22/06/2011 - No Bom dia, Ministro , Tereza Campello detalhou sobre as ações do Plano de Superação da Extrema Pobreza - Brasil sem Miséria
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, detalhou sobre o Plano de Superação da Extrema Pobreza - Brasil sem Miséria, que visa retirar 16,2 milhões de brasileiros da extrema pobreza, por meio de ações de transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva. Uma das metas é qualificar 1,7 milhão de pessoas nas cidades. Para isto, prevê iniciativas de inclusão produtiva urbana, que irão reunir estímulo ao empreendedorismo e à economia solidária, oferta de cursos de qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra para atender às demandas nas áreas públicas e privadas, totalizando dois milhões de pessoas.
12/12/2016
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APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Olá, você em todo o Brasil. Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais uma edição do programa Bom Dia, Ministro. O programa tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Hoje, no programa Bom Dia, Ministro, a Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Bom dia, Ministra. MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Luciano. Bom dia, ouvintes. Estamos aqui para falar do Brasil Sem Miséria. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Seja muito bem-vinda, é um prazer recebê-la. MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Obrigada. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: No programa de hoje, a Ministra vai detalhar o Plano de Superação da Extrema Pobreza, o Brasil Sem Miséria, que visa retirar 16,2 milhões de brasileiros da extrema pobreza, por meio de ações de transferência de renda, acesso a serviços públicos e a chamada inclusão produtiva. O governo federal vai localizar as famílias extremamente pobres e incluí-las de forma integrada nos mais diversos programas, de acordo com suas necessidades. A Ministra Tereza Campello começa agora a conversar, ao vivo, com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. E a primeira participação vem de Aracaju, Sergipe, da Rádio 930 AM, com Gabriel Damásio. Bom dia, Gabriel. REPÓRTER GABRIEL DAMÁSIO (Rádio 930 AM / Aracaju - SE): Bom dia, Luciano. Bom dia, Ministra Tereza Campello. Bom dia aos ouvintes da EBC e da NBR. Ministra, nós tivemos a oportunidade de, quando do lançamento do programa, conversar com a secretária executiva do MDS, a Ana Fonseca, e ela... Nós conversávamos com ela e tínhamos um dado de que 311 mil pessoas, aqui no estado de Sergipe, estão nessa linha abaixo da... Estão em situação de miséria. E a gente queria que a senhora detalhasse um pouco de como esse programa vai atuar aqui no estado, se existe uma previsão de lançamento do programa aqui no estado. E a segunda pergunta que eu faria é: qual é o custo que um programa dessa monta vai ter para o contribuinte brasileiro? Quanto que o contribuinte brasileiro, ele deve gastar com esse programa dessa monta e qual é o retorno que o contribuinte brasileiro vai ter com as ações de um programa como o Brasil Sem Miséria? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Gabriel. Eu vou precisar de um tempinho para responder a essa quantidade de perguntas. Nós temos um trabalho no governo federal conjunto com o governo do estado, já estivemos com a nossa secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania no estado de Sergipe. Aí, em especial, nós temos um conjunto de ações importantes que vale a pena destacar, além da busca ativa das famílias que ainda não recebem Bolsa Família e têm direito. Para o conjunto das famílias que já recebem Bolsa Família, nós também vamos desenvolver várias ações. No caso do Nordeste, eu destaco, em especial, ações voltadas à pobreza no meio rural, que é bastante importante no Nordeste brasileiro. Nós estamos contratando equipes de assistência técnica em todos os estados do Nordeste, que vão acompanhar famílias em situação de extrema pobreza no meio rural, dando assistência técnica, orientando para que elas possam estar produzindo melhor, distribuindo sementes e construindo um ambiente, também, para viabilizar que essas famílias possam vender seus produtos, não só para o governo federal, mas também para os supermercados. No caso de Sergipe, nós já estamos com uma negociação importante, envolvendo, por exemplo, laranja. Então, assim, parte do nosso trabalho, mesmo o programa tendo sido lançado recentemente, ele já está na rua, nós já estamos com um trabalho importante com a Conab, com o Ministério do Desenvolvimento Social, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Então... Eu citei uma das ações. Vamos ter ações também nas cidades, capacitando a população e qualificando os trabalhadores, para que eles possam estar acessando as vagas e a oferta de empregos que esteja disponível. Para isso, nós vamos, sim, ao estado de Sergipe. Nós estamos organizando todo um cronograma, porque temos que ir aos 27 estados, mas já estamos em negociação e em conversa. O programa... Você me perguntou também do custo geral para o contribuinte. Nós temos uma avaliação, Gabriel, que... O programa, ele, de fato, é um programa importante. No caso, por exemplo, se a gente somar o Bolsa Família e os programas de transferência de renda do Benefício de Prestação Continuada para Sergipe, são R$ 623 bilhões ao ano. O programa Brasil Sem Miséria, ao todo, vai gastar no mínimo em torno de 20 bilhões/ano, mas a nossa avaliação é que isso não é um custo, isso é um investimento. Nós temos pesquisas importantes que mostram, por exemplo, que, a cada R$ 1,00 que nós investimos no Bolsa Família – e, portanto, distribuímos para a população de baixa renda -, R$ 1,40 retornam, multiplicando o Produto Interno Bruto nessas regiões. Portanto, ganha o consumidor, ganha a população pobre, mas ganha também o comércio, ganha a indústria, porque vende mais, e ganha todo o país. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E agora, no programa Bom Dia, Ministro, nós temos a participação da Rádio Amazonas FM, de Manaus, com Flávia Moura. Bom dia, Flávia. REPÓRTER FLÁVIA MOURA (Rádio Amazonas FM / Manaus - AM): Bom dia, Luciano Seixas, ouvintes espalhados em todo o Brasil e bom dia, Ministra. MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Flávia, bom dia. Bom dia, ouvintes da Rádio Amazonas. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Pode fazer a sua pergunta, Flávia. FLÁVIA MOURA: Ministra, quais são as diferenças entre o Bolsa Família, que também é um programa de transferência de renda, para esse novo programa, chamado Brasil Sem Miséria? