APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olá, amigos em todo o Brasil. Eu sou Kátia Sartório e começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. O nosso convidado de hoje, o Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Bom dia, Ministro. Seja bem-vindo. MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Kátia; bom dia, ouvintes e bom dia, telespectadores. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: A pauta do programa de hoje é a geração de empregos e as políticas nacionais de emprego e trabalho descente, e também o combate ao trabalho infantil. O Ministro Manoel Dias já está pronto para conversar com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministro, já está na linha a Rádio Capital AM de São Paulo, onde está Cid Barboza. Oi, Cid, bom dia para você. REPÓRTER CID BARBOZA (Rádio Capital AM / São Paulo – SP): Bom dia, Kátia Sartório; bom dia, Ministro Manoel Dias. Ministro, nós temos aí informações do IBGE, uma pesquisa sobre o desemprego na faixa dos 16 aos 24 anos. Hoje são 580 mil jovens, nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, que enfrentam o desemprego, dando o total aí de 14,6%, em comparação... Ou melhor, houve um aumento de 14,6 para 15,3% de desemprego nessa faixa. O governo tem algum plano específico para o emprego, em relação aos jovens? MINISTRO MANOEL DIAS: Esse percentual que tu refere é resultado da pesquisa do IBGE, que é realizada nas seis maiores cidades, maiores centros, do país. A pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho, através do Caged, ele representa o Brasil inteiro e há um percentual menor, mas, de qualquer maneira, é alto ainda, como é alto no mundo todo. Eu estou chegando de Moscou, aonde participei da reunião do G-20, que é a reunião dos 20 países mais ricos do mundo, e o tema, exatamente, dessa reunião dos Ministros de Trabalho com os Ministros de Finança era o emprego, e, na discussão do emprego, a grande preocupação era dos jovens, que, no mundo todo, representam um maior percentual de desempregados. Na Europa, por exemplo, em Portugal, chega a 60%; 46% na Espanha e 64% na Grécia e por aí vai. No Brasil, nós temos, hoje, os melhores índices de emprego da história, mas estamos voltados, agora, para propor políticas de emprego, de qualificação para os jovens. Ao Ministério do Trabalho estão destinadas importantes tarefas. Nós temos lá o ProJovem, que é um curso de qualificação para jovens, que, anualmente, nós oferecemos em torno, aí, de 100 mil vagas - queremos ampliar esse número de vagas. Temos, agora, propondo o... Qualificando na Escola. Estamos elaborando um projeto que o aluno que estiver já no Segundo Grau, no último ano, ele vai, além de ter o seu currículo normal, terá um currículo de qualificação, também, através do setor Aprendiz. Então, ele terá um contrato com a empresa, onde ele fará aquele horário especial, receberá um salário e aprenderá uma atividade, para que, quando saia da escola, ele possa ser aproveitado nos espaços de trabalho que o Brasil, hoje, já tem. Nós estamos promovendo, a partir, já, dos próximos meses, um grande debate nacional com os jovens, buscando fazer com que a gente priorize. Os números são altos, também, no Brasil. Pelo Caged, representam 13% deste caudal que, hoje, representa os desempregados, e a ordem da nossa Presidenta é ir para a rua, responder às demandas da população que pediu melhores serviços, serviços de qualidade, e, como o Ministério do Trabalho não é um Ministério que constrói obras, mas presta serviços, nós queremos prestar serviços de qualidade, a fim de que a população possa, no bojo de todo esse crescimento que o Brasil está sentindo, participando e ocorrendo, nós, do Ministério do Trabalho, queremos ser peça fundamental, com bons serviços, serviços de qualidade para o trabalhador brasileiro, lá na ponta. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Cid Barboza, da Rádio Capital AM, de São Paulo, você tem outra pergunta? REPÓRTER CID BARBOZA (Rádio Capital AM / São Paulo – SP): Mais uma, sim, Kátia. Recentemente, Ministro, o senhor participou da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suíça - aconteceu no mês passado, em junho -, e, lá, o Governo brasileiro defendeu a criação de uma Política Nacional de Emprego e Trabalho descente, isso como uma política de Estado. Ministro, com um salário mínimo de R$ 678,00, dá para falar em emprego descente? MINISTRO MANOEL DIAS: Dá para falar. O Brasil é um dos países do mundo que, hoje, detém uma política mais avançada na construção do trabalho descente. Trabalho descente é fundamental para a construção da cidadania, para a recuperação de setores importantes do Brasil que precisam serem engajados, serem incluídos. O salário mínimo brasileiro foi, de todos os eventos, aquele que sofreu maior aumento. Desde o Governo do Presidente Lula até hoje, foram 84% de acréscimo no salário mínimo. Nós tínhamos um salário mínimo com menos de US$ 100, eu acredito, e nós estamos, hoje, disputando, aí, um salário mínimo em torno de US$ 300. Houve um real crescimento. Faz parte do nosso projeto construir, no Brasil, o trabalho descente, não como política individual, como política de alguns Ministérios, mas como política de Estado. E, no mundo todo e na reunião da OIT, houve o reconhecimento de que o Brasil é um dos países que mais tem empreendido e mais tem buscado, não só o debate, mas também na prática a construção desse modelo de trabalho descente, que muda a... com relação na área de trabalho e emprego. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Cid Barboza, da Rádio Capital AM, de São Paulo, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro. Ministro, vamos agora à Itajaí, Santa Catarina, conversar com a Rádio Luz do Amanhã 98,3 FM. Israel Waltrick, bom dia. REPÓRTER ISRAEL WALTRICK (Rádio Luz do Amanhã 98,3 FM / Itajaí – SC): Muito bom-dia; bom dia a todos aí da EBC Serviços; bom dia, Sr. Ministro Manoel Dias. Ministro, com relação às notícias que estão circulando, e, claro, uma muito favorável, que foi divulgada ontem, acerca do desempenho de Santa Catarina, que gerou, em junho, um número recorde, mais de 5 mil empregos gerados. Claro que, no acumulado do todo, do país, não se tem ainda a informação com relação ao resultado, mas a expectativa do Governo com relação à geração de emprego no país vai bater as suas metas até o final deste ano, 2013? MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Israel; bom dia, Santa Catarina, minha