunta é sobre cinema. A gente observa que o cinema nacional vem crescendo, já derrubou diversas barreiras. Hoje, compete de igual para igual, em termos de bilheteria e técnica, com os filmes estrangeiros, e isso vem incentivando o interesse do jovem na área, que, agora, procura por vagas nas poucas faculdades existentes no país. Mas, ao terminar a faculdade, o jovem tem muita dificuldade de entrar no mercado. Os editais de financiamento de novos filmes estão muito exigentes e acabam ficando restritos a quem já tem nome no mercado, já tem experiência. Eu pergunto: o que o Ministério pretende fazer para ampliar os investimentos na nossa produção cinematográfica e, assim, dar mais oportunidades aos jovens cineastas?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia... Bom dia, não, continuando...
Matheus, a área do cinema é uma área muito concorrida e está crescendo muito mesmo. A produção até que eu acho que a gente está conseguindo atender, de uma certa forma. Eu acabei de vir de Tiradentes, teve uma grande mostra com filmes de baixa renda, onde isso é mais acessível. Quer dizer, você fazer um cinema muito caro, hoje, no Brasil, sem ter garantia de retorno, é muito difícil. Mas curtas são as formas como o jovem consegue se inserir no mercado; em festivais, onde ele vai se destacando, vai tendo oportunidades de se destacar. Minha preocupação, também, eu acho que vai um pouco... Além da gente ajudar a produzir, a gente tem que pensar no público. Quer dizer, eu acho que temos que estudar mais o acesso do público. Quer dizer, a distribuição, filmes que têm uma oportunidade de serem exibidos nas salas de cinema, em outros espaços possíveis. Eles pensaram nos espaços que a gente conta para a exibição do filme brasileiro, que é muito bom. Hoje em dia, está recebendo prêmios internacionais, inclusive, e reconhecido como uma produção de qualidade. Agora, a dificuldade é a exibição. Eu acho que eles têm que pensar os dois lados. Eu acho que teria que trabalhar. Quer dizer, às vezes, a gente pensa que não está se produzindo. Está se produzindo bastante. E eu acho que... Claro, editais são sempre editais, as pessoas que têm que se submeter e concorrer, mas na Secretaria de Audiovisual já existe um trabalho bem voltado para o pessoal novo, para oferecer oportunidade. E a quantidade de festivais mostra isso; o pessoal está produzindo, estamos assistindo bastante coisa boa. Deixa eu ver, tem mais aqui. É, está falando: só no Brasil, em 2010, tivemos 25 milhões de espectadores. Mas eu acho que o potencial é muito maior, porque esses 25 ainda estão voltados para um número não tão amplo. Acho que a diversidade da produção brasileira é muito grande, temos que promover muito mais o cinema brasileiro na sua diversidade. Nós temos festivais, os Cine Mais Cultura. Tem um projeto, que é o Cinema Perto de Você. Quer dizer, para poder criar salas de cinema. Isso é uma das ações que o Ministério tem, voltada para abrir salas de cinema. Nós temos, enfim, nos municípios, pelo menos com 100 mil habitantes, nós temos esse projeto. Temos equipamentos, também. A Secretaria de Audiovisual dá, também, um kit, também, para os espaços culturais receberem, também, poderem montar seu cinema. Enfim, temos algumas ações bastante voltadas para o cinema. E acho que a gente vai melhorando aos poucos mesmo.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra, vamos agora à Rádio ABC 1570 AM, de Santo André, em São Paulo. Tiago Oliveira, bom dia.