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Eu não consegui entender. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Flávia, você pode repetir a pergunta? FLÁVIA MOURA: Ministra, as famílias que já estão incluídas no Bolsa Família... Desculpa. Quais são as diferenças entre o Bolsa Família, que também é um programa de transferência de renda, para esse novo programa, chamado Brasil Sem Miséria? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Flávia, olha só, o Brasil Sem Miséria não é um programa, é um plano. É um plano nacional, que envolve várias ações que já existiam, como é o caso do Bolsa Família, ações novas, como é o caso do Bolsa Verde, que, em especial, vai ser distribuído para famílias que já recebem o Bolsa Família, mas será complementada para famílias, por exemplo, extrativistas, aí, no estado do Amazonas, no Norte do país, em especial, que moram em reservas extrativistas, e um conjunto de outras ações. É um plano... É como se a gente tivesse criado uma força-tarefa, um esforço do país para erradicar a extrema pobreza. Portanto, nós não estamos criando um programa novo. Várias ações novas estão sendo desenvolvidas, como eu comentei o caso do Bolsa Verde, que complementa o próprio Bolsa Família, mas com esse objetivo de ser distribuído para a conservação de ativos ambientais já existentes em reservas extrativistas, em florestas nacionais, como é o caso de recursos para fomento a fundo perdido, que vai ser distribuído... Serão distribuídos para famílias, também, no meio rural. Ações novas envolvendo qualificação profissional, que nós temos, por exemplo, o Pronatec, que ampliou suas vagas, prevendo cursos de qualificação para a população de baixa renda e para a população em extrema pobreza. Então, nós estamos articulando um conjunto de ações que já existiam com um conjunto novo de ações, mas estamos orientando que essas ações cheguem nessa população extremamente pobre, que, em geral, não consegue ter acesso às ações do Estado brasileiro, seja do governo federal, dos estados, dos municípios. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, Flávia? REPÓRTER FLÁVIA MOURA (Rádio Amazonas FM / Manaus - AM): Gostaria, sim, Luciano. Ministra, as famílias que já estão incluídas no Bolsa Família também podem participar do Brasil Sem Miséria? E mais, Ministra: como fazer para garantir que esses recursos realmente cheguem a quem realmente precisa, evitando fraudes no programa? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom, as famílias que estão no Bolsa Família e são extremamente pobres já estão no Brasil Sem Miséria e já são foco de uma ação nossa de partida. Como eu comentei no bloco anterior, nós já fizemos chamadas de assistência técnica, por exemplo, no Nordeste brasileiro, e essas chamadas foram orientadas e direcionadas exatamente para as famílias extremamente pobres, já incluídas no Bolsa Família. Além disso, nós também estamos com uma ação que a gente chama de busca ativa, indo atrás de famílias que ainda não estão no Bolsa Família, mas têm direito. Como nós podemos fazer para evitar fraudes e evitar desvios? Nós já avançamos muito no Estado brasileiro, felizmente, ao longo desses oito anos. Quando o Bolsa Família começou, nós tínhamos um nível de denúncia importante, porque desvios vinham acontecendo. Hoje, esses desvios são muito pequenos. Por quê? Os dados do Bolsa Família são públicos. Portanto, as famílias que recebem são conhecidas, as pessoas em geral denunciam. Nós criamos vários mecanismos para poder fazer essa fiscalização. Nós estamos cruzando vários cadastros. Por exemplo, nós cruzamos o cadastro do Renavam da Polícia Federal de pessoas que possuem veículos com os dados do Bolsa Família, e, com isso, descobrimos que uma parcela muito pequenininha das pessoas tinham Bolsa Família e tinham veículos. Isso não significa que havia fraude, mas é um indicador de que poderia ter algum problema. Então, nós fomos atrás dessas famílias, localizamos. Algumas não eram fraudes, algumas eram. À medida que a gente foi fazendo... descobrindo essas denúncias e as pessoas foram sendo responsabilizadas, isso veio terminando. Então, o percentual de desvios hoje é muito, muito, muito pequeno. Muito menor do que 0,5%. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Este é o programa Bom Dia, Ministro. Hoje com a Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que conversa ao vivo com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Vamos agora a Dourados, no Mato Grosso do Sul, com a participação da Rádio Grande FM e a pergunta de Eduardo Palomita. Alô, Eduardo, bom dia! REPÓRTER EDUARDO PALOMITA (Rádio Grande FM / Dourados - MS): Bom dia, Luciano. Bom dia, Ministra. Ministra, uma das metas do programa é a qualificação profissional. Agora há pouco, eu estava ouvindo a sua intervenção, e a senhora falava a respeito desse assunto, mas eu queria uma definição quanto ao meu estado, aqui, o Mato Grosso do Sul. Já existe uma definição quanto ao tipo de qualificação? Quais seriam os cursos que estariam sendo colocados à disposição para o público-alvo, já que a intenção é atender, aí, a pessoas de 18 a 65 anos? E de que forma esses trabalhadores, Ministra, seriam inseridos no mercado de trabalho? Vai ter vaga, vai ter vaga para todos, aqui, no Mato Grosso do Sul? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Eduardo. Bom dia, ouvintes da Rádio Grande FM, de Dourados. É muito importante a sua pergunta, até para organizar como as pessoas têm que estar se posicionando. Veja bem, nós estamos fazendo um levantamento... Porque nós não queremos repetir o que vínhamos fazendo com algum tipo de problema. Muitas vezes, a gente faz curso no setor público, ou mesmo no setor privado, orienta as pessoas a se formar numa determinada área e não existem vagas. No Brasil Sem Miséria, nós estamos fazendo um movimento oposto. Nós estamos levantando quais são as demandas reais do mercado de trabalho, em cada uma das regiões, em cada uma das cidades. Você vê... No caso, por exemplo, do Rio de Janeiro, de outras cidades que vão estar recebendo grandes eventos, como a Copa do Mundo, nós estamos tendo uma demanda grande no setor de serviços em hotéis, pessoas que sejam treinadas para falar línguas, camareira, auxiliar de serviço, vai crescer a rede de restaurantes. Portanto, existe toda uma preocupação de que a gente forme gente voltada para essas áreas. Onde a gente está tendo obras do PAC, grandes empreendimentos, a busca de mão de obra é na área de construção civil. Em outras regiões do país, nós temos uma procura por trabalhadores na rede varejista, empacotadores, gente para trabalhar em determinadas indústrias que estão se instalando. Então, o que nós estamos