terra. Israel, deve estar muito frio aí, em Itajaí, embora... Na beira da praia, mas não... O inverno não respeitou praia, não respeitou Serra. REPÓRTER ISRAEL WALTRICK (Rádio Luz do Amanhã 98,3 FM / Itajaí – SC): É verdade. MINISTRO MANOEL DIAS: Florianópolis, que nunca caiu neve, estava um... Nós tínhamos Monte Branco lá, né? Nas proximidades, ali, de Florianópolis. Então, um bom-dia para todos vocês, e que a luz da manhã, aí, possa esquentar os corações de todos os nossos conterrâneos. O Brasil vem praticado uma política de geração de emprego, que, ao longo do decorrer desses últimos dez anos, geraram 20 milhões de novos empregos. E tão importante quanto gerar os 20 milhões de novos empregos, nós temos tido aumento real de salários. Quase que todos os meses nós oferecemos esse acréscimo de cargos... de vagas. Elas vêm acrescidas desse acréscimo. Nós geramos, no decorrer deste ano, mais de 840 mil empregos, o que dá uma média de mais de 130 mil empregos por mês, neste ano de 2013. No último mês de junho, que nós anunciamos ainda anteontem, foram gerados 123.836 empregos... 123,836 milhões de empregos, e tivemos um aumento real de 1.9% do aumento desses salários acima da inflação. Nós acreditamos que, no decorrer deste ano, nós alcançaremos 5 milhões de empregos só no Governo da Presidenta Dilma. Já alcançamos 4,440 milhões, em torno disso. Então, está havendo um crescimento. Há uma estabilidade nesse crescimento. Nós temos o menor... O melhor índice de todo o período, né? Então, nós estamos certos de que nós cumpriremos a meta, o Brasil vai ter essa política de continuidade de criação de novos empregos, e o que é importante, como eu disse, é que, além da criação, eles vêm com acréscimo real do seu valor, bem acima da inflação. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Israel Waltrick, da Rádio Luz do Amanhã FM, de Itajaí, Santa Catarina, você tem outra pergunta? REPÓRTER ISRAEL WALTRICK (Rádio Luz do Amanhã 98,3 FM / Itajaí – SC): Sim, eu tenho mais uma pergunta ao Ministro Manoel Dias. Ministro, ontem, foi divulgado, no Diário Oficial da União, o veto da Presidente Dilma, daquela multa de 10% adicional do Fundo de Garantia, em caso de demissão sem justa causa. Não seria esse mais um incentivo para a redução dos encargos do trabalho para os empregadores no país? E qual a sua opinião, do Ministério do Trabalho, com relação a este veto da Presidenta Dilma? MINISTRO MANOEL DIAS: O Ministério do Trabalho, consultado sobre essa questão, ele opinou pelo veto. Os 10% que vem sendo pagos, aí, de acréscimo - primeiro que teria como objetivo atender o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -, ele, hoje, se destina a projetos sociais. O projeto Minha Casa, Minha Vida, que constrói casas, apartamentos para a população de baixa renda no Brasil, é boa parte com estes recursos dos 10% que hoje são arrecadados. E isso representa um projeto importantíssimo na vida daqueles brasileiros que ainda não têm uma casa. A prioridade de qualquer chefe de família é sair de casa e deixar a sua família protegida no lar. Não há nada mais degradante, mais humilhante para um chefe de família não ter onde colocar seus filhos, onde colocar a sua família. Então, é um projeto que, dentro do projeto global de que temos que resgatar, temos que ter solidariedade, ser parceiros daqueles que ainda não conseguiram alcançar aqueles números espetaculares de 40 milhões de brasileiros que foram colocados na classe média, eu acho que o projeto ainda tem um alcance social muito grande, e, oportunamente, no momento correto, o Governo brasileiro há de entender este momento que deva ser encerrado a cobrança deste adicional. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigado pela participação, Israel Waltrick, da Rádio Luz do Amanhã FM, de Itajaí, Santa Catarina. Este é o programa Bom Dia, Ministro. Hoje nós estamos com o Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que conversa com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Ministro, vamos agora a Pato Branco, no Paraná, falar com a Rádio Celinauta AM, onde está Tiago Tessaro. Olá, Tiago, bom dia. REPÓRTER TIAGO TESSARO (Rádio Celinauta AM / Pato Branco – PR): Bom dia; Bom dia, Ministro. MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Tiago. REPÓRTER TIAGO TESSARO (Rádio Celinauta AM / Pato Branco – PR): A nossa região, e principalmente o estado do Paraná, também tem, nos últimos anos, nos últimos meses, um saldo positivo na geração de empregos, mas uma dificuldade, no momento, com tantos cursos oferecidos, tem sido completar algumas turmas para qualificação. Ofertar a vaga não tem sido praticamente suficiente para atrair tanto os jovens. Como atrair os jovens para a qualificação, além da vaga, Ministro? MINISTRO MANOEL DIAS: É, os três estados do Sul, eles tiveram um boom do crescimento. Rio Grande do Sul teve também o melhor índice de emprego; Santa Catarina teve um crescimento expressivo; e o Paraná também teve esse acréscimo. Nós estamos fazendo um esforço enorme, através do ProJovem, através do Pronatec, para que os trabalhadores brasileiros, eles possam receber a oportunidade de qualificação profissional. Isso é um fato importante, porque, com a inovação, com as novas tecnologias... O país, hoje, é a sexta maior economia do mundo, e você tem que se adequar a essas novas realidades. O país que não tiver conhecimento não terá o poder. O poder... Quem tem o conhecimento tem o poder. Então, é importante que a gente qualifique os nossos trabalhadores para que eles tenham acesso a essas novas tecnologias e, também, com isso, melhore o valor dos seus salários, porque, aí, evidentemente que uma coisa está ligada à outra. Nós cumprimos a nossa parte, oferecemos, disponibilizamos esses cursos. Agora, eu acho que tem fazer um estudo bem adequado, porque, antes de oferecer os cursos, nós temos que fazer a demanda. Porque nem sempre, às vezes, os cursos são oferecidos de acordo com as demandas, as vocações daquela região. Então, são fases muito importantes. A questão da demanda, descobrir as vocações que são mais necessárias, que necessitam de maior mão de obra especializada, e o encaminhamento, para que esses cursos oferecidos, realizados, possam também ser oferecidos aos trabalhadores, onde esse emprego está localizado. Então, é uma etapa fundamental dessa qualificação a oferta, a oferta correta, e nós vamos... Estamos também... O eSocial, tinha outros programas que estão sendo elaborados, estão sendo disponibilizados ao trabalhador. Daqui a pouco, de qualquer local em que ele se encontre, ele possa acessar e encontrar aquele trabalho que ele quer, de acordo com a qualificação que recebeu. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Tiago Tessaro, da Rádio Celinauta AM, de Pato Branco, você tem outra pergunta? REPÓRTER TIAGO TESSARO (Rádio Celinauta AM / Pato Branco – PR): Tenho mais uma pergunta. Já se tem algum diagnóstico, ou setores, para futuro... As expectativas aí para crescimento em uma ou em outra área, Ministro? APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Você pode repetir a sua pergunta, Thiago? Porque a gente não conseguiu captar. REPÓRTER TIAGO TESSARO (Rádio Celinauta AM / Pato Branco – PR): Correto. Se tem, aí, a previsão para futuro. Porque eu acredito que tem muitos jovens acompanhando. Quais seriam as áreas, os setores que têm expectativa de um crescimento no país, para que o jovem já possa ir encaminhado, aí, em um setor, uma área, para se qualificar? MINISTRO MANOEL DIAS: A área que mais cresce, uma das que mais cresce, é a área de informática, né, TI. A Tecnologia de Informática, hoje, todos os cursos que são oferecidos, lá, de qualificação é quase 100% de aproveitamento. Então, é uma área que, realmente, ela está em muita expansão. Em todos os setores nós temos muita expansão. Serviços, por exemplo, que é a área que mais cresce na área de empregos, novos empregos, e eu creio que é o emprego do futuro, né? Nós temos que... Tem muita oferta de emprego, também. Então, em todos os setores. Hoje, nós temos quase o pleno emprego. Então, qualquer área... De acordo... Claro que o jovem tem que olhar, verificar quais são as áreas demandadas na sua região e procurar fazer os cursos de acordo com essas vagas que estão disponíveis na sua cidade. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação da Rádio Celinauta AM, de Pato Branco, Paraná, aqui no Bom Dia, Ministro. Ministro, vamos agora a Maceió, Alagoas, falar com a Rádio Gazeta 1260 AM. Olá, Jeferson Morais, bom dia! REPÓRTER JEFERSON MORAIS (Rádio Gazeta 1260 AM / Maceió – AL): Bom dia. Bom dia, Ministro. MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Jeferson. REPÓRTER JEFERSON MORAIS (Rádio Gazeta 1260 AM / Maceió – AL): Prazer conversar com o senhor. Ministro, nós temos aqui, no estado, lamentavelmente, índices que não são muito bons... Aqui, no estado de Alagoas, índices que são... Que mostram uma realidade totalmente diferente do restante do país, na geração de emprego. Eu gostaria de saber do senhor se existe algum programa específico, não só para Alagoas, mas também para o Nordeste, por conta desses índices. Para reverter essa situação, Ministro, o que é possível fazer? MINISTRO MANOEL DIAS: No Nordeste, nós temos aí dois estados, que é o caso de Alagoas e o caso de Pernambuco, em função da sazonalidade, né, da cana-de-açúcar. Ela sofre períodos de redução, em função do corte da cana, como também tivemos, no Nordeste, um período longo de seca, que tiveram uma influência fundamental na geração de emprego, né? Nós temos, aí, agora, nessa área, especialmente, da área da juventude, procurando desenvolver, em parceria com as associações comerciais, industriais, com várias áreas, programas especiais. Esse programa, por exemplo, Qualificando na Escola, ele já é executado no estado do Ceará, eu creio que no estado de Pernambuco. Alguns estados já estão adotando esse método, que é uma iniciativa que vai de encontro a essas demandas, hoje, que são grandes, especialmente nesses estados que dependem muito da sazonalidade da sua principal cultura, que é a cana-de-açúcar. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Jeferson Morais, da Rádio Gazeta AM, de Maceió, você tem outra pergunta? REPÓRTER JEFERSON MORAIS (Rádio Gazeta 1260 AM / Maceió – AL): Tenho, sim. Ministro, qual será a participação do Brasil na Conferência Internacional do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho? MINISTRO MANOEL DIAS: Nós tivemos, aí, mês passado, em Genebra, na Reunião Anual da OIT. O Brasil teve uma participação fundamental, porque nós vivemos, hoje, no mundo, uma crise. O país, hoje, está se diferenciando dos demais países do mundo pela sua capacidade de gerar emprego e desenvolver políticas sociais de distribuição de renda, que vem acontecendo há dez anos, no Brasil. A nossa delegação lá na reunião da OIT, ela foi considerada a mais atuante. E tanto na reunião da OIT, em Genebra, quanto na reunião que nós tivemos agora, semana passada, em Moscou, do G-20, o Brasil foi considerado o país que adotou uma política, um modelo econômico, que realmente conseguiu superar essa crise que o mundo sofre. São 200 milhões de trabalhadores desempregados no mundo. Só a Europa diminuiu em 76 milhões o número de vagas de empregos. O desemprego, hoje, na juventude, ele assume cifras extraordinárias. Então, nós somos um país que, apesar da crise mundial... E nós não somos um país fora do mundo. Então, é difícil entender que nós não tenhamos sido afetados ainda pela crise. Ainda não fomos. E nós acreditamos que nós vamos superar, e nós temos, hoje, políticas públicas diferenciadas. Por quê? Porque o Brasil resolveu não adotar uma política recessiva que nós, já alguns anos atrás, tivemos. Lembram todos que o FMI, no passado, impôs ao Brasil políticas recessivas, como essas que estão sendo feitas agora na Europa e que levam inexoravelmente ao desemprego. Na medida em que você não investe, que você não cria riqueza, que você não cria cargos trabalhos, você vai gerar automaticamente o desemprego, e o país está passando ao largo graças a essas políticas, como eu disse. Que, só no Governo da Presidenta Dilma, nós já geramos 4,440 milhões de empregos. Então, é um dado extraordinário e que nós, hoje, somos, nessas reuniões internacionais, a estrela dessas reuniões, né? A gente fica até meio... “Pô, mas só o Brasil que está conseguindo superar todas essas dificuldades?”. E temos lá feito reuniões, paralelas às reuniões oficiais, de Ministros de Trabalho de outros países. O próprio Estados Unidos... Eu estive lá em Moscou, numa reunião com o Ministro do Trabalho dos Estados Unidos, em que ele disse que agora que os Estados Unidos está estabilizando para que, estabilizado, possa gerar novos empregos, e que o próprio Presidente Obama... Não foi uma confidência que ele me disse. Ele disse que - estavam outras pessoas na reunião - o próprio Presidente Obama tem dito a vários chefes de Estado que ele tem visitado de que ele tem indicado como... O modelo adotado no Brasil como uma necessidade de ser estudado, de ser analisado, porque o Brasil está conseguindo superar ainda, se isolar ainda dessa crise que domina o mundo. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Jeferson Morais, da Rádio Gazeta AM, de Márcio, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro. Lembrando que a íntegra dessa entrevista está na nossa página, na internet, no endereço: www.servicos.ebc.com.br. Ministro, vamos agora a Vitória da Conquista, na Bahia, falar com a Rádio Educadora Uesb. Érica Trindade, bom dia para você! REPÓRTER ÉRICA TRINDADE (Rádio Educadora Uesb / Vitória da Conquista – BA): Bom dia, Kátia; bom dia, Ministro Manoel Dias. Tudo bem? MINISTRO MANOEL DIAS: Tudo bem, Érica? Tudo na santa paz do Senhor. REPÓRTER ÉRICA TRINDADE (Rádio Educadora Uesb / Vitória da Conquista – BA): Que bom, então. Realmente, o Brasil, aí, vive um dos melhores índices de emprego, mas ainda em regiões periféricas, Ministro, o desemprego é um grande problema dos governantes locais. Um exemplo é aqui, na nossa região, sudoeste da Bahia, no final do ano passado, a maior fabricante calçadista do país fechou 12 fábricas, desempregando aí cerca de mais de 4 mil pessoas diretamente e inúmeros desempregos indiretos, além da economia local dessas pequenas cidades, aí, que despencaram. Ministro, como que o Governo Federal cuida dessas situações, junto aos estados e aos municípios, esses pequenos municípios? MINISTRO MANOEL DIAS: Érica, é claro que tem aqui e ali problemas... Não... Não são problemas genéricos; são de empresas que, por razões diversas, elas não conseguem sobreviver. Existem, no Ministério do Trabalho, algumas políticas, né, algumas... Algumas saídas que procuram responder a essas demandas. Por exemplo, quando existe problema de dificuldade das empresas, têm o seguro... Tem o Bolsa-Desemprego, aonde o trabalhador é afastado temporariamente e realiza um curso de requalificação. E, nesse período, ele recebe um salário, né, o salário que dá a ele condições de continuar a oferecer às famílias as necessidades básicas de sua sobrevivência. O Governo tem tido sempre presente, na medida em que esses problemas surgem, de tentar, até que essa empresa venha a paralisar, buscar saídas, né, que possam resolver, superando essas dificuldades, e retomar o trabalho, retomar a sua produção. Isso são problemas específicos, mas que, claro, merecem... Nós, quando solicitados, quando acionados, nós procuraremos a essas várias medidas, de acordo com as realidades de cada uma delas, procurando suprir e resolver esse problema. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Érica Trindade, da Rádio Educadora Uesb, de Vitória da Conquista, você tem mais uma pergunta? REPÓRTER ÉRICA TRINDADE (Rádio Educadora Uesb / Vitória da Conquista – BA): Tenho, sim, Kátia. Ministro, falando um pouco, agora, de trabalho infantil, também, que será o tema, aí, em outubro, da Conferência. Sabemos que os programas de combate ao trabalho infantil têm dado certo, mas ainda existe muito casos de crianças trabalhando em faróis, vendendo balas, e a Bahia é o terceiro estado em trabalho infantil, e a nossa cidade, Vitória da Conquista, é também a terceira, no ranking, aí, de trabalho infantil no estado da Bahia. Ministro, será que o foco desse problema não estaria na base, na educação, na conscientização dos pais e responsáveis? Como que o governo, além dos programas, do Peti, do Bolsa-Família, está pensando em remodular ou intensificar esses programas? MINISTRO MANOEL DIAS: Ô, Érica, nós vamos realizar, agora, dias 08 a 10 de outubro, 3ª Conferência Global do Trabalho Infantil. O Brasil, também, nesta questão, tem sido muito elogiado nesses organismos internacionais. O Governo da Presidenta Dilma, em especial, também, já, no Governo do Presidente Lula, tem investido muito na busca de solucionar esses problemas. Temos aí mais de três, quatro Ministérios envolvidos nesse projeto, né? Nós estamos fazendo Conferências Estaduais, políticas públicas, no sentido de tentar envolver todos, porque é responsabilidade de todos essa questão do trabalho infantil. Claro que a educação é fundamental. Educação é fundamental para qualquer solução, tanto que a prioridade da Presidenta Dilma é educação, quando ela declarou, ainda, no dia 1º de maio, como uma das prioridades. A prioridade das prioridades do seu governo é investir 10% de todos os resultados, todos os recursos da extração do petróleo para educação. A educação é fundamental na vida de qualquer um e para a solução de quase todos os problemas da nossa existência. Então, há de se reconhecer que há muito avanço, há muita luta. Tem que haver muita conscientização. Isso começa em casa, também, né? Mas é um projeto que, se você não envolver todo mundo e fazer um amplo debate, uma ampla discussão, nós não encontraremos solução, e é o que está se fazendo e vamos fazer, não só na questão do trabalho infantil, do trabalho escravo e outras áreas que o Brasil tem sido, hoje, vanguarda e modelo no mundo inteiro. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Érica Trindade, da Rádio Educadora Uesb, de Vitória da Conquista, na Bahia, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro - programa que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Ministro, vamos agora falar com a Rádio Super Rádio Brasília 1210 AM, aqui de Brasília. Bárbara Brito, bom dia para você! REPÓRTER BÁRBARA BRITO (Rádio Super Rádio Brasília 1210 AM / Brasília – DF): Bom dia, Kátia; bom dia, Ministro Manoel Dias. Bom, no próximo outubro, acontecerá a 3ª Conferência Global sobre o Trabalho Infantil, em Brasília, para discutir os avanços no combate à exploração de mão de obra de crianças e adolescentes e também os desafios para a eliminação das piores formas do trabalho infantil. Com essa troca de experiências de diversos países, Ministro, o que nós podemos esperar como resultados dessa Conferência? MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Bárbara. O Brasil quer barbarizar essa Conferência, no sentido de aprofundar esse debate, de tirar desse debate, dessa Conferência, resultados ainda maiores do que aqui, até agora, nós não alcançamos. Nós vamos ter. Nós vamos ter a presença de vários países do mundo. Não sei exatamente já quantos se inscreveram, mas certamente mais de 100 países do mundo, muitos países vindos da África, que a gente quer compartilhar com os africanos, com os países africanos, essa nossa experiência e contribuir com eles no avanço, também, lá, do combate ao trabalho infantil. Tudo que se faz, no sentido de discutir, de reunir experiência, trocar experiências, avança. Certamente, nós sairemos dessa Conferência com novos projetos, com muita inovação, e vamos aprender com o mundo todo, como todo mundo vai aprender alguma coisa conosco. É bom. A reunião, a confraternização, a soma é que acrescenta, e nós vamos acrescentar, com a soma dessas experiências do mundo todo, muita coisa nova para o bem do nosso país e a melhora do mundo inteiro. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Bárbara Brito, da Super Rádio Brasília AM, você tem outra pergunta? REPÓRTER BÁRBARA BRITO (Rádio Super Rádio Brasília 1210 AM / Brasília – DF): Tenho, sim, Kátia. Bom, Ministro, ainda falando sobre esse assunto e dessa Conferência, quais são os resultados e o histórico que o Brasil vai levar como experiência, o que a gente já tem feito pelo combate ao trabalho infantil? MINISTRO MANOEL DIAS: São inúmeras as nossas experiência e estão sendo elencadas, e elas estão sendo tiradas das conferências que nós estamos realizando no Brasil inteiro. Nós temos Conferências Estaduais, Regionais, e teremos, ainda, no dia 08, creio, uma reunião da Comissão Ministerial, que é responsável por esse evento, para a gente tirar e elencar essas propostas que o Brasil vai levar para esta Conferência. Então, nós teremos, aí, a partir desse dia que eu... Me parece que é dia 08. Poderemos tornar públicos quais são as propostas do Brasil para esta Conferência. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Bárbara Brito, da Super Rádio Brasília 1210 AM, pela participação com a gente. E, Ministro, vamos, agora, São João do Meriti, no Rio de Janeiro, falar com a Rádio Escola 101 100,9 FM. Marcelo Ramos, bom dia! REPÓRTER MARCELO RAMOS (Rádio Escola 101 100,9 FM / São João do Meriti – RJ): Bom dia; bom dia, Ministro! MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, tudo bem? REPÓRTER MARCELO RAMOS (Rádio Escola 101 100,9 FM / São João do Meriti – RJ): Tudo bom. Ministro, a minha pergunta é um pouco complexa, tá? Dentro do assunto política de geração de empregos, especificamente sobre contrato de trabalho de menor aprendiz, as empresas são obrigadas a contratar, no mínimo, 5% dos trabalhadores existentes em estabelecimentos cujo demandem formação profissional de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações. Mas aí é que tá. Determinadas profissões não existem dentro dessa classificação, como músico e as profissões que são ligadas ao músico, como operador de som, DJ, técnico de som. O que o Ministério poderia fazer em relação a isso? MINISTRO MANOEL DIAS: Como você falou, a lei estabelece o mínimo de 5% que deve ser destinado à qualificação. Nós, hoje, estamos qualificando em torno de duzentos e poucos mil jovens, quando o potencial é de se chegar a mais de 1 milhão destas jovens, com essa oferta de qualificação pelas empresas. Nós estamos, agora, fazendo convênios, parcerias com... Agora, vou a São Paulo, com a Federação das Indústrias de São Paulo. Vamos fazer também com Santa Catarina, com outros estados, no sentido de se envolver todas essa entidades, para que, juntos, possamos construir, ampliar e executar. Ela pode ser de 5 a 15%. Esta questão que você fala, de atividades profissionais que não estão relacionadas, elas estão sendo... Por exemplo, músico, hoje, já é uma categoria profissional, e eles estão dentro dessa relação. Você... As demais atividades decorrentes do exercício dessa função também estão sendo regulamentadas. Então, o Ministério do Trabalho está cuidando dessa regulamentação, baixando normas ou baixando regulamentações, a fim de que todas essas profissões, essas atividades, também sejam incorporadas e sejam beneficiadas, e possam fazer parte desse elenco de atividades que possam ser... E participar da qualificação. Então, isso aí a gente está cuidando, e tenho certeza que nós encontraremos solução para esses casos todos. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada a Marcelo Ramos, da Rádio Escola FM de São João do Meriti, no Rio de Janeiro, pela participação. Ministro, vamos à Posse, em Goiás, falar com a Rádio Cultura FM. Bira Fonseca, bom dia! REPÓRTER BIRA FONSECA (Rádio Cultura FM / Posse – GO): Bom dia, Kátia; bom dia, Ministro Manoel Dias. MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Bira.REPÓRTER BIRA FONSECA (Rádio Cultura FM / Posse – GO): Bom dia! É Bira Fonseca, aqui, da Rádio Cultura, de Posse, Nordeste Goiano. Sr. Ministro, a geração de emprego no país realmente está num crescente, porém, vimos isto praticamente nas grandes cidades e capitais. Nas cidades interioranas do país, a realidade é outra, Sr. Ministro. A grande maioria, sem indústrias e grandes empresas, não tem como absorver a mão de obra dos jovens e, normalmente, os pais desses jovens, o que, muitas vezes, acabam sendo empurrados nos interiores do Brasil, nos cabides de emprego das prefeituras, sobrecarregando assim as mesmas. O que a Presidente Dilma, juntamente com o Ministério do Trabalho, vem fazendo, em termos de qualificação de mão de obras e geração de empregos, para mudar essa dura realidade nas cidades interioranas do Brasil? MINISTRO MANOEL DIAS: O que a Presidenta Dilma está fazendo são os números que nós colocamos aqui, ainda hoje. Só no seu Governo, ela criou 4,4 milhões de novos empregos. Mas, Bira, o último resultado do Caged mostrou o contrário. O maior crescimento da geração de novos cargos não foi nas grandes regiões metropolitanas; foram no interior. As cidades menores claro que sofrem da necessidade de novas plantas industriais, e uma das primeiras perguntas que o empresário coloca, quando ele quer implementar essas plantas: “E tem mão de obra?”. Tem que ter a mão de obra adequada à execução do seu programa, do seu projeto. Nós estamos, aí, oferecendo, hoje, o Pronatec, que disponibiliza alguns milhares de oportunidades na qualificação profissional. Nós estamos fechando aí, nós e o Ministério da Educação, para tornar mais efetivo e tornar mais abrangente um trabalho em conjunto, né? Nós vamos cuidar da... da questão da colocação, né, da intermediação desses novos cursos e também da busca da identificação das demandas, né, pelo país inteiro, e o Ministério da Educação colocará à disposição estes cursos. Não faltará... Agora, estão sobrando aí vagas para qualificação, e nós queremos levar o mais rápido... rapidamente possível e em quantidade também grande para as cidades menores, porque, na medida em que nós conseguirmos realizar os cursos nas pequenas cidades, nós estamos colaborando e lutando contra a evasão também, para que o jovem sinta que, também, lá onde ele mora, é possível ele permanecer e ter lá boas oportunidades de emprego. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Bira Fonseca, da Rádio Cultura FM, de Posse, Goiás, você tem outra pergunta? REPÓRTER BIRA FONSECA (Rádio Cultura FM / Posse – GO): Sim, Kátia. Sr. Ministro, nós sabemos, aí, que, no primeiro semestre desse ano, foram criados aí em torno de 825 mil empregos, o pior, no caso, aí, resultado no período desde 2009, quando foram gerados aí em torno de 397 mil postos de trabalho. Em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando mais de 1 milhão de vagas, aí, com carteira assinada, foram abertas, o desempenho do mercado de trabalho brasileiro nesse semestre foi inferior a 21%, aproximadamente. Quais os fatores que levaram a essa queda acentuada? MINISTRO MANOEL DIAS: Nós tivemos uma redução do nosso crescimento. A previsão... O Brasil vai crescer. Os pessimistas ficam aí torcendo para dar errado, mas nós vamos crescer ainda. Então, a previsão é nós termos aí um crescimento de 3%, e a geração de novos empregos aí é decorrente dos investimentos que são feitos. O Brasil está aí, realizando grandes investimentos em todas as áreas. Nós estamos, aí, fazendo agora o Leilão dos Portos. Nós temos agora... Acabaram os estádios da Copa, começam agora as obras de mobilidade urbana, as obras que vão permitir a preparação para a Copa do Mundo do ano que vem, para as Olimpíadas de 2018, além de grandes investimentos em infraestrutura. O PAC está aí com as suas obras em andamento. Nós temos, aí, os polos petroquímicos espalhados pelo Brasil, as grandes usinas. Crescer nós vamos crescer bem, vamos consolidar esse crescimento, porque são investimentos de infraestrutura que, por sua vez, vão desenvolver e gerar outros negócios, porque a infraestrutura é fundamental para isso. Então, o crescimento do emprego, ele vem de acordo com o nosso crescimento, de acordo com os investimentos, o que tem sido suficiente, porque nós temos o menor... O melhor índice de emprego da história do nosso país. “Ah, porque era 5,7; agora é 5,8”. Isso são números que não representam nenhuma diferença. Eles são movimentados de acordo... Mês a mês, variam de mês a mês. E a tendência... E nós vamos ter este mês... E vamos continuar, nesse mês, esperamos, com um bom crescimento na geração de emprego. E final do ano nós teremos certamente um percentual. Porque nós geramos, esse ano... E não é pouca coisa. Como eu disse aqui, o mundo todo está desempregando. Os Estados Unidos... A Europa, que era a grande região mais rica do mundo, nós estamos... Geramos esse ano, no decorrer do ano, mais de 130 mil empregos por mês. Não é 10 mil. Se o Ministro do Trabalho da Europa pudesse anunciar que criaram 5 mil novos empregos, ele entraria em êxtase, né? Nós, aqui, anunciamos 130 mil vagas por mês, e acham que é pouco, que o Brasil está entrando em crise. Então, companheiros, vamos... Tá bom, vamos torcer contra, mas não tanto, né?APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada pela participação Bira Fonseca, da Rádio Cultura FM de Posse, Goiás. Ministro, e de Goiás vamos à Porto Alegre no Rio Grande do Sul, conversar com a Rádio da Universidade AM... da Universidade, da UFRGS, né? A pergunta é de Priscilla Musicante. Bom dia, Priscilla. REPÓRTER PRISCILLA MUSICANTE (Rádio da Universidade AM / Porto Alegre –RS): Bom dia, Kátia. Bom dia, Ministro. Quais são as medidas que estão sendo tomadas para que haja uma fiscalização com maior rigor no combate ao trabalho infantil no Rio Grande do Sul, principalmente em lavouras do estado em que há o modelo de tradição familiar? MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Priscilla Musicante. REPÓRTER PRISCILLA MUSICANTE (Rádio da Universidade AM / Porto Alegre –RS): Bom dia, Ministro.MINISTRO MANOEL DIAS: O Rio Grande do Sul é um estado, hoje, que tem um dos melhores índices de emprego, né? É... É um estado vizinho do nosso ali, de Santa Catarina. Sabe qual é o sonho de todo o gaúcho? É veranear em Santa Catarina, e eles estão indo e nós gostamos muito de recebê-los. Hoje, Santa Catarina tem mais CTGs do que o Rio Grande do Sul, tem mais churrasqueira do que o Rio Grande do Sul, então, nós estamos nos preparando para recebê-los sempre e cada vez mais lá em Santa Catarina. Nós temos a fiscalização, o nosso corpo de auditores tem essa função também de fazer essa fiscalização. Claro que nós temos uma deficiência muito grande. Nós estamos agora fazendo um concurso, queremos realizar outros em seguida, porque é fundamental um corpo de auditores que tenha... tenha número suficiente para alcançar todas essas demandas. Mas as campanhas que estão sendo realizadas, o envolvimento da sociedade, de entidades de todas as áreas nessa política de combate, também tem surtido efeito. Nós temos, aí, o Ministério de Ação Social, o Ministério... Outros ministérios que também estão nessa luta. Então, tendo políticas públicas no sentido de... desenvolver um grande debate. De convencer, política de convencimento de que nós temos que mudar práticas que até ontem eram... Nós temos que lembrar que nós somos um país agrícola, eu... Eu, meus pais me levavam numa cestinha, quando iam para a lavoura, eu ia numa cestinha. Eu até acho que os 10 anos, eu vivia acompanhando meus pais, porque não tinham empregadas, eles trabalhavam, eles tinham que plantar, tinham que colher. Eu ajudava lá, na colheita da mandioca, do milho, da cebola. Então, nós somos um país que está mudando. Mudando muito. Nós nos urbanizamos e está avançando a passos largos para uma outra sociedade. Então, são mudanças, às vezes, que encontram alguma resistência, aqui e ali, mas os avanços têm sido muito bons, e nós temos certeza que a gente vai, na medida em que economicamente o país cresça, de que ofereça alternativas, né, para outras atividades mais rentáveis, nós vamos ter um país melhor, mais justo e mais igual. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Priscilla Musicante, da Rádio da Universidade AM, da UFRGS, de Porto Alegre, você tem outra pergunta? REPÓRTER PRISCILLA MUSICANTE (Rádio da Universidade AM / Porto Alegre –RS): Que políticas e planos de qualificacão profissional podem ser desenvolvidos para atender uma demanda reprimida no setor da indústria no Rio Grande do Sul? MINISTRO MANOEL DIAS: Nós temos o Pronatec, hoje. O Pronatec é um projeto de qualificação que foi construído e tem ofertas e disponibilidades de acordo com as nossas demandas. Onde tiver essas demandas, nos procure, procure o Ministério do Trabalho, procure o Ministério da Educação, que nós vamos de acordo com as demandas, elaborar esses cursos e oferece-los. Oferecer a todos que deles necessitam para que eles possam qualificando-se, melhorarem os seus salários e terem mais oportunidades, né, de colocação. Então, espaços, vagas não faltam. Procurem o... a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho, procure os órgãos do Ministério da Educação, que vocês terão atendidas as demandas de acordo com as necessidades. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Priscilla Musicante, da Rádio da Universidade AM, da UFRGS, de Porto Alegre pela participação no Bom Dia, Ministro. E vamos agora à Fortaleza, Ministro, no Ceará, falar com a Rádio FM Dom Bosco. Eléia Scariot, bom dia. REPÓRTER ELÉIA SCARIOT (Rádio FM Dom Bosco / Fortaleza – CE): Bom dia! Bom dia, Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Nós aqui da Rádio Dom Bosco gostaríamos de saber qual o objetivo da 3ª Conferência Global sobre o trabalho infantil? MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Eléia. Bom dia ao Ceará. Ceará é hoje um dos estados que mais cresce percentualmente do nosso Brasil. Eu estive lá, o PAC... a construção de obras públicas, a implantação de novas indústrias de ponta... é realmente impressionante. Então, o Ceará está, aí, desenvolvendo-se, junto com o nosso país. A razão principal, claro que é a gente desenvolver as políticas públicas no sentido de buscar o combate ao trabalho infantil. Quando você reúne o mundo todo para discutir um tema tão importante, você quer fazer com que a troca de experiência, o debate, a discussão, ela possa ser universalizada. Cada um tem, de acordo com as suas demandas, com as suas possibilidades, entrado nesta que é uma política comandada por todos os organismos hoje, no mundo todo, todos os organismos internacionais. O Brasil está realizando esta primeira conferência fora da Europa, né, essa é a terceira que se realiza, e nós fomos escolhidos, porque realmente temos políticas públicas importantes nessa área. Então, nós vamos, além de mostrar, porque já tivemos algum resultado na realização das conferências estaduais, regionais. Ela vai colocar o país na vitrine. E que vai nos obrigar, claro a avançar ainda mais nessa luta. E empreender mais ações, praticar políticas mais efetivas, para que a gente alcance os objetivos traçados pela meta que foi estabelecida pelo Governo nessa área. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Eléia Scariot, da Rádio FM Dom Bosco, de Fortaleza, você tem outra pergunta? REPÓRTER ELÉIA SCARIOT (Rádio FM Dom Bosco / Fortaleza – CE): Sim. Ministro, em Fortaleza, segundo o IBGE, mais de 8,5 mil crianças estão em situação de trabalho infantil. Como nós podemos enfrentar esta realidade? E por meio desta conferência global, quais os resultados nós podemos e pretendemos alcançar? MINISTRO MANOEL DIAS: Nós temos várias políticas, o Ministério do Trabalho cumpre a sua... sua parte, os demais ministérios estão cumprindo as suas partes, e... A conferência vai contribuir, certamente, para que isso seja mínorado. Cabe a nós fazer a fiscalização. Fazer não primeiro punitiva, mas uma fiscalização no sentido de esclarecer, de chamar a atenção, de envolver as pessoas e conscientizá-las da necessidade de que não é mais aceitável práticas que até ontem pareciam que eram razoáveis. Então, isso... É muito importante o diálogo, o debate, a conscientização, o envolvimento da família. Buscar as causas e as razões pelas quais isso está acontecendo. Porque também tem que se levar em consideração, ás vezes, são crianças abandonadas, crianças de famílias muito pobres, e que precisa não só eles serem atendidos, mas também toda a família. É uma cadeia, ás vezes, que tem de ser envolvida no sentido de se fazer a recuperação e a prática de políticas que cada vez mais a gente diminua esse espaço possível da realização do trabalho infantil. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Eléia Scariot da Rádio FM Dom Bosco, de Fortaleza, no Ceará, pela participação com a gente no Bom Dia, Ministro, o programa que recebe, hoje, o Ministro Manoel Dias do Trabalho e Emprego. Ministro, eu queria aproveitar e conversar com o senhor, a gente sabe que essa semana o Ministério do Trabalho e Emprego resgatou 22 trabalhadores em situação análoga à escravidão no Pará. O que o cidadão deve fazer para denunciar esse tipo de trabalho irregular, qual é o caminho mais fácil para ele chegar até o Ministério do Trabalho? MINISTRO MANOEL DIAS: O caminho mais fácil é procurar os órgãos do Ministério do Trabalho na sua região, no seu estado. Nós temos, nos 27 estados brasileiros as nossas superintendências, tem lá o atendimento por telefone, temos lá toda a estrutura que certamente vai atender as pessoas que demandarem esta necessidade. Além de termos as superintendências, temos gerências, né, em várias cidades, são mais de 6 mil postos do Ministério do Trabalho no Brasil inteiro. Tem o Ministério Público. O Ministério Público tem sido um grande parceiro na busca dessas soluções. Enfim, então, procurar órgãos, tanto da administração municipal, estadual ou federal, que tenham a ver com o tema. Então, não é por falta de... Agora, tem que buscar, tem que procurar... em última instância, o Ministério do Trabalho, que é através dos nossos auditores que é feita essa verificação, e os auditores farão a análise para que possa ser, ou não, enquadrado como trabalho análogo ao trabalho escravo. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agora, há pouco, o senhor falou que está fazendo um concurso para contratar mais auditores, porque tem um número pequeno para fazer essa fiscalização. Qual é a previsão de contratação, Ministro? MINISTRO MANOEL DIAS: Nós temos, aí, devemos ter mais 150 que é muito pouco ainda, em razão da demanda que nós temos no Brasil inteiro. Mas estamos procurando, aí, através de um projeto que estamos elaborando, a pedido da própria Presidenta da República, no sentido de a gente melhorar as condições físicas de atendimento ao trabalhador na ponta, dentro dessa necessidade de que nós temos que prestar serviços de qualidade. O trabalhador, o povo brasileiro está pedindo isso. A Presidenta nos disse que nós temos que responder a isso. Temos que ir para a rua também. Para que junto com... essa população que busca melhores serviços, a gente possa construir, né? Esses melhores serviços e, assim, responder a todas essas demandas. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, eu queria fazer mais uma pergunta para o senhor sobre o posicionamento do Ministério do Trabalho e Emprego em relação à terceirização de mão de obra pelas empresas. MINISTRO MANOEL DIAS: Esta é uma realidade que o país já está constatando. A terceirização é um fato concreto. Então, nós não podemos ignorar, temos que resolver, temos que regulamentar. Tramita na Câmara Federal um projeto de lei em que... Já está em fase de votação, o parecer do relator, e que a gente consiga através do diálogo adiar a votação desse parecer. Nós construímos uma comissão quadripartíte com representantes do Congresso Nacional, com representantes dos trabalhadores, com representante dos empresários e do Governo. E temos realizado reuniões quase que permanentes, na busca de um entendimento. Claro que essas discussões são muito tensas, iniciam-se muito tensas, mas nós estamos agora na fase da construção e do entendimento. A última reunião já avançaram bem esses debates, essas discussões, e nós acreditamos que através desse diálogo... A votação desse parecer deve ocorrer no dia 13 de maio, 13 de agosto, na volta do recesso do Congresso Nacional. E até lá nós vamos avançar bastante, vamos buscar entendimento, porque é bom, tanto para o empregado quanto para o empregador. É bom, porque na medida em que boa parte desses enquadramentos, como o trabalho escravo, vem em decorrência dessa falta de regulamentação. Porque, às vezes, se não tiver uma boa regulamentação, a precarização do trabalho ocorrerá. E na precarização você vai [ininteligível] chegar, através da fiscalização que se realiza a conclusão de que está havendo, realmente, nessa precarização, condição análoga ao trabalho escravo. Então, nós estamos fazendo isso, acreditamos na... no diálogo, eu acho que o diálogo é a melhor maneira de você buscar o entendimento. E avançar dentro do possível. Dentro do possível que é respeitar o direito dos trabalhadores que são inegociáveis, né? O país tem uma prática histórica nisso, né, de que os direitos trabalhistas e os direitos dos trabalhadores, esses são inegociáveis. E hoje o entendimento dos nossos... dos nossos empregadores, também, é nesse sentido. Nós temos exemplos bastante eficientes de que a negociação é possível. Hoje, temos, aí, por exemplo, uma negociação feita na área dos frigoríficos, que o Governo não teve nenhuma influência. Empregadores e trabalhadores chegaram a conclusão de elaborar uma norma regulamentadora, e que foi implementada, fizemos uma festa na assinatura, discurso dos empregadores, discurso dos trabalhadores, e que isso implicará em investimentos fabulosos, por parte dos empregadores que entenderam que não é despesa, é investimento. Porque aquilo vai retornar em produtividade, aumento da produtividade, o que será bom, certamente, tanto para os trabalhadores, para o Brasil e para os empregadores. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministro. E vamos agora, conversar com a Rádio Terra AM 760, de Montes Claros, Minas Gerais. Olá, Lino Oliveira, bom dia! REPÓRTER LINO OLIVEIRA (Rádio Terra AM 760 / Montes Claros – MG): Bom dia. Bom dia, Ministro. Bom dia a todos. A minha pergunta para o Ministro Manoel Dias, com relação aqui ao Norte de Minas, uma região que é bastante seca, né, bastante castigada pela sequidão, acaba acontecendo que o homem da zona rural, o homem do campo venha, acaba vindo para a cidade maior para tentar um emprego, para tentar que... melhores condições para sustentar a família. Queria saber do Ministro, se há alguma previsão de melhora para este homem do campo, que vem para a cidade tentar a vida, tentar um emprego aqui na cidade. MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia, Lino. REPÓRTER LINO OLIVEIRA (Rádio Terra AM 760 / Montes Claros – MG): Bom dia.MINISTRO MANOEL DIAS: Bom dia a todos os mineiros. Esse estado importante da federação e que é um estado que tem importância fundamental na construção da nossa... da nossa soberania, né, da nossa identidade, como nação. O Ministério do Trabalho tem algumas políticas que dizem respeito ao que tu colocas. O Ministério da Agricultura, tem o Ministério da... que cuida dessa área, especificamente, e as políticas públicas já há dez anos, tanto do governo do Presidente Lula, quanto da Presidenta Dilma, são prioritárias nesse campo. Nós temos assistido e... participado de algumas dessas reuniões em que o Governo tem políticas, primeiro de investimentos enormes, né, no sentido de se criar condições de melhorar a qualidade de vida e as condições de trabalho, e também que possam ter resultados dos esforços desses brasileiros, compensados. Nós vivemos e comemos no Brasil inteiro, porque 70, 80, 90% da produção de alimentos desse país é da pequena propriedade rural, do pequeno produtor rural, e o Governo olha com todo o carinho, com toda a atenção. E por parte do Ministério do Trabalho, a gente tem procurado estimular a organização sindical, né? Reconhecer conflitos. Há dificuldades, mas nós temos procurado, e participamos de comissões, que quando convocados pelo Governo, temos dado a nossa contribuição. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação de Lino Oliveira, da Rádio Terra AM, de Montes Claros, Minas Gerais, aqui com a gente no Bom Dia, Ministro. Eu agradeço muito, mais uma vez, Ministro, a sua participação em nosso programa. MINISTRO MANOEL DIAS: Já acabou? APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Acabou. MINISTRO MANOEL DIAS: Então, olha, eu que agradeço a oportunidade. E a gente procurou aqui, nesse curto período, embora de uma hora, colocar aquilo que a população quer saber, as informações, a transparência. Nós estamos agora, no meu ministério, no Ministério do Trabalho fazendo uma... implantando a transparência total. O melhor combate à corrupção, a melhor resposta ao povo, é ter transparência. Qualquer dúvida acessa lá, pergunta. “Ah, o Maneca lá, assinou um contrato não muito correto, aí, vamos lá perguntar o por que e saber por que.” Muito obrigado. Um bom dia a todos os brasileiros. APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Ministro Manoel Dias, do Trabalho e Emprego, pela participação, mais uma vez, com a gente no Bom Dia, Ministro. E a todos que participaram conosco deste programa, meu muito obrigada e até a próxima edição.