REPÓRTER TIAGO OLIVEIRA (Rádio ABC 1570 AM / Santo André – SP): Olá, bom dia. Bom dia, Ministra. Ministra, a ida ao teatro ainda é vista como uma atividade de elite no Brasil, em parte por causa dos preços dos espetáculos, que não são acessíveis à maioria da população. O Ministério da Cultura prevê algum tipo de incentivo específico para o teatro e para que mais pessoas tenham acesso a essa atividade? E aproveito para elaborar uma outra questão: o problema é somente o preço ou é o teatro, realmente, que não faz parte da cultura do brasileiro?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, Santo André. Bom dia, Rádio ABC. Bom, dia, Tiago. O teatro, realmente, está caindo um pouco no desuso da população média brasileira. Agora, existe, realmente, um trabalho que a gente tem que pensar. Quer dizer, por que isso está acontecendo se em todos os cantos, nas periferias, existe a vontade de estudar teatro, se existem salinhas onde o pessoal faz grupo de teatro amador? Quer dizer, isso existe no Brasil inteiro, em grande quantidade. A gente fala no teatro, às vezes, o teatro, o clássico, o divulgado em grandes cartazes, com atores globais. Esse teatro fica... Está um pouco caro. Aí, talvez, o Vale-Cultura possa ajudar. Quando eles estão recebendo um financiamento pelas leis de incentivo fiscal, a gente também trabalha para baratear ou para criar, também, alguns dias para estudantes, para promover o acesso, também, ao teatro. Agora, existem vários prêmios que a Funarte, agora... A área do teatro está dentro da Funarte, que é uma das vinculadas do Ministério da Cultura. Então, a Funarte está se preparando. Eu chamei o diretor de teatro... o diretor, o ator Antonio Grassi, para dirigir a Funarte. Ele já tem um trabalho anterior lá. Ele conhece mais, como pouca gente, essa área do teatro profissional, amador e das várias formas que se faz teatro no Brasil inteiro. Ele vai, com certeza, desenvolver um trabalho para estimular o acesso ao teatro.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Eu sou Kátia Sartório. Estamos, hoje, com a nossa convidada, é a Ministra Ana de Hollanda, da Cultura. Ela fala com emissoras de rádio de todo o país. Lembrando que a NBR, a TV do governo federal, reapresenta a gravação dessa entrevista ainda hoje, à tarde, com reprises, também, no final de semana, no sábado e no domingo. Ministra, vamos, agora, a Belo Horizonte, Minas Gerais, à Rádio UFMG Educativa 104,5 FM, de Belo Horizonte, onde está Raquel Freitas. Bom dia, Raquel.
REPÓRTER RAQUEL FREITAS (Rádio UFMG Educativa 104,5 FM / Belo Horizonte - MG): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministra. Bom, Ministra, a senhora falou sobre o acesso da cultura com os Vales-Cultura, mas como será o fomento à produção cultural? Em especial, como vai funcionar o Pró-Cultura?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom, bom dia, Belo Horizonte, Rádio UFMG Educativa. Bom dia, Raquel. Olha, o Vale-Cultura... Você perguntou também do Pró-Cultura?
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Pró-Cultura.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Pró-Cultura, que é a nova Lei de Incentivo Fiscal, que a Lei Rouanet, a reformada, vai receber esse nome de Pró-Cultura. Ela, justamente... Ela está sendo trabalhada, foi proposta e vai ser, agora vai ser votada, passar pelo Congresso, e discutida. Mas ela teve, justamente, esse objetivo, de rever a Lei Rouanet, no sentido em que ela favorecia muito mais o produtor do que o... Não só o produtor, o patrocinador, do que o público. Nós vamos trabalhar, eu acho que no sentido de tentar aprovar esta lei, porque ela... Toda lei, quando você... Tudo, tudo, a novidade, ela tem... Como a Lei Rouanet, ela trouxe grandes benefícios, mas também alguns desvios, que no tempo se percebeu que estavam acontecendo. Eu acho que esta questão vai ser sanada, vai ser, pelo menos, diminuída com esse projeto que a gente espera que seja aprovado.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra, de Belo Horizonte, vamos, agora, para Parintins, no Amazonas, Rádio Alvorada. Aroldo Bruce, bom dia.