fazendo? Neste momento, em parceria com os governos estaduais, levantando, nas principais cidades... Porque nós vamos começar nas maiores cidades; depois, nós vamos, crescentemente, para as cidades de médio e pequeno porte. Nós estamos levantando quais são as demandas, aonde está tendo procura de mão de obra, em cada uma das cidades, e são para essas áreas que nós vamos estar fazendo os cursos de qualificação. Uma das ações importantes de qualificação, que são os cursos de qualificação do Pronatec, eles ainda precisam ser aprovados, porque o projeto de lei ainda está tramitando no Congresso Nacional. Então, provavelmente... Nós temos uma grande expectativa de que esse projeto de lei seja aprovado agora, no início da próxima legislatura, no início do próximo semestre, em agosto ou setembro, e a partir daí, nós já estaremos com as vagas sendo ofertadas. Mas, neste momento, estamos nos antecipando, já fazendo esse levantamento. Por exemplo, quais foram as vagas da Rede Cine procuradas no último um ano e meio? Isso é um indicador de que áreas estão sendo mais demandadas em cada uma das cidades. Então, no caso do Mato Grosso do Sul, nós também estamos fazendo esse levantamento. Ainda não temos um cronograma organizado com o governo do estado, mas o governo é nosso parceiro, e as prefeituras também. E a ideia é garantir que essas vagas sejam preenchidas. Portanto, nós acreditamos que a maior parte das pessoas terá... que fizerem os cursos, serão contratadas, porque existe hoje uma procura muito grande por empregados. Agora, nós... O que nós estamos tentando fazer é fazer com que esse Brasil que cresce, esse Brasil cheio de vagas e cheio de emprego, se encontre com essa população, que é uma população pobre, ainda sem qualificação. Esse é o nosso grande esforço. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, Eduardo? REPÓRTER EDUARDO PALOMITA (Rádio Grande FM / Dourados - MS): Mais uma pergunta, Luciano. O programa tem as suas ações voltadas, também, para atender a zona rural. Aqui, nós temos uma situação muito peculiar. Existe alguma proposta, Ministra, para aumentar aí o atendimento às famílias que vivem de forma precária, acampadas nas rodovias, embaixo de barracas de lona, já que há uma demora excessiva para que essas pessoas sejam assentadas nos projetos do Incra? Eu estou falando dos trabalhadores rurais sem-terra aqui no estado. Vai existir uma atenção especial para tirar essas famílias dessa situação que elas vivem neste momento, Ministra? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Eduardo, o Brasil Sem Miséria, ele se volta para o conjunto da população extremamente pobre, independente se acampado, assentado, população indígena. Portanto, o nosso objetivo é levar bem-estar e qualidade de vida para o conjunto dessas pessoas. Nós já estivemos com o nosso presidente do Incra, existe um esforço grande para o levantamento dessa população acampada. Parte dela, inclusive, não é uma população que esteja cadastrada no Bolsa Família. Então, o nosso primeiro esforço, no Brasil Sem Miséria, com relação a acampados, é garantir o cadastramento dessa população, sua localização e transferência do Bolsa Família para que elas melhorem sua condição de vida. Essas famílias têm uma dificuldade específica, porque é difícil você dizer de qual município elas são. Que é diferente, por exemplo, de uma população de rua, que você... Apesar de ela se encontrar numa situação muito vulnerável, você tem como dizer que ela é de um determinado município. No caso de acampados e assentados, como registrá-la num município ou no outro? Essa é a discussão que nós estamos fazendo para garantir que essas famílias também possam receber o Bolsa Família, ser cadastrada no Cadastro Único, que não é só o cadastro do Bolsa Família, também é o cadastro que vai nos ajudar a fazer o planejamento geral das ações. Agora, o Brasil Sem Miséria, ele não substitui o Estado brasileiro. As ações do Estado brasileiro, elas têm que continuar funcionando e têm que continuar funcionando bem. Então, as ações de reforma agrária, elas continuarão sendo feitas pelo Incra, dentro do possível. Nós vamos ter uma parceria com o Incra e auxiliá-las, essas famílias em situação de extrema pobreza, para aliviar a situação de pobreza, às vezes de fome, de necessidade, colocar as crianças na escola e assim por diante. Agora, a gente não vai substituir o Incra na sua missão e nas suas funções de garantir e realizar a reforma agrária. O nosso esforço é continuar aprimorando e melhorando as ações que o estado todo ainda... Nós ainda temos muito para continuar melhorando e aprimorando o nosso trabalho. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Estamos entrevistando a Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, nossa convidada de hoje no programa Bom Dia, Ministro, transmitido pela EBC. A EBC Serviços disponibiliza o sinal desta entrevista para todas as emissoras de rádio do país, via satélite, no mesmo canal da Voz do Brasil. O áudio da entrevista também será disponibilizado hoje, ainda pela manhã, na página da Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, Presidência da República, na internet, que é: www.imprensa.planalto.gov.br. E agora a participação da Rádio Verdes Florestas, de Cruzeiro do Sul, no Acre, com Paulo Amorim. Alô, Paulo, bom dia. REPÓRTER PAULO AMORIM (RÁDIO VERDES FLORESTAS / CRUZEIRO DO SUL - AC): Muito bom dia a todos os amigos que estão aí, nesse programa Bom Dia, Ministro. Um bom dia especial, também, à Ministra Tereza Campello. Bom, amigos, a minha pergunta, aqui, da nossa região, a região Norte... Aqui, estamos em Cruzeiro do Sul, a segunda cidade maior, aqui, do estado do Acre, é distante aí, da capital, a 600 quilômetros através da BR-364. E aqui, caro amigo, como, com certeza, já é do conhecimento da Ministra e também aí, dos demais colegas de profissão, nós temos, aqui, famílias em todos os municípios, aqui, do estado do Acre, que vivem em situações precárias, situações complicadas. E eu pergunto à Ministra: como é que esse programa chegará até as pessoas que, realmente, necessitam desse Programa Brasil sem Miséria, Ministra? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Paulo. Bom dia, ouvintes da Rádio Verdes Florestas. Nós... Eu já tinha comentado, é importante, porque é muito diferente a forma como o programa vai chegar nos grandes centros urbanos e vai chegar em regiões distantes, como você comentou, no caso, a 600 quilômetros de Rio Branco, e no caso do Acre, de várias outras famílias que moram na Amazônia, muitas em igarapés, com acesso difícil, a várias horas de barco, nós estamos organizando todo o setor público brasileiro para que a gente possa chegar a essas famílias. Por exemplo, no caso da Amazônia, nós estamos fazendo um trabalho, junto com o INSS, junto com o Banco da Amazônia, junto com alguns outros órgãos federais, como é o caso do próprio Exército, para garantir que a gente possa estar chegando a essas famílias, porque o conceito fundamental do Brasil sem Miséria não é que essas famílias têm que ir atrás do Estado para ter acesso ao programa Bolsa Família, ou ao Bolsa Verde, ou acesso à saúde e à educação. É que o Estado vai ter que chegar a essas famílias. Não é fácil executar essa tarefa. Nós não podemos simplificar uma coisa que é muito complicada e que, muitas vezes, foi tentada e não foi conseguida. Agora, como a gente vai conseguir fazer isso? Nós estamos organizando, em alguns casos, mutirões. Nós já tivemos bons exemplos de atuação do governo federal, articulado com estados e municípios, em mutirões na Amazônia. Estamos, como eu disse, organizando um sistema até para chegar a essas famílias com barcos e usando sistemas que já estão disponíveis. E a ideia é poder cadastrar essas famílias e facilitar o acesso, inclusive, aos nossos serviços novos, como é o caso, por exemplo, do Bolsa Verde, como eu tinha dito, que será concedido. É um benefício financeiro de R$ 100,00 ao mês, para famílias extremamente pobres. Essas famílias vão receber o Bolsa Família. Além disso, vão receber o Bolsa Verde, e esse benefício será concedido para famílias extremamente pobres, moradoras de florestas, moradoras de reservas extrativistas. Para chegar nessas famílias, nós estamos cadastrando as famílias junto com o Instituto Chico Mendes, que é o ICMBio, que é do Ministério do Meio Ambiente, que também é nosso parceiro. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, Paulo? REPÓRTER PAULO AMORIM (RÁDIO VERDES FLORESTAS / CRUZEIRO DO SUL - AC): Ok. Olha, Ministra, aqui, na região de Cruzeiro do Sul, segundo informações da Secretaria de Assistência Social, nós temos em torno de sete mil famílias que são contempladas com os programas sociais; Bolsa Família, [ininteligível] e outros programas aí, do governo federal. Mas, segundo informações da secretária, esse número é muito pequeno para a grande quantidade de pessoas que ainda estão sem ser contempladas nesse programa. Há informações que poderá ampliar esse número aí, para atender o maior número de famílias, aqui, na nossa região? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Claro que sim. Todas as famílias em situação de extrema pobreza deverão fazer parte do Brasil sem Miséria. Então, se a gente tiver famílias em situação de extrema pobreza, que ainda não estão no cadastro único, não recebem Bolsa Família, ou não recebem a aposentadoria, ou não recebem o BPC, que é o Benefício de Prestação Continuada, deverão ser encontradas pelo Estado brasileiro e terão acesso, não só às transferências de renda, mas às outras ações. A dificuldade é exatamente isso que você tinha colocado na primeira pergunta: localizar essas famílias. Esse é o esforço que nós estamos fazendo, imediatamente, através de vários parceiros. Como eu comentei, o próprio Instituto Chico Mendes é um dos nossos parceiros para localizar a parcela dessas famílias que se encontram em florestas nacionais, em reservas extrativistas, o INSS, vários outros Ministérios, inclusive os nossos bancos e o próprio Exército, no caso da Amazônia, terá que ser nosso parceiro, para que a gente possa chegar a essas famílias. Agora, quais são os nossos parceiros privilegiados? São exatamente as secretarias municipais de assistência social e o governo do estado, em tendo conhecimento dessas famílias, garantir que a gente possa receber... Devem cadastrar essas famílias, para que a gente possa tomar as providências em parceria com eles. Em alguns municípios distantes, nós estamos organizando, o governo federal, também, para garantir que o cadastro do Bolsa Família possa ser melhor gerido pelos municípios. Nós temos municípios na Amazônia que têm dificuldade de ter acesso à internet, tem dificuldade de ter acesso aos nossos bancos de dados. Portanto, nós também estamos tentando organizar um conjunto de ações para garantir que a gente possa implantar nosso cadastro e viabilizar, em locais de difícil acesso, também acesso a informações. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Você está ouvindo o Programa Bom Dia, Ministro, que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. E, agora, a participação vem de Vitória, no Espírito Santo. REDESIM SAT, com o José Roberto. Alô, José Roberto, bom dia. REPÓRTER JOSÉ ROBERTO (Rádio REDESIM SAT / Vitória - ES): Bom dia. Bom dia, Ministra. Ministra, o governo federal vai localizar as famílias extremamente pobres e incluí-las nos mais diversos programas, de acordo com as suas necessidades. O Espírito Santo, por certo, terá algumas dessas famílias a serem contempladas. Este plano tem prazo, Ministra? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Sim. O plano tem um prazo, que é o compromisso da presidenta Dilma, de erradicar a extrema pobreza até 2014. Em algumas das nossas ações, nós estamos estabelecendo um prazo anterior a isso, como é o caso da busca ativa e a inclusão das famílias extremamente pobres, que ainda não recebem o Bolsa Família, que nós queremos que todas elas – as 800 mil famílias que nós avaliamos que têm direito ao Bolsa Família e ainda não estão no Bolsa Família – recebam o programa, estejam dentro do cadastro único até dezembro de 2013. No caso do Espírito Santo, eu queria aproveitar e fazer uma menção importante. Nós não só temos uma parceria muito forte com o nosso governador Casagrande, como nós já estamos num trabalho importante com o nosso secretário Rodrigo Coelho, que, junto com o governo federal, já organizou um conjunto de ações. O estado do Espírito Santo foi pioneiro no lançamento, que é um lançamento do Plano Estadual de Erradicação da Extrema Pobreza, certo? O plano chama-se Incluir. Este plano, junto com o governo federal, vai permitir que a gente possa, no caso do Espírito Santo, atingir nossas metas antes, nós acreditamos, do que nós estaremos chegando no resto do Brasil. É muito importante referir que nós já estamos fazendo um mapa de oportunidades no estado, nós estamos com um conjunto de ações voltados já para a busca dessas famílias e temos já planejado todo um conjunto de ações envolvendo as secretarias municipais de assistência social, para garantir que a gente tenha um plano de busca ativa das famílias pobres eficiente e que as ações de inclusão produtiva possam estar sendo desencadeadas. Então, o Espírito Santo é um dos estados onde a gente tem o plano já em fase de implantação, e acreditamos que nós vamos ter... Vamos atingir nossas metas com sucesso, antes até do prazo de dezembro de 2014. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Alguma outra pergunta, José Roberto? REPÓRTER JOSÉ ROBERTO (Rádio REDESIM SAT / Vitória - ES): Sim. Ministra, o MDS vai investir... Isso aqui está lá na imprensa, essa semana: “O MDS vai investir R$ 19 milhões na construção e modernização de cozinhas comunitárias e bancos de alimentos”. Já escolheram até os 27 municípios. Em que, em si, esses municípios serão beneficiados, Ministra? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Desculpa, eu não escutei a parte final da sua pergunta, José Roberto. REPÓRTER JOSÉ ROBERTO (Rádio REDESIM SAT / Vitória - ES): Eu vou fazer a pergunta novamente, Ministra. O Ministério vai investir R$ 19 milhões na construção e modernização de cozinhas comunitárias e bancos de alimentos. Já, inclusive, escolheu os 27 municípios. Em que, em si, esses municípios serão beneficiados? O que terão essas cozinhas, o que terão esses bancos de alimentos? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Olha, essa é uma ação que já era desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento Social na área de segurança alimentar. Nós localizamos, mudamos um pouco essas ações, tanto do banco de alimentos quanto de cozinhas comunitárias, garantindo que elas sejam construídas e que elas funcionem não só em locais de extrema pobreza, mas junto a alguns outros equipamentos públicos, como é o caso de creches, como é o caso dos próprios centros de referência na área de assistência social. São equipamentos que a gente chama na área de segurança alimentar. O que eles garantem? Eles garantem, primeiro, que essa população em situação de insegurança alimentar, que é a população ou que ainda passa por situações de má alimentação, ou mesmo passam fome, mas, em geral, são pessoas que, mesmo não passando fome, não se alimentam adequadamente, crianças que não se alimentam adequadamente, gestantes que não se alimentam adequadamente, portanto, não têm acesso à quantidade de proteínas, de vitaminas necessárias a ter um bom desenvolvimento das suas tarefas do dia a dia. Nessas cozinhas e nesses bancos de alimentos, a gente... São equipamentos que o município pode fazer essa gestão da área municipal. Nós encaminhamos, também, alimentos da Conab para esses equipamentos. Então, os alimentos que nós compramos no Programa de Aquisição de Alimentos, eles são destinados a esses equipamentos. E, agora, no Brasil sem Miséria, nós vamos desenvolver, paralelo às ações que a gente já fazia, programas de qualificação, durante o horário da noite, nas próprias cozinhas comunitárias e nos restaurantes populares, para treinamento e qualificação dessas pessoas. Então, auxiliar de cozinha, cozinheiros estarão sendo treinados nesses espaços, que são espaços que têm equipamentos, que permitem que esses cursos possam estar acontecendo. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Você está ouvindo o programa Bom Dia, Ministro. E a NBR, a TV do governo federal, está transmitindo, ao vivo, este programa, e reapresenta a gravação desta entrevista hoje, à tarde, e em horários alternativos; no sábado, pela manhã, e no domingo, também, à tarde. Agora, contamos com a participação da Rádio Gazeta 1260 AM, de Maceió, Alagoas, com Rogério Costa. Alô, Rogério, bom dia. REPÓRTER ROGÉRIO COSTA (Rádio Gazeta 1260 AM / Maceió - AL): Bom dia. Bom dia a todos. Bom dia, Ministra. Aqui, de Alagoas, infelizmente, os miseráveis do nosso estado enfrentam as velhas mazelas brasileiras, mais a violência e a criminalidade. O estado de Alagoas e a sua capital, Maceió, não sou eu que estou falando, apresentam, hoje, os maiores índices de violência, principalmente contra os jovens, potencializada, essa violência, com as novas. Como vencer, com o Brasil sem Miséria, diante desse contexto? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Óbvio que o Brasil sem Miséria, atuando e melhorando a condição de vida das famílias, melhora o conjunto de outros indicadores. No caso de Maceió, Rogério... No caso não só de Maceió, mas no estado de Alagoas, nós também estamos com um trabalho importante com o governo do estado. O governador é nosso parceiro de primeira hora, também, no desenvolvimento de ações. Temos conversado frequentemente, para garantir como melhorar as ações no estado. Quando nós estamos localizando os bolsões de pobreza e reorganizando e reorientando nossos equipamentos públicos, um dos critérios que tem nos preocupado é também as áreas onde acontecem maior violência. Então, por exemplo, nós estamos fazendo todo um levantamento para melhorar a distribuição dos equipamentos de educação, que a gente chama de Mais Educação. Mais Educação é um programa do Ministério da Educação que leva a escola de segundo... que leva o segundo turno para várias escolas. Então, nessas regiões onde essas escolas estarão funcionando, nós vamos estar, as crianças poderão estar frequentando a escola em dois turnos. Onde nós estamos tentando localizar esses equipamentos? Em regiões extremamente pobres, e em regiões extremamente pobres com um alto índice de violência, para garantir, por exemplo, que essas crianças e jovens, estando na escola, não só possam ter garantida, de forma mais adequada, a sua segurança, possam ter ocupação e, em alguns casos, inclusive, possam estar saindo de uma situação de criminalidade, tendo ocupação, tendo outras atividades durante a tarde, dando aí, mais segurança, também, e conforto para as suas famílias e suas mães. Então, algumas das nossas ações terão um impacto importante com relação à situação de violência, principalmente, quando essa situação de violência estiver ligada à situação de marginalidade e vulnerabilidade das famílias. Agora, é importante destacar que o Brasil sem Miséria, ele não dá conta de um conjunto das preocupações do Estado brasileiro. Uma parte importante das ações de violência não diz só respeito à situação de pobreza e de vulnerabilidade dessas famílias. Então, as ações envolvendo as secretarias de segurança pública, envolvendo policiamento, elas deverão continuar a ser trabalhadas e ser garantidas. Agora, melhorar a qualidade de vida das pessoas, melhorar o bem-estar, garantir emprego, melhorar a qualificação é uma forma importante da gente estar viabilizando o bem-estar e a melhoria dessas comunidades, também, que hoje se encontram em situação de violência. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E, agora, no programa Bom Dia, Ministro, a participação da Rádio Amiga FM, de Registro, em São Paulo, com o Nelsinho. Alô, Nelsinho, bom dia. REPÓRTER NELSINHO (Rádio Amiga FM / Registro - SP): Bom dia. Bom dia, obrigado pelo carinho de vocês aí, com o litoral sul do estado de São Paulo. Bom dia, Ministra, é um prazer muito grande recebê-la em nossa programação. Não me estendendo já, mas mandando a pergunta: a região sul do estado de São Paulo, o Vale do Ribeira, é conhecida, dentro do estado de São Paulo, como a região mais pobre do estado. Nós estamos aqui, dentro dessa região, nós sabemos que, em comparação com o Brasil, o Vale do Ribeira não é tão pobre, não é tão mal desenvolvido, mas, em comparação com o estado de São Paulo, sim. Nós não temos indústrias, por conta da Mata Atlântica, enfim, uma série de condições que não seria possível ter essa condição financeira aqui, na nossa região. O que a Ministra pensa em desenvolvimento com o Vale do Ribeira, o litoral sul do estado de São Paulo, que é um eixo entre São Paulo e Curitiba? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Nelsinho. Bom dia, ouvintes da Rádio Amiga FM. De fato, o Vale, essa região, é uma região bastante pobre. Eu diria não só que ela é pobre comparada com o estado de São Paulo, mas nós temos, infelizmente, indicadores, no sul do estado de São Paulo, que são comparáveis a outras regiões também pobres do Brasil, e será uma das áreas prioritárias para a nossa atuação. O estado de São Paulo, apesar de ser... Mesmo sendo o estado mais rico do país, ele continua tendo um importante número de população em situação de extrema pobreza, está entre os cinco estados com maior número de extremamente pobres no Brasil, exatamente porque é uma população muito numerosa, e chama bastante a atenção de todos nós que nós temos, no estado de São Paulo, um número muito grande de famílias que teriam direito ao Bolsa Família e ainda não recebem. Então, uma das ações fundamentais no estado de São Paulo é garantir que essas famílias, o percentual de famílias que têm direito ao Bolsa Família, são extremamente pobres e não recebem o Bolsa Família, no Estado de São Paulo, é muito superior, proporcionalmente, aos outros estados. Nós temos estados no Nordeste que têm uma população extremamente pobre, mas a maioria delas já está recebendo o Bolsa Família. O oposto acontece no estado de São Paulo. Então, um dos nossos esforços iniciais é exatamente garantir que essas famílias tenham acesso ao Bolsa Família. Nós devemos aí, em Registro, ter uma parte importante dessas famílias. Portanto, o nosso esforço é o de cadastrar essas famílias. Ter essas famílias no cadastro não só permitirá que elas recebam programas de transferência de renda, mas também permitirá que elas entrem no desenho do programa. Nós precisamos que essas famílias sejam cadastradas, e o índice de cadastro no estado é muito baixo. Para isso, nós estamos desenvolvendo várias ações, inclusive, com as companhias de energia elétrica, com as distribuidoras e as nossas concessionárias, para que nos auxiliem a encontrar essas famílias. Então, esse é... No ano de 2011, eu diria que a principal tarefa que nós temos, no estado de São Paulo, é melhorar o nosso cadastro e, para isso, nós contamos com a parceria do governo do estado e contamos, também, com a parceria dos municípios, sem o que, nós não conseguiremos atingir a nossa meta. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Este é o programa Bom Dia, Ministro, com a Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que conversa, ao vivo, com âncoras de emissoras de rádio de todo o país. Agora, vamos a São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Rádio Aliança FM, com José Perazzo. Alô, José Perazzo, bom dia. REPÓRTER JOSÉ PERAZZO (Rádio Aliança FM / São Gonçalo - RJ): Bom dia, Luciano Seixas. Bom dia, nobre Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Eu tenho uma única pergunta: como, de fato, assim como nos libertamos do FMI pagando a dívida externa, legado da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; agora, no governo Dilma Rousseff, poderíamos pagar essa outra dívida social cruel, libertando nossos irmãos, 16,2 milhões de brasileiros, da miséria mais indigna do ser humano? E, com isso, não existirá mais miseráveis no Brasil, se a gente alcançar essa meta? E de que forma podemos localizar todos esses cidadãos que, historicamente, continuam excluídos? Como auxiliar e acompanhar essa mais orgulhosa missão para qualquer brasileiro mais sensível à questão da igualdade de direitos? Um bom dia e obrigado pela resposta. MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, José. Bom dia, ouvintes da Rádio Aliança. São Gonçalo, eu acho que é um dos nossos parceiros primeiros nessa atividade. O governo do estado do Rio de Janeiro foi o primeiro a lançar um Plano Estadual de Erradicação da Extrema Pobreza. Nós temos uma expectativa muito grande de alcançar... Apesar de o estado do Rio de Janeiro também concentrar um número importante de população em extrema pobreza, e, em especial, São Gonçalo, nós temos uma expectativa muito grande de atingir nossas metas muito rapidamente aí, José. Eu acho que tem duas coisas que eu gostaria de frisar com relação ao nosso plano e a esse grande objetivo de erradicar a extrema pobreza e acabar com a miséria, como você colocou. Muita gente acha que a gente vai fazer isso sem os programas de complementação de renda. Nós acreditamos que os programas de complementação de renda são uma ação importante e fundamental para a erradicação da extrema pobreza. E, no caso do Rio de Janeiro, e, em especial, em São Gonçalo, nós contamos não só com o Programa Bolsa Família, mas com o Programa Renda Melhor, que é um programa que foi lançado pelo governador Sérgio Cabral, complementando o Bolsa Família. Muita gente acha, também, que o Bolsa Família e os programas de transferência de renda, como o Renda Melhor, eles são voltados para famílias que não trabalham. Só que isso não é verdade, Luciano. A maior parte das famílias do Bolsa Família trabalham. Aliás, primeiro, é importante colocar que a maior parte das pessoas que recebem o Bolsa Família têm menos de 19 anos, têm menos de 14 anos, são crianças e adolescentes, portanto, recebem as transferências de renda, as suas famílias recebem, garantindo que eles não trabalhem. A população adulta que recebe o Bolsa Família, a maioria deles, mais de 70%, trabalha. Mesmo trabalhando, ou faz bico ou tem um nível de remuneração que não é suficiente para garantir que elas saiam da extrema pobreza. Por isso, os nossos programas de transferência de renda, eles são fundamentais para essas famílias numerosas ou famílias que têm um trabalho que não lhes permite uma renda suficiente para garantir toda a família. Portanto, uma das ações fundamentais é aumentar a renda dessas famílias com transferência de renda. Ao ter esse apoio, essas famílias podem se deslocar melhor, podem, as que não têm trabalho, inclusive, ter recursos para estar se deslocando em busca de trabalho. Muitas famílias não conseguem nem ir procurar as vagas, porque não têm vale-transporte, porque não têm como estar se deslocando. Parte dessas famílias, um dos cônjuges tem que ficar tomando conta das crianças e, portanto, não pode estar procurando emprego. Então, uma das ações fundamentais para alívio da situação de miséria e de extrema pobreza é, exatamente, a transferência de renda. Agora, nós queremos mais. Nós queremos garantir que essas famílias também tenham acesso às oportunidades. O que são as oportunidades? Oportunidades de educação, de elevação de escolaridade, oportunidade de acesso à saúde. Tem gente que não tem acesso a uma vaga porque tem algum problema de saúde; portanto, melhorar a saúde dessas famílias também significa melhorar... Acesso a... Por exemplo, melhorar... Tratamento odontológico. Para uma pessoa que tem um problema sério, às vezes, não tem dente, isso pode restringir suas vagas, não é? Como que a pessoa vai ser um garçom se não tem dente? Então, melhorar a situação delas, do ponto de vista odontológico e de saúde, também é capacitá-las para vaga. E, como eu já tinha comentado, nós estamos abrindo um conjunto de vagas, é um conjunto de vagas em cursos de qualificação, para que essas pessoas possam estar se qualificando na área de construção civil, na área de auxiliar de cozinha, de hotelaria. No caso do Rio de Janeiro, nós estamos tendo um crescimento muito, muito grande nas vagas na área de serviços, em especial, de hotelaria, mas não só nesses serviços. E é importante que a nossa população extremamente pobre também possa se qualificar e ter acesso a essas vagas. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Estamos entrevistando a Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, nossa convidada de hoje no programa Bom Dia, Ministro, transmitido pela EBC Serviços, para emissoras de rádio de todo o país, no mesmo canal da Voz do Brasil. Via satélite, no mesmo canal da Voz do Brasil. E, agora, vamos à Boa Vista, Roraima; da Rádio Folha, fala Natanael Vieira. Alô, Natanael. Bom dia. Oi, Natanael. REPÓRTER NATANAEL VIEIRA (Rádio Folha / Boa Vista - RR): Bom dia, Luciano. Bom dia, Ministra Tereza Campello, e a todos que escutam o programa Bom Dia, Ministro. Bem, Ministra, segundo dados do IBGE, Roraima tem 76.358 pessoas vivendo em extrema pobreza. Embora o número seja o menor do país, está muito acima da porcentagem nacional. E, aqui, no estado, mais da metade dessas pessoas em condição de extrema pobreza vive no interior, nas áreas rurais. O governo dará uma atenção especial para essa população do interior, Ministra? Como vocês chegarão até elas? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Natanael. Bom dia, Rádio Folha, de Boa Vista. Nós temos, como eu comentei com vocês, importantes ações voltadas para o meio rural. No caso de Roraima, eu destaco duas ações que eu acho que são fundamentais. Uma delas é voltada ao fortalecimento da agricultura familiar e compra de produtos da agricultura familiar. Ações, por exemplo, voltadas à aquicultura e pesca, que podem ser importantes; fortalecimento dos nossos assentamentos. Mas, também, é muito importante ressaltar o Programa Bolsa Verde, que está em fase de implementação. Nós estamos cadastrando o conjunto das famílias em reservas extrativistas, em áreas que contêm, ainda, ativos ambientais. E Roraima é um estado que tem uma área de cobertura bastante intensa, e, portanto, essas famílias também terão direito, além de receber o Bolsa Família, receber o Bolsa Verde. Agora, isso que você comentou, de fato, nós não podemos simplificar e desvalorizar. Não é fácil encontrar essas famílias que se encontram em locais distantes, e, portanto, o esforço que nós estamos fazendo, que nós chamamos de busca ativa, no caso da Amazônia, ele vai ter que ser redobrado. Nós teremos que contar com várias instituições, dentre elas, o próprio INSS, o Exército, as Força Armadas, a Aeronáutica, para garantir que a gente possa estar tendo acesso a essas famílias. E os nossos principais parceiros são as prefeituras, são os nossos municípios. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E, agora, vamos a Macapá, no Amapá, com a participação da Rádio Difusora. Humberto Moreira é que fala com a gente. Alô, Humberto, bom dia. REPÓRTER HUMBERTO MOREIRA (Rádio Difusora / Macapá - AP): Bom dia. Bom dia, Ministra Tereza Campello. É uma satisfação participar deste programa. A senhora falou a respeito da assistência técnica às dez mil famílias do Brasil. Como é que o governo pretende chegar a essas dez mil famílias, qual é a modalidade que o governo vai desenvolver para poder atender a esse montante de famílias na agricultura familiar? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Não são dez mil famílias. Nós pretendemos, no mínimo, chegar a 250 mil famílias no Brasil. Nós já iniciamos o trabalho com dez mil famílias, que foi a primeira chamada de assistência técnica que nós desencadeamos, já no dia 6. Então, nós não vamos conseguir... Até não seria responsável se a gente fizesse que todas as ações acontecessem imediatamente. Nós temos... É a primeira vez que a gente contrata a assistência técnica voltada para esse público. Portanto, nós fizemos uma primeira chamada, que vai atender famílias de agricultores familiares extremamente pobres no norte de Minas e na Bahia. Essa foi a primeira chamada que nós fizemos, envolvendo dez mil famílias. Nos próximos 15 dias, nós vamos fazer mais uma chamada, envolvendo mais 15 mil famílias, e a ideia é que a gente vá em um crescente, não só atendendo famílias de agricultores familiares no semiárido; mas, algumas dessas chamadas, nós também faremos para áreas estratégicas no que nós chamamos arco do desmatamento, onde nós temos, também, famílias pobres em situação de vulnerabilidade. Eu acredito que no Amapá, ações importantes envolvendo o fortalecimento da agricultura familiar, coisas que a gente já vem desenvolvendo... Inclusive, compra dos nossos agricultores familiares, em programas da Conab, serão intensificadas. Agora, para que isso aconteça, vale para o Amapá o que a gente já vinha dizendo para os outros estados: primeiro, nós precisamos encontrar as famílias que estão fora do Bolsa Família e que estão fora do cadastro. E, para isso, contamos com as nossas prefeituras, também, no estado. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Agora, a participação de Florianópolis, em Santa Catarina, através da Rádio UDESC FM. Salvador dos Santos é que fala com a gente. Alô, Salvador. Bom dia. REPÓRTER SALVADOR DOS SANTOS (Rádio UDESC FM / Florianópolis - SC): Bom dia, Luciano. Bom dia, Ministra Tereza. Olha, eu quero informar que não só a Rádio UDESC FM de Florianópolis, mas também as Rádios UDESC FM de Joinville e Lajes estão transmitindo essa entrevista. Ministra, Santa Catarina tem um perfil diferenciado de alguns estados mais problemáticos, porém, existem, por aqui, muitos bolsões; apesar de pequenos, mas de grande pobreza. Pergunto: existe diferença no plano de superação da pobreza de um estado para outro? E posso emendar mais uma perguntinha? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Pode. REPÓRTER SALVADOR DOS SANTOS (Rádio UDESC FM / Florianópolis - SC): É o seguinte: há muitas famílias, nesses bolsões de pobreza, que têm muitos filhos. Muitas mulheres, nessas condições, reclamam que têm dificuldade de fazer a operação de laqueadura, e vasectomia para o homem. Existe plano de alguma ação nessa área? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Salvador. Bom dia, ouvintes da Rádio UDESC e outras cidades de Santa Catarina que nos acompanham. O Brasil sem Miséria, eu acho que uma das questões fundamentais que mostra que o programa vai poder ser bem desenvolvido é que ele não trata o Brasil da mesma forma. Nós não podemos tratar Santa Catarina da mesma forma que nós tratamos um estado no semiárido ou um estado no Norte do país. De fato, apesar de os estados do Sul serem estados onde o índice de pobreza é bem menor do que no Nordeste, nós temos muitos bolsões de pobreza extrema, não só na região metropolitana, como, principalmente, no meio rural. O estado de Santa Catarina - é importante que a gente também coloque isso - tem uma margem grande de famílias em situação de extrema pobreza que poderiam estar recebendo o Bolsa Família e ainda não estão. Isso é uma das ações imediatas que a gente pode estar desenvolvendo e desencadeando no estado, que essas famílias possam ser cadastradas, possam... A gente possa receber informações sobre essas famílias, não só do número de filhos. Isso que você colocou é verdade. Algumas famílias têm uma situação de renda boa, mas, porque são famílias numerosas, se você dividir a renda pelo número de filhos, essa renda, ela fica inferior a R$ 70,00. Portanto, o Bolsa Família pode vir a complementar a renda dessas famílias e melhorar a situação de vida delas. Agora, a ação imediata, no estado de Santa Catarina, além de parcerias que nós temos com o Ministério da Pesca e parcerias que queremos desenvolver com o governo estadual e com os municípios, é a busca ativa, é a inclusão dessas famílias no cadastro. O desenvolvimento do cadastro no estado, ele ainda tem um espaço grande para melhorar, não é? É um dos estados que a gente tem baixa cobertura do Bolsa Família. Portanto, eu diria que, assim, de imediato, antes de qualquer outra coisa, a gente tem essa tarefa. E, também, no caso de Santa Catarina, eu acho que nós temos um espaço importante na agenda de inclusão produtiva e de qualificação profissional do entorno da região metropolitana, do entorno de Florianópolis, garantindo, aí, qualificação profissional para essa população. E nós temos várias obras que vêm acontecendo e estão em desenvolvimento no estado, e é uma oportunidade para essas famílias poderem estar se empregando nessa obras. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Ainda temos a participação, aqui, no Bom Dia, Ministro, da Rádio Irecê Líder FM, de Irecê, na Bahia, com Sandro Moreno. Alô, Sandro. Bom dia. REPÓRTER SANDRO MORENO (Rádio Irecê Líder FM / Irecê - BA): Bom dia, Luciano. Bom dia, Ministra Tereza Campello. A região de Irecê, Luciano, é uma região que nós produzimos... Que é o maior produtor de mamona do país. Nós também somos um dos maiores produtores de cenoura do país, mas nós temos graves problemas, aqui, também, na região. Inclusive, no início de março, a presidenta Dilma Rousseff esteve aqui na região de Irecê, conheceu um pouco da realidade da nossa região; aqui, lançou o programa de superação da extrema pobreza e, também, anunciou o reajuste do Bolsa Família. Ministra, como o semiárido baiano e o Território da Cidadania de Irecê estão inseridos no Programa Brasil sem Miséria? MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Bom dia, Sandro. Bom dia, ouvintes da Rádio Irecê. Eu também tive a oportunidade de ir a Irecê com a presidenta Dilma. Eu acho que vocês, em especial nesse Território da Cidadania, para nós, estão sendo os primeiros a serem beneficiados com ações importantes na área rural. Nós escolhemos o território de Irecê como o primeiro território a ser objeto da nossa chamada de assistência técnica. Então, é importante mostrar que a gente já tem uma ação concreta voltada para esse território. No último dia 6 de junho, nós publicamos a primeira chamada de... Contratando agentes de assistência técnica voltadas para a agricultura familiar extremamente pobre, e o território de Irecê, a cidade de Irecê, em especial, o município de Irecê foi contemplado nessa chamada. O que nós vamos fazer com essas equipes de assistência técnica? Vamos dar acompanhamento às famílias extremamente pobres, levando a elas informações para que elas produzam melhor. Nós estamos distribuindo, também... Estaremos distribuindo, na medida em que esses técnicos sejam contratados, sementes de milho, de feijão, orientação e, também, um crédito de fomento a fundo perdido. São R$ 2.400,00 para as famílias, distribuídas em quatro parcelas de R$ 600,00; a primeira parcela já será distribuída agora, no final do ano. Portanto, no caso de Irecê e no caso da Bahia, nós temos um conjunto de ações que atingirá, especialmente, a população rural. Então, nós temos uma expectativa muito grande que Irecê, que já tem várias ações específicas... No caso, por exemplo, da Petrobras, que nós temos uma ação importante, nós temos uma escola técnica voltada para biodiesel. Nós temos um conjunto de ações que se somará para que a gente possa não só tirar essas famílias pobres da situação de miséria, como também melhorar a dinâmica toda, regional, desse território. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: Nós agradecemos a participação da Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que esteve conversando com emissoras de rádio de todo o país sobre o Plano Brasil sem Miséria. Muito obrigado, Ministra. MINISTRA TEREZA CAMPELLO: Obrigado, Luciano. Estamos à disposição. APRESENTADOR LUCIANO SEIXAS: E nós estamos encerrando, neste momento, o programa Bom Dia, Ministro, que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. Eu sou Luciano Seixas e nós voltamos em uma próxima oportunidade. Até lá!