REPÓRTER AROLDO BRUCE (Rádio Alvorada / Parintins - AM): Muito bom dia. Bom dia a todos. Bom dia, Ministra. Eu tenho uma pergunta. Aqui, no Estado do Amazonas, no Norte do País, que é na Amazônia, muitas culturas, elas precisam, sim, de incentivo do governo, do governo federal. Então, a pergunta é: quais, assim, os assuntos, os projetos da nova presidente da República para incentivar ainda mais essas culturas? Por exemplo, aqui, no Norte do País, tem, aqui, em Parintins, o festival folclórico, que ainda precisa, ainda, de apoio, ainda mais para atrair ainda mais turistas, ainda mais investimentos nessa cultura, Ministra. Bom dia.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, Aroldo. Bom dia, Parintins, Rádio Alvorada. O Amazonas... O Amazonas, a região amazônica toda é uma região enorme, às vezes, de difícil acesso. Então, infelizmente, não tem sido uma região tão beneficiada. Mas nós trabalhamos em comunidades, em pequenas comunidades, com os Pontos de Cultura. Nós temos, também, deixa eu ver aqui. Em Manaus, dois... Duas Praças do PAC que vão estar sendo criadas, instaladas nesses primeiros dois anos. A gente já está trabalhando, a partir de amanhã elas vão estar se preparando para serem criadas nessa região, para serem instaladas e atender uma população dessa região. Nós temos, também, vários programas de apoio a festivais. Eu acho que isso atende, em parte. Quer dizer, é difícil você estar em todos os pontos da Amazônia, mas os Pontos de Cultura trabalham muito bem, e tem vários Pontos de Cultura. No Estado da Amazônia, são 57 Pontos de Cultura. Quer dizer, eles já estão na comunidade. Nós estamos apoiando ele. Quer dizer, esse Ponto de Cultura. Quer dizer, a gente trabalha, vai dando uma verba para a manutenção deles, para o apoio ao trabalho que eles desenvolvem. É uma verba anual, durante três anos a gente dá esse apoio. Agora, serão ações de cultura e meio ambiente serão...
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Realizadas.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Realizadas. Ah, bom, tudo bem. Isso aí foi um bilhete que eu recebi. Quer dizer, nós estamos trabalhando junto com outros Ministérios. Também eu quero até esclarecer isso. Nós, o Ministério da Cultura, ele tem uma ação, também, muito transversal com outros Ministérios. A gente está, agora, já em conversação com o Ministério da Educação. O Ministério da Educação atende a estudantes, coisa de 51 milhões, uma coisa quebrada, assim, de alunos, desde a creche até ensino médio e profissionalizante. Nós estamos com planos de trabalhar com essas escolas, ajudando a preparar, qualificando professores para trabalhar com arte, para abrir, também, os estudantes para o acesso à cultura, à arte. Esse trabalho, nós temos que trabalhar com outros Ministérios. Nós, ontem, estivemos no Ministério do Desenvolvimento Social, que já desenvolve um trabalho grande em comunidades carentes, e nós nos propusemos: aonde a gente pode trabalhar junto? Nós estamos trabalhando, quer dizer, a Secretaria de Meio Ambiente é outra que a gente tem uma conversa marcada, que pega muito essa região, enfim, essa região amazônica. A gente está pensando nessa geopolítica para o Brasil, para a gente poder se inserir nas diferentes áreas, diferentes regiões e situações que o Brasil enfrenta. Trabalhar com a diversidade mesmo.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra Ana de Hollanda, vamos, agora, a Curitiba, no Paraná, a Rádio Banda B, de Curitiba. Denise Mello, bom dia.
REPÓRTER DENISE MELLO (Rádio Banda B / Curitiba - PR): Bom dia. Bom dia, Ministra. Ministra, eu gostaria de falar um pouquinho sobre a questão dos direitos autorais e até peço desculpa se a senhora comentou isso antes, a gente não teve o acesso aqui, mas com relação aos direitos autorais, a senhora sabe que é uma questão bastante polêmica, tem que ser revista de uma forma muito clara. A senhora pretende discutir essa questão, modernizar a Lei dos Direitos Autorais, dar uma garantia maior aos autores, Ministra?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia a Curitiba. Bom dia, Paraná. Bom dia, Denise. Rádio Banda B. Esta questão dos direitos autorais que, desde o começo, eu falei: eu estou ligada ao mundo cultural desde que nasci, quer dizer, e eu conheço bem as demandas que têm da sociedade e as demandas que tem do meio cultural, dos criadores. Eu, hoje em dia, eu vejo que já foi discutido no ano passado, foi longamente discutido a questão, uma proposta de uma nova lei de direitos autorais. Não houve consenso, houve uma discussão muito grande e esta discussão não se esgotou. Nós temos que trazer, inclusive foi devolvido para a Casa Civil todos os projetos que foram enviados no fim do ano passado, eles pedem para a gente rever. Então, eu vou chamar uma equipe de juristas, com todas as visões, a gente vai discutir um pouco mais adiante essa questão, a gente vai discutir com a sociedade, para ver qual a forma de atender a sociedade, mas preservar os direitos do criador.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro, eu sou Kátia Sartório e a nossa convidada, a Ministra Ana de Hollanda, da Cultura, que conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país, nesse programa que é multimídia, estamos no rádio e na televisão. Ministra, vamos, agora, conversar com Salvador, Bahia, Rádio Educadora 107,5 FM, de Salvador, onde está Sueli Diniz. Bom dia, Sueli.
REPÓRTER SUELI DINIZ (Rádio Educadora 107,5 FM / Salvador - BA): Bom dia, Kátia Sartório. Bom dia, Ministra. É um prazer estar falando com vocês e a Rádio Educadora deseja todo sucesso para a nossa Ministra Ana de Hollanda. Ministra, nós queríamos saber se dentro desse projeto de implementação das Praças do PAC, Salvador e a Bahia, de uma forma geral, também vai ser beneficiada com esses projetos, e queríamos saber também a respeito do nosso, da nossa campanha, porque em Salvador nós estamos fazendo uma campanha, através da Rádio Educadora da Bahia, em parceria com o Ministério Público, pela consolidação dos nomes dos autores das composições nas rádios, porque no nosso estado existe esse hábito de não divulgar o nome dos compositores, então eu queria saber também como é que está esse projeto de direito autoral.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, Salvador. Bom dia, Rádio Educadora. Bom dia, Sueli. Sueli, eu estou vendo aqui, Salvador vai receber, nessa primeira fase, três Praças do PAC. Então, imediatamente eu não sei dizer aonde está, mas isso na cidade de Salvador, município de Salvador. Em relação a essa questão das rádios, não sei porque isso. No Brasil é uma coisa cultural, eles têm essa mania de anunciar: “Ouvimos, com fulano, tal música”, ou, às vezes, falam até “de fulano”, não dizem que é do autor, então omitem o autor. Então existe uma grande confusão. Tantas vezes eu ouvi: “Essa música é da Elis Regina”. A Elis Regina nunca compôs, ela cantava música de outros. É um pouco, uma questão realmente que temos que brigar juntos, tem que ver isso, porque nem é questão do direito autoral, isso é um direito de reconhecer, dar os créditos, que simplesmente estão sendo omitidos. Eu acredito, quer dizer, se a rádio paga Ecad, o autor vai receber, porque é identificado, mas por que não dar o nome? Isso é uma questão cultural, nós temos direito de saber quem fez o quê, porque se a gente gosta daquela obra, a gente tem que receber essa informação.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Este é o programa Bom Dia, Ministro, é um programa que é coordenado e produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços, e a nossa convidada de hoje é a Ministra Ana de Hollanda, da Cultura. Ministra, vamos conversar agora com a Rádio Boas Novas 1270 AM, de Belém, no Pará. Myelene Tiele, bom dia.
REPÓRTER MYELENE TIELE (Rádio Boas Novas 1270 AM / Belém - PA): Bom dia a todos. Bom dia, Ministra. Desde já agradecendo, mais uma vez, a participação, dizer que é sempre um prazer fazer parte de um programa tão interativo e de forma tão inteligente, que proporciona a gente discutir vários assuntos. Bom, Ministra, a minha pergunta vai se basear num projeto do Ministério que tem microprojetos, chamado Microprojetos Mais Cultura Amazônia Legal, que é voltado para jovens de 17 a 29 anos. Ministra, eu queria que a senhora esclarecesse mais esse projeto, como ele vai beneficiar, de que forma ele vai beneficiar essas pessoas? Como ele vai chegar até aqui, na Amazônia?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Bom dia, Belém. Bom dia, Rádio Boas Novas. Bom dia, Myelene Tiele. O Microprojeto Amazônia Legal, quer dizer, nós temos projetos voltados para a Amazônia, dentro do Mais Cultura, não é? Eles atendem comunidades indígenas, eles atendem vários tipos de comunidades, trabalhando muito com esse diferencial que tem a Amazônia. Ele está sendo desenvolvido, nós temos... São os pontos de cultura, e eles... Nós estamos acompanhando. Eu gostaria de saber qual é a dúvida que tem em relação a esses projetos.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Myelene.
REPÓRTER MYELENE TIELE (Rádio Boas Novas 1270 AM / Belém - PA): Na verdade, a gente gostaria de esclarecer melhor de que forma ele vai chegar aqui, na região, entendeu? Como esses jovens, eles vão participar disso e o que isso vai trazer para essas pessoas?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Olha, eu não sei agora dizer exatamente o trabalho. Quer dizer, ele está sendo desenvolvido, e isso é na Secretaria de Cidadania, de Articulação, também está trabalhando isso, Articulação Institucional, quer dizer, existe esse lado transversal das secretarias e eu gostaria até que você apresentasse, nos enviasse, talvez, agora, eu não tenho essa informação aqui, na mão, e nos enviasse para o Ministério da Cultura qual a questão exatamente que você, quer dizer, o que você espera, o que vocês estão sentindo que ainda não chegou aí dentro desse projeto. Quer dizer, nós estamos abertos para discutir. Quer dizer, não está muito claro ainda para mim como a gente pode, qual é a demanda de vocês. Mas este projeto existe, vamos trabalhar com ele.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Só acrescentando, Ministra, no www.cultura.gov.br e também no maiscultura.gov.br e também em www.funarte.gov.br tem mais informações, viu, Myelene Tiele? Ministra, vamos, agora, a Campo Grande, Mato Grosso do Sul, conversar com a Rádio Educativa FM 104, onde está Joel Silva. Bom dia, Joel.
REPÓRTER JOEL SILVA (Rádio Educativa - FM 104 / Campo Grande - MS): Bom dia. Bom dia aos amigos aí do Bom Dia, Ministro. Hoje Bom Dia, Ministra, não é? Um abraço especial aí a nossa Ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Em primeiro lugar, um abraço aqui de todo Mato Grosso do Sul, nesse programa tão interativo, e a gente tem a primeira oportunidade de participar aí do programa Bom Dia, Ministro. A pergunta seria a seguinte: o Vale-Cultura, realmente, é algo que enche de esperança uma grande parcela da população que precisa ter acesso a cultura de um modo geral. A pergunta é: num país de dimensões continentais, como é o nosso, esse valor de R$ 50,00 não deveria ser de acordo com a localidade? E já emendando na pergunta aí, não seria um valor considerando baixo, levando-se em conta que uma peça de teatro, pelo menos aqui, no Mato Grosso do Sul, chega a custar R$ 80,00, R$ 100,00 e, às vezes, um único CD tem o valor aí de R$ 30,00.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Certo, a gente não pode atender num primeiro momento, quer dizer, esse Vale-Cultura vai atender uma população enorme de trabalhadores, uma quantidade enorme de trabalhadores. Nós entendemos que se houver um desconto maior também, porque isso também passa pelo salário do trabalhador, assim como vale alimentação e vale transporte, nós não podemos oferecer muito além do que, quer dizer, se ele começar a consumir cultura, isso vai ser importante. Quer dizer, esses R$ 50,00 por mês, já... Você não vai comprar, não precisa comprar muitos discos, não precisa ir a muitos... Você pode até ter ele e, se quiser assistir uma peça de R$ 80,00, você completa com R$ 30,00. Agora, não é todas... Algumas peças chegam a custar R$ 80,00, geralmente tem dias promocionais, existem outras formas também de você buscar. Claro que tem uma cultura chamada, vamos dizer, elitista, nesse sentido, economicamente fora dos padrões da classe média, da classe trabalhadora e isso sempre existiu, vai existir. Nós pretendemos colocar na vida do trabalhador o acesso à cultura, para que ele passe a procurar, para que ele vá ao cinema, para que ele possa comprar um livro. Nesse valor é possível você ir ao cinema, assistir mais de um filme por mês, pelo menos dois filmes por mês, pagando uma inteira, é possível você comprar um CD e mais alguma coisinha, quer dizer, não vai permitir que ele passe várias vezes por semana, que ele faça uma grande discoteca, mas que ele tenha acesso à cultura, permite.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você tem outra pergunta, Joel?
REPÓRTER JOEL SILVA (Rádio Educativa - FM 104 / Campo Grande - MS): Pois é, a nossa 104 FM aqui é uma rádio também ligada ao governo estadual, é uma emissora pública, ligada ao governo estadual, e o que a gente percebe sempre é que nesse período de transição de governo, ainda que central, mas é de uma mudança mais radical, é natural que as coisas deem uma estacionada, vamos dizer assim, com relação a mudança de pessoal, ajustes da equipe. Afinal de contas, cada ministro, cada ministério, cada secretaria tem pessoas de confiança do titular da pasta. Agora, a pergunta em cima disso: quando é que o sistema financeiro da cultura volta a funcionar efetivamente, assim? Quando que a gente pode dizer que a máquina financeira do sistema da cultura volta a andar nos trilhos?
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Olha, todo ano tem um pouco... O dinheiro não é liberado no primeiro mês. Nós temos já um orçamento aprovado, coisa de dois milhões. Agora, o quanto vai ser liberado financeiramente, nós vamos saber provavelmente em começo de março. Então, o que está sendo liberado até agora é manutenção e custeio, é uma pequena parcela para que não pare tudo. Nós podemos dar alguns socorros em algumas situações emergenciais. Por exemplo, agora pouco, uma chuva... Nesse período de chuvas torrenciais que tivemos, não no Rio de Janeiro, mas em Goiás, Goiás Velho sofreu muito; uma cidade tombada, patrimônio da humanidade, e nós conseguimos destacar uma verba de R$ 500 mil para poder escorar as casas, para impedir que acontecesse o desastre que aconteceu há dez anos atrás, quando foi até a casa de Cora Coralina, um patrimônio maravilhoso que tem lá, que a cidade toda é um verdadeiro cenário do século XVIII, e isso foi muito prejudicado. E nesse caso a gente conseguiu, com essa pequena verba que a gente tinha, a gente conseguiu socorrer. Agora, vamos continuar com as nossas ações, nós estamos esperando essa verba ser liberada e isso faz parte de todos os governos estaduais, municipais e federal também faz, é uma contingência natural do sistema.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministra, infelizmente nosso tempo está no fim, nós agora já estamos terminando o programa, e eu queria agradecer muito a presença da senhora no Bom Dia, Ministro.
MINISTRA ANA DE HOLLANDA: Eu te agradeço muito, Kátia, foi um prazer estar aqui, foi um prazer poder conversar com o Brasil inteiro, saber as demandas, saber as preocupações. Isso, inclusive, nos norteia um pouquinho nas nossas ações. Obrigada a todos que enviaram as perguntas, espero ter atendido, esclarecido o que for possível, lembrando sempre que estamos abertos para qualquer... Nos mande e-mails, nos procure com propostas, com sugestões, que estamos abertos. Espero ter esclarecido aos ouvintes também e eu agradeço muito essa oportunidade de estar aqui, conversando com vocês.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministra. E a todos que participaram conosco desse programa o meu muito obrigada e até a próxima